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Morre aos 29 anos, Débora Costa, integrante do grupo paraense 'Pagode das Meninas'

A musicista paraense estava internada em estado grave no Pronto Socorro do Guamá, em Belém

Thainá Dias

“Grandona sem medo”, assim era conhecida por seus amigos, a jovem musicista paraense Débora Costa, que faleceu na última quarta-feira, 16, devido uma insuficiência renal e problemas causados pela diabetes. O samba e o pagode paraense estão de luta com a partida precoce de uma artista que estava conquistando fãs pelo Brasil inteiro, com seu jeito único, contagiante e envolvente de tocar pagode e celebrar a vida.

Internada no Pronto Socorro do Guamá, em Belém, Débora não resistiu e deixou uma grande lição: lugar de mulher é aonde ela quiser. O grupo "Pagode das Meninas" se consolidou de maneira inovadora na capital paraense, composto apenas por mulheres e com arranjos únicos. Com sua presença carismática e grande talento, Débora conquistou não só a cidade, mas já estava ganhando o país ao passar da marca dos 100 mil seguidores no Youtube e 50 mil no Instagram.

A notícia da morte abalou não apenas os fãs, mas também as companheiras de grupo e seu produtor, José Franco, “minhas meninas estão passando um momento muito delicado. A Débora é da nossa família, iniciou com a gente quando ainda era o grupo ‘Samba de Salto”, afirmou o produtor.

José destaca ainda que o talento de Débora sempre chamou atenção. “Todos se impressionavam com a musicista que ela era. Ela chamava muita atenção na maneira que tocava, o talento que ela herdou do pai, aprendeu a tocar com ele”, declarou.

O produtor ressaltou ainda que esse talento era aprimorado cada vez mais com o tempo. “A cada dia que passava, com a prática, ela ficava cada vez mais talentosa. Ela cresceu muito musicalmente, atualmente ela disparou nas redes sociais devido esse talento. Nosso grupo está muito triste, mas confiante em Deus que ela está em boas mãos agora”, concluiu José Franco.

O legado de Débora Costa no cenário paraense

A partida precoce de Débora Costa também abalou artistas paraense que vivem da música, assim como ela, e que tiveram experiências marcantes com a musicista. A cantora Letícia Moura, vocalista do grupo “Virtudão” expressou sua dor e solidariedade com a perda da colega. “Meu contato mais recente com a Débora foi quando nós nos unimos em um grupo justamente para fortalecer a presença feminina no pagode paraense. Gravamos um vídeo juntas e eu pude perceber o quanto ela amava o que ela fazia”, destacou.

Letícia reforçou ainda que “não é à toa que o ‘Pagode das Meninas’ está voando. Acordei muito triste com a notícia, é um dos nossos, não apenas por ser mulher, mas por ser da música. Fica aqui meu carinho, para os familiares, para as meninas que estão vivendo esse momento delicado. Desejo toda força para as meninas continuarem juntas subindo aos palcos novamente”, concluiu a cantora.

A cantora Layse Rodrigues também se abalou com a perda da amiga. “Foi um susto! Percussionista fenomenal, contagiante, sua alegria e presença-mulher nas rodas de samba nos enchiam de representatividade em muitos pontos da vida”, declarou. Layse contou que teve o prazer de conhecer e assistir aos shows do ‘Pagode das Meninas’ e nas rodas de samba ‘Fé no Batuque’, que Débora fazia parte. “Nossa parceira nas primeiras sextas do mês, sextas-feiras de fé, axé, música. Em nossas rodas, fica um buraco difícil de preencher. Desejo força aos familiares e aos amigos, tantos amigos, que agora ficam desolados com sua ausência e alegria. É difícil encontrar as palavras”, enfatizou a cantora.

Débora Costa fez parte de uma geração de mulheres fortes, potentes musicalmente que não tiveram medo de lutar pelo espaço na música. O pagode é um ritmo que historicamente traz pouca representatividade para as mulheres, mas elas estavam transformando isso em passado e se fazendo cada vez mais presentes, com talento e respeito.


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