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Modelos conquistam espaços para diferentes raças e biótipos

Diversidade e inclusão de outros biótipos na moda começam a refletir o Brasil real

Vito Gemaque

Até pouco tempo o mercado da moda era considerado um espaço de pressão e exclusão em que somente havia destaque para modelos brancos, altos, magros e de olhos azuis. Ao mesmo tempo em que esse mercado refletia os preconceitos sociais e raciais, gerava um sentimento de apartheid em um país como o Brasil, onde a maior parte da população é negra ou descendente indígena. Essa realidade tem mudado aos poucos nos últimos anos.

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A jovem conta que já enfrentou preconceito velado por causa de seu corpo, que só foi desfeito quando perceberam a qualidade dos trabalhos profissionais que havia feito. “Ao longo desses anos de trabalhos enfrentei algumas situações de racismo e gordofobia também de uma forma muito velada. Mais no sentido de ser preterida mesmo, o tratamento era diferente. Nunca foi nada muito escancarado, mas já sofri esses tipos de discriminação”, revela.

O potencial de modelos mais plurais que representem mais o povo brasileiro poderá ter um efeito exponencial nas próximas gerações com a inclusão de mais profissionais negros, pardos, indígenas, plus size e de baixa estatura. Esse é um dos maiores orgulhos profissionais da jovem Emilly ao se tornar referência para muitas outras meninas e meninos do Norte que também almejam ser modelos.

“Eu fico muito feliz em saber que as pessoas me têm como espelho, inspiração, principalmente no Norte. Recebo muitas mensagens de meninas da minha terra dizendo que eu sou uma inspiração. Saber que alguma forma eu consiga influenciar essas pessoas a fazer algo de diferente na vida delas, que parem e pensem da melhor forma que também podem é muito gratificante”, assegura.

Sinara também acredita que continuar trabalhando e aparecendo em campanhas servirá para cada vez mais para mulheres com o seu biótipo plus size entrarem no mercado. “O que acho que deveria ser feito é que as pessoas deveriam desmistificar e apostar em pessoas reais. Quando se escolhe modelos de outros biótipos, rola uma identificação na população que não trabalha com isso. Eu passei bastante tempo da minha vida não me vendo como uma modelo, porque não via pessoas como eu, tanto na passarela, quanto na fotografia. Quanto mais oportunidade puder dar ou ser dada em torno de vários biótipos melhor o quadro de representatividade”, garante.

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