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Aíla lança novo álbum, 'Sentimental' com diversas participações especiais

O projeto é puro romance com ritmos da periferia amazônica conectados com os de outras periferias do Brasil

Enize Vidigal

Aíla lança o novo álbum, “Sentimental”, nesta quinta-feira, 30, em todas as plataformas digitais. Os ritmos da periferia da Amazônia, como o brega e o calipso, continuam sendo o norte do trabalho da artista paraense na direção de uma sonoridade pop contemporânea que mescla também os ritmos das periferias de outras regiões, como a pisadinha e o pagodão. “Sentimental” mergulha no amor em nove faixas, sendo oito autorais, costuradas por músicas, poemas e diálogos que seguem um roteiro dirigido aos corações apaixonados ou solitários.

O projeto tem as participações especiais de Keila (ex-Gang do Eletro); do rapper Rincon Sapiência, de São Paulo; e de Luísa Nascim (Luísa e os Alquimistas), do Rio Grande do Norte. O álbum recebeu o incentivo da Lei Aldir Blanc, por meio da Secretaria de Estado de Cultura do governo do Pará (Secult).

Ouça aqui quando o álbum for lançado.


“Percebi que a minha origem, no bairro da Terra Firme, em Belém, sempre reverberou no meu trabalho de forma diferente e o quanto os ritmos populares, que nascem na periferia da Amazônia e do Brasil, que sempre ouvi em Belém, ditam a música pop”, destaca Aíla, que assina a direção musical e artística do álbum.

“Os ritmos do Pará sempre estiveram presentes nos meus discos, como ‘Trelelê’ (2012) e o primeiro autoral ‘Em Cada Verso um Contra-Ataque’ (2016), com músicas ‘artivistas’ sobre temas lésbico, feminista e sociais”, recorda. Em “Sentimental” o terreno é novo. “Fala de amor (o disco), dos vários tipos de amor: o romântico, o doído, o debochado, a desilusão, o flerte, das mil facetas que envolvem os encontros da nossa existência. O amor é o tema mais popular de todos os tempos”, define.

Ela convidou para o álbum produtores diferentes para cada faixa, como Baka “Amor e Sacanagem” e “Hahaha”), Iuri Rio Branco (“Tô de Onda”), Gabriel Souto (“Você Não Valorizou”) e Félix Robatto (“Cringe Love”). O resultado é um disco que passeia por muitas referências populares, com diversidade rítmica, mas que segue um fio condutor identitário. “A minha vontade nesse novo trabalho foi imergir os ritmos bem populares brasileiros, não só da Amazônia”.

A produção visual do álbum é um elemento de destaque do trabalho. A capa traz Aíla deitada próximo à uma quina com as pernas na parede. Ela veste roupa cor-de-rosa pink com cinta preta e possui flechas fincadas sobre o peito. A sombra do cupido surge segurando arco e flecha na direção da cantora. Os paraenses Roberta Carvalho e Lucas Mariano fizeram a direção visual e, Vitor Nunes, a direção criativa e artística.

Faixas

Aíla compôs quase todas as faixas, exceto “Hahaha” (Luiz Gabriel Lopes e Marcelo Toffani), que abre o disco. “’Hahaha’ é uma vitamina brasileira. Um pouco de guitarra de bachata, toque do reggaeton brasileiro e saxofone com a energia do piseiro. Tem inspiração nas letras irônicas de sofrência”, descreve a cantora. Em seguida, vem “Tô de Onda” com a participação de Rincon, que traz a malícia na letra e na estética sonora. “A onda aqui foi misturar o pagodão com mil outras referências (...) até que veio a ideia de um feat com alguém que dialogasse com sons da periferia”, descreve a cantora.

Quase todas as músicas de “Sentimental” são inéditas, exceto “Amor e Sacanagem”, single do ano passado, lançado em dueto com Luísa Nascim, que foi incluído no projeto, e duas faixas lançadas na antecipação do álbum, “Água Doce” – uma conexão do Pará com a América Central com mistura pop, zouk, carimbó e synths de tecnobrega – e “Você Não Valorizou - pisadinha, reggaeton e brega em uma letra sobre paixão, traição, arrependimento e reencontro.

A parceria com Keila nos vocais vem na canção “Cringe Love”, que encerra o álbum. É a faixa mais paraense do projeto. “Eu queria um calipso no disco, que é a cara da música pop do Norte, essa música que contagia, que faz o corpo mexer, que é quente e colorida. Quando convidei o Félix Robatto pra produzir essa faixa, a ideia era trazer o Pará pra estética sonora, reunir elementos do tecnobrega na parte percussiva e do beat, guitarras inspiradas no brega calypso e surf music, além de sintetizadores e metais super vibrantes”.

Outra música inédita é “Dá Uma Chance”, puro romantismo embalado por arranjos influenciados pelo brega e o bolero, com cara de 'baile da saudade do Pará'. Aíla incrementa o álbum com dois interlúdios: “-------{---(@”, um diálogo de Whatsapp que antecede “Cringe Love” com devaneio sobre as manifestações de amor cafona; e “»-(¯`·.·´¯)->”, um poema da cantora com reflexões sobre as contradições das relações amorosas e os sentimentos contraditórios. “Como bem diz o final do poema, através dos caminhos das contradições e falhas, a gente pode se fortalecer. Às vezes, a gente acha que ama, mas não ama. Às vezes, a gente acha que o amor acabou, mas ele tá ali adormecido. Às vezes, a gente diz que vai embora, mas na verdade quer ficar. O amor não é tarefa fácil, nunca foi, nunca será. Às vezes é no tombo que a gente renasce”.

Aíla pretende lançar o videoclipe de uma das faixas ainda este ano e das demais, em 2022, quando ela pretende retomar os shows presenciais. “É o momento da gente ter calma para poder voltar com total segurança, quando todos estiverem vacinados”. 

Música