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Amazônia Fashion Week apresenta o novo luxo em 22 desfiles

O maior evento de moda do Norte tem programação em pontos diferentes da cidade até o domingo

Bruna Lima

Com a proposta de exaltar a mudança de valores pela qual o mundo vem passando, o 13ª Amazônia Fashion Week traz o tema "O novo luxo".  O maior evento de moda do Norte começa nesta quarta-feira (6) e vai até o próximo domingo (10) com uma vasta programação, incluindo palestras, oficinas, feiras e 22 desfiles exaltando os produtos e o mercado de moda produzido no estado.

A abertura do evento é a partir das 18h30 em um hotel no bairro da Cidade Velha. Vai ter show da artista paraense Cacau Novaes e o desfile de abertura é da estilista Celeste Heitman, que assina o desfile “Sensações Tocáveis”. Na mesma noite, a artista plástica Elieni Tenório expõe a instalação em movimento “Vestida de Obsessão”.

O segundo dia do evento ocorrerá na Fábrica 242, onde nove marcas vão desfilar. Na sexta-feira, 8, ocorre a tradicional Noite dos Novos Criadores, no Espaço São José Liberto. Oito jovens estilistas vão apresentar suas coleções, eles passaram por um processo seletivo realizado em parceria com o Curso de Design de Moda da Faculdade Estácio do Pará. 

Na mesma noite, desfilam também as coleções do Projeto de Responsabilidade Social “Moda em ação”, mantido pela mesma faculdade, com o objetivo de capacitar pessoas de comunidades para atividades de corte e costura.

Uma linha do mercado de moda exalta que luxo não é ostentação, não é uso de produtos caros, pois o conceito e o foco estão na valorização da sustentabilidade, da manualidade e na valorização da personalização dos produtos. Diante desse conceito, o AFW pensou na edição "O novo luxo".

A coordenadora do evento, Felícia Maia, explica que essa tendência tem tudo a ver com o que é feito na moda paraense, já que se trata de uma moda sustentável, onde são usadas as sementes, fibras e demais produtos, que ganham outra forma no reaproveitamento. "Aqui a gente faz o uso dos recursos da floresta, mas deixando a floresta em pé. O reaproveitamento é tendência mundial, pois se a gente continuar tirando da natureza sem cuidado vamos ter problemas no futuro", destaca Maia.

Outra questão importante colocada por felícia é que em Belém existem muitas marcas e criadores que fazem da região sua fonte de inspiração, utilizando de forma sustentável matérias-primas locais. Ele estudam e pesquisam os materiais regionais para adquirir o domínio da técnica de seu manejo e, assim, lançam-se na produção de bens de consumo diferenciados com potencial de inserção no mercado global. 

“Valorizar o trabalho dos designers locais é reconhecer a capacidade criativa de transformar a matéria-prima em moda e preservar a memória da região. É preciso que nos orgulhemos de nossas origens; que sejamos capazes de incorporar ao nosso trajar produtos oriundos dos fazeres de nossa cultura popular, tão rica, tão variada, tão incomum no seu misturar euro-afro-indígena e que nos legou uma ímpar beleza de ser e vestir. A cultura cabocla, retratada pela habilidade de seus artesãos, é um dos maiores patrimônios da Amazônia e merece ser preservada em nome da história para servir de incentivo às novas gerações de artesãos e designers. Esse é o novo luxo”, pontua Felicia.  

Evento terá dois dias de oficinas e palestras gratuitas

A novidade desta edição é o ciclo de oficinas e palestras divididos em dois dias de forma gratuita. Na sexta-feira (8) as atividades serão na Faculdade Estácio do Pará e começam às 14h, com a oficina “Desconstruindo e construindo roupas de brechó”, com Rosely Coelho, designer de Moda e especialista em Gestão do Produto de Moda. 

Às 15h, haverá o encontro com a editora-chefe da Revista Manequim, Maria Helena da Fonte, que virá especialmente para acompanhar o evento. Às 17h, a palestra “Empreendedorismo e moda sustentável: quebrando paradigmas e estabelecendo novos caminhos na Amazônia”, com Natália Viana, psicóloga e sócia da marca sustentável Jalunalé, encerra a programação do dia. 

No sábado (9), às 9h30, na Casa da Linguagem, Felicia Assmar Maia, coordenadora do Curso de Design de Moda da Faculdade Estácio do Pará, ministra a palestra “Tendências para 2020”. Na sequência, às 11h, será a vez de Susanne Pinheiro, bacharel em Moda, com a palestra “Projeto Moda Memória".

"O ciclo de palestras e as oficinas vêm como forma de capacitar e especializar os profissionais, pois a formação do profissional está diretamente relacionada com a qualidade dos produtos e serviços. Pretendemos manter as atividades nas próximas edições", destaca Felícia Maia, coordenadora do AFW.

A Casa da Linguagem sediará o Mercado de Economia Criativa, com produtos de moda, artesanato e gastronomia, realizado em parceria com o coletivo Beirando a Moda. O mercado funcionará no sábado (9), das 9h30 às 21h, e no domingo (10), das 9h30 às 14h. Quem passar por lá nesses dias poderá ainda conferir a exposição “Costamazônia: 15 anos”, que conta um pouco da história e celebra a associação que criou o AFW e é responsável por promovê-lo até hoje.

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