‘Meu coração é metade carioca e metade paraense’, diz Mestre Fafá, mestre de bateria da Grande Rio
O novo crush dos paraenses aproveita seus dias no Estado após o desfile no Rio de Janeiro. Em conversa com o Grupo Liberal, ele falou sobre a admiração pelo povo do Pará, sua devoção à Nazinha e o sonho de participar do Círio de Nazaré.
O título de campeã do Carnaval carioca pode não ter vindo para a Grande Rio, mas Fabrício Machado, o Mestre Fafá, mestre de bateria da agremiação, tem uma conquista que levará para o pós período carnavalesco: o coração dos paraenses. A escola que esse ano fez uma homenagem ao Pará, foi vice-campeã na disputa e levou os paraenses ao delírio, brigando pelo título.
Mestre Fafá se tornou um ídolo do povo paraense por lutar e vestir a camisa do Estado. Em visita ao Pará, neste Carnaval, ele se tornou a sensação dos ensaios das escolas de samba e dos desfiles, por ele onde passa as pessoas querem tirar uma foto ou gravar um vídeo.
“Fiquei muito feliz. Na verdade, eu não esperava isso porque, como eu já disse, sou uma pessoa do povo para o povo, ando descalço por aí, não tem essa. Mas como disse, fiquei muito feliz com o carinho das pessoas, receptividade e acolhimento. Não foi o resultado que a gente queria e nem esperava, mas demos o melhor e fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para buscar essa segunda estrela e poder honrar mais ainda esse enredo do Pará. A estrela não veio, mas veio uma onda de carinho, amor, respeito e admiração no Rio, mas principalmente do povo paraense. Tenho certeza que hoje o meu coração é metade carioca e metade paraense”, revela o Mestre.
Esse amor e identificação com o Pará não é recente para Fafá, há pelo menos dois anos ele tem uma ponte aérea que inclui Belém e Icoaraci. A primeira vez que o Mestre veio a Belém foi para dar um workshop gratuito na escola de samba Boêmios da Vila Famosa, depois disso ele criou um amor pela agremiação e pelo Pará retornando com frequência ao Estado.
Em 2024 ele desfilou na Boêmios e este ano irá desfilar constantemente, mas no decorrer do ano, ele participa ativamente com opiniões sobre a bateria. “Eu sempre estou em contato com o Mestre Batata (mestre de bateria da agremiação), ajudo com material, instrumento e manutenção. Faço tudo o que posso fazer, ajudo da forma que posso, se tiver que empurrar carro, eu estou ajudando, tudo em prol do Boêmios”, conta.
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Mestre Fafá é formado dentro da Grande Rio, na escola ele começou em 2003 desfilando na Pimpolhos, escola mirim da agremiação e depois de dois anos ele foi para a Grande Rio. Já foi diretor de musical, ritmista, diretor de bateria até ser mestre da bateria. No cargo desde 2019, ele está à frente de uma parte da agremiação que mais tem holofotes, por conta das Rainhas da Bateria. Mas junto com as beldades, Mestre Fafá ganhou destaque pela beleza, qualidade profissional e carisma. Nas redes sociais, ensaios e desfiles, é infinito o número de pessoas elogiando Fafá por algumas das características citadas.
Sobre o desfile da Grande Rio, dois julgadores do quesito bateria descontaram um décimo, cada, e disseram que foi por conta de uma "imprecisão" na resposta das caixas ao som do curimbó. Uma das notas é descartada. A situação também gerou uma grande comoção na internet, no desfile das campeãs, Mestre Fafá e Paolla Oliveira, mostraram um pouco também, como os paraenses agiriam e foram defender a escola de samba, questionando se os jurados estavam ouvindo os curimbós.
“Nada foi pensado, foi tudo na hora. Eu nem ia fazer a paradinha mesmo, mas aí a Paolla (Oliveira) acabou indo na minha e eu na dela. Eu respeito muito o corpo de julgadores da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro), mas tudo foi só no calor da emoção mesmo, que a gente está chateado e não espera”, explicou.
Entre tantas emoções que envolvem o Carnaval, que se alonga ao longo do ano, até o dia do desfile. Mestre Fafá sabe que boa parte dos paraenses se tornou torcedor da Grande Rio e fez uma promessa aos paraenses, que ocorreu no ano passado, mas ele tem certeza que em 2026 irá se cumprir.
“Se Deus quiser ano que vem a nossa estrela vem, Nazinha vai abençoar! Venho no Círio de Nazaré para Nazinha dar uma abençoada na gente, para poder trazer esse título. Eu já prometi, esse título veio, já falei com o presidente de honra (Jayder Soares), que vou trazer o troféu aqui pra Belém do Pará para comemorar com o povo paraense. Vocês merecem isso”, promete Mestre Fafá.
A religiosidade do carioca também é mais uma característica de toda essa conexão com o Pará. No desfile do Rio de Janeiro ele estava usando um terço nas cores da agremiação, além disso, ele revelou que ao longo de 2025 recebeu diversas imagens de Nossa Senhora de Nazaré.
“Eu sempre acompanhei o Círio de longe e queria conhecer, minha família é muito católica. Sou devoto de Nossa Senhora de Aparecida. Mas ainda não tive oportunidade de conhecer! Conheci a Basílica, fiquei encantado e apaixonado. Depois com a proximidade com as pessoas de Belém, vi muitas coisas do Círio como é a paixão das pessoas pela Nazinha, isso me comoveu. Ganhei muitas imagens dela e coloquei todas no meu altar em casa. É um sonho que eu quero realizar, de vir ao Círio de Nazaré, poder fazer minha promessa e poder voltar para ‘pagar’. Se Deus quiser vou realizar!”, finaliza Mestre Fafá.