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Morre Paulo Faria, diretor e dramaturgo paraense, aos 59 anos, em Mosqueiro

O artista foi o homenageado no 10º Seminário de Dramaturgia Amazônida neste ano

O Liberal

O dramaturgo paraense Paulo Faria morreu na madrugada desta terça-feira, 17, no distrito de Mosqueiro, onde morava. Aos 59 anos, e uma longa carreira de teatro desenvolvida em São Paulo, ele foi o homenageado do 10º Seminário de Dramaturgia Amazônida, realizado em maio deste ano no Teatro Universitário Cláudio Barradas, da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém.

Paulo Faria foi produtor, cenógrafo, ator, diretor e dramaturgo, e um dos fundadores da companhia Pessoal do Faroeste, um dos grupos mais premiados do Brasil. Era o irmão mais novo de Lúcio Flávio Pinto, Elias Ribeiro Pinto e de Pedro Pinto.

A comunidade artística e acadêmica lamentou a morte do dramaturgo paraense. A Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará (UFPA) divulgou uma nota expressando profunda tristeza pelo falecimento do diretor, que teve uma destacada trajetória no teatro desde o início da década de 1980.

“Consternados e irmanados neste momento de dor, nos solidarizamos com familiares, amigos e colegas de profissão. Ao mesmo tempo, celebramos com orgulho o importante legado deste grande Homem de Teatro que foi Paulo Faria”, diz a universidade em nota.

Lúcio Flávio Pinto se pronunciou em seu blog sobre a morte do irmão, expressando profunda tristeza e destacando o talento e o legado de Paulo. Ele mencionou que Paulo estava iniciando uma nova fase em sua carreira múltipla e premiada.

Segundo o jornalista, a perícia ainda investiga as circunstâncias da morte, que surpreendeu a todos. “Escrevo este aviso a parente, amigos, admiradores, os milhares que o acompanhavam, como se ele ainda estivesse vivo e eu não estivesse escrevendo sobre a sua morte”, disse Lúcio Flávio em um trecho da publicação.

Segundo Yeyé Porto, atriz e amiga há muitos anos de Paulo, a causa da morte aparenta ter sido, até o momento, um infarto. “Ele morava sozinho e foi encontrado em casa. As autoridades de segurança trabalham com a hipótese de ter sido um infarto”, afirmou.

Com 33 anos de trabalho morando em São Paulo, o artista retornou ao Pará em 2022, e passou a morar em Mosqueiro com o objetivo de escrever três romances. O primeiro, “Arigós: Aconteceu na Amazônia”, foi lançado recentemente em formato e-book.

Para Aílson Braga, ator, diretor de teatro e jornalista, editor do Grupo Liberal, a morte de Paulo representa a perda de um amigo de uma vida inteira. “A gente era amigo desde os 20 e poucos anos. Quando éramos jovens, algumas pessoas achavam que a gente era irmão. Quando fui morar em São Paulo ele me deu minha primeira oportunidade de trabalho. Tínhamos uma relação longa de amizade, de parceira. Eu gostava muito do Paulinho”, lamenta.

Para Paulo Santana, ator, diretor teatral e professor de Escola de Teatro da UFPA, Faria deixa um lado no teatro paraense no momento de efervescência do teatro. “Logo partiu para São Paulo criou uma Cia de teatro chamada O pessoal do Faroeste, tinha um teatro na estação da luz, ganhou prêmios importantes do teatro brasileiro Prêmio Shell. Acreditava no teatro transformador da sociedade. Enfim, um homem das artes, do Teatro”, afirmou.

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