Presidente da Funarte diz que o foco para 2025 será a nacionalização de políticas públicas

Segundo a presidente, 2025 destinado à consolidação de resultados já materializados na vida e na produção artística e cultural brasileira

Juliana Maia
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O ano de 2024 foi um momento de consolidação de oportunidades no setor cultural na sociedade. Segundo a presidenta da Fundação Nacional de Artes (Funarte), Maria Marighella, em 2025 a principal tarefa do Ministério da Cultura (Minc) é consolidar os resultados já alcançados na produção artística e cultural brasileira. Para a gestora da fundação, esta será a hora de fortalecer a ecologia da cultura e das artes, garantindo igualdade às cinco regiões brasileiras.

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Com a retomada, em 2023, do Ministério da Cultura, voltado ao planejamento e execução das políticas nacionais de cultura e de artes, os projetos ao longo de 2024, voltados à classe artísticas, retornaram com ainda mais força, aponta a presidenta.

"Foi o ano de estímulo à reorganização dos fóruns, colegiados e instâncias de formulação e reflexão conjunta entre estados, municípios e União. Um ano de participação social viva. Eu diria que, não só para o ano de 2025, mas para os próximos anos, a nossa principal tarefa é consolidar os resultados que já têm se materializado na vida e na produção artística e cultural brasileira", aponta a presidenta.

De acordo com Maria Marighella, cada território do país produz muita riqueza dentro do âmbito cultural e isto precisa ser vista e reconhecida. Por isso, o objetivo do Minc para os próximos 365 dias é nacionalizar as políticas públicas por meio da distribuição regional com equidade, com induções e implementação de reserva de recursos.

Cop 30 em Belém

A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30) será realizada em Belém, nos dias 10 a 21 de novembro de 2025. As expectativas pela realização do evento, estão, de acordo com a presidenta, além da visibilidade nos agentes culturais, em pontes e alianças globais que reconheçam a centralidade da cultura na resposta às emergências climáticas.

"Estamos falando de discutir a Amazônia na Amazônia. Não há como falar em mudanças climáticas sem falar de cultura, porque estamos falando de mudanças de paradigmas, de grandes transformações necessárias e urgentes. A cultura precisa ser compreendida na sua dimensão de imaginação, sensibilização coletiva, no seu poder de influenciar nossos modos de produção, de consumo, de integrar, interagir e atuar no mundo. A agenda climática é uma agenda da cultura."

Projeção de artistas do Norte

A projeção nacional de artistas paraenses, como Gaby Amarantos, Viviane Batidão, Zaynara, dentre outros, tem fomentado ainda mais os debates sobre a valorização da cultura do Pará. Esse momento, para o Minc, amplia a economia no âmbito cultural dentro da Amazônia, já que 6,7% do PIB global, conforme dados da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) é gerado pela economia criativa.

"Quando falamos da expressão da música paraense e nortista que vem a cada ano aumentando o seu destaque na cena nacional e internacional, falamos de um bem coletivo de valor inestimável para o nosso país. O que fazemos agora — com políticas públicas, programas de incentivo e ampliação de redes — é tratar a música brasileira do tamanho que ela tem, porque a música é economia, identidade, imaginação, futuro", enfatiza.

Para o MinC, promover economicamente, fortalecer e estimular a dimensão simbólica de conexão com o mundo é o que direciona as políticas públicas do órgão. Pensando nisso, a Funarte lançou o "Funarte Rede das Artes", um programa com um investimento de R$ 29 milhões, que conecta uma rede viva: espaços, artistas, técnicos, curadores, críticos e produtores.

Novas metas

Além de celebrar o cinquentenário da Funarte, em 2025, o Ministério da Cultura vai entregar a "Política Nacional das Artes", uma ação que garante proteção, articulação e promoção de liberdades e direitos, articulando programas existentes no país e ampliando o direito ao acesso às artes.

"Este é um trabalho coletivo, que envolve todo o Sistema MinC, por meio de um grupo de
trabalho instituído pela ministra Margareth Menezes, com a coordenação da Funarte. Também contamos com a participação dos e das secretárias e agentes de cultura dos estados e municípios. É política que já nasce dessa conexão, dessa rede articulada que evidencia o papel e a vocação de cada ente da cultura."

"No início de 2025, nossa ministra receberá a formulação dessa política. A partir da validação da ministra, a Política Nacional das Artes será apresentada ao presidente Lula e seguirá o curso para sua implementação. A Funarte e o MinC reconhecem as artes e o fazer artístico como direito e compartilham o compromisso com a construção de ações e programas estruturantes contemplem a todas e todos os elos do fazer artístico", explica Maria Mariguella.

 

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