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Mestre Aldo Sena volta com “JAMEVÚ” trazendo novidades para o gênero guitarrada

Novo EP com seis faixas será lançado no final deste mês nas plataformas digitais

O Liberal
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O mestre da guitarrada Aldo Sena está de volta com o novo EP “JAMEVÚ”, o oitavo trabalho de estúdio e uma celebração de uma trajetória que abrilhanta a música brasileira desde os anos 80. No novo álbum, Aldo conta com a assinatura marcante do também guitarrista Saulo Duarte, que foi o responsável pela direção artística e produção musical.

“Achei ótimo o resultado. Esse trabalho foi feito com muito carinho, em um estúdio profissional em São Paulo com o Saulo Duarte como produtor musical, já conhecia o trabalho dele. Estou ansioso para esse lançamento desse show ocorra o mais breve possível. Deve acontecer em São Paulo ou em Fortaleza. Estou sempre buscando na minha área o melhor da música do Pará”, destacou.

O lançamento será pelo selo YB Music, que disponibilizará o disco em todas as principais plataformas de música. O trabalho tenta trazer o som do mestre Aldo Sena para um público novo e renovado, por isso é tão natural a conexão com o produtor Saulo Duarte, um dos expoentes da nova música brasileira. A ligação com o Pará, o estado natal de ambos os músicos, é o elo mais forte que embala essa dançante mistura geracional.

“A ideia principal era respeitar a tradição e a história do Aldo com os ritmos latino-amazônicos, mas também propor uma nova versão disso e às vezes colocar a guitarra dele em ritmos ainda não exploradas, como é o caso de ‘Sinto um clima tropical’, que é uma disco música brasileira. O uso de beats e outras possibilidades digitais também trazem uma cor diferente para esse trabalho. Além disso, tenho a honra de tocar o tema de ‘Cumbia reggae’, música de Aldo Sena que regravamos para esse trabalho”, comemora Saulo Duarte.

Aldo Sena é um dos fundadores do estilo que foi reconhecido, em 2011, como Patrimônio Cultural do Pará, e segue vivo na sonoridade de muitos dos artistas do estado que ganham notoriedade em nível nacional. Com “JAMEVÚ”, Aldo mostra que a guitarrada é um ritmo atemporal que ultrapassa as limitações de um gênero regional - tanto que dilui as fronteiras geográficas desde sua fundação.

Passando uma temporada no Ceará, Aldo tem feito diversos shows e conquistado o público com o ritmo paraense. “Estou tocando as antigas e algumas músicas inéditas, uma hora de show de guitarrada com várias parcerias com as bandas locais. Estou desde o início de setembro e fico até o início de dezembro. Aliás, eu estou no final semana tocando. Vim para cá em 2014 para ficar apenas um mês, e acabei ficando três anos aqui. O mercado da música em 2014 era muito bom, principalmente a música paraense, era uma febre”, relembra.

A guitarrada também conhecida como lambada instrumental, a guitarrada vem encurtando as distâncias entre a Amazônia e o Caribe a partir dos anos 70. O estilo incorpora elementos de carimbó, merengue e choro, com a guitarra desempenhando um papel central, tanto em acompanhamentos quanto em solos virtuosos.

Essa identidade está presente no disco caliente de Sena, onde as cinco faixas são temperadas com os sabores dessas múltiplas origens. As inéditas “Sinto um clima tropical”, “Flor do Muriti”, “Meu vovô”e “Açaí com peixe” destilam essa celebração das origens do músico junto da já citada regravação de “Cúmbia reggae”.

Já as origens de “JAMEVÚ” estão fortemente ligadas à conexão de Aldo Sena e Saulo Duarte, agora ganhando vida em um álbum gravado em São Paulo, na YB Music e finalizado no estúdio Índigo Azul, por Klaus Sena, músico icônico da cena cearense que atua como co-produtor e assinou mixagem e masterização. A capa e o projeto visual foram feitos pela artista Lola Ramos.

“A ideia do disco surgiu das minhas conversas com Aldo. Ele já havia me dito que tinha umas músicas novas e que não haviam sido gravadas, eu sou super fã do trabalho dele e quis ouvir. Depois disso organizei um show com participação dele aqui em São Paulo e aproveitamos a vinda dele para gravar as músicas. Desde o início ele me deu muita liberdade para mexer nos arranjos e propor outras sonoridades”, contou Saulo.

“JAMEVÚ” é mais que uma abreviação de “já me vou”, um uso comum na terra natal de Aldo Sena, Igarapé-Miri. A grafia maiúscula é um atestado da importância do retorno de um dos grandes expoentes de um gênero musical que ele ajudou a criar e solidificar. O estilo continua se mostrando vibrante, rico e diverso quanto as frases de guitarra que o embalam. O disco já está disponível nas principais plataformas de música.

“O coração está tranquilo esperando porque sei que vai ter retorno. Trabalhar com Saulo Duarte é um trabalho profissional. A minha expectativa é que lance essas músicas pelos festivais que ele frequenta internacionalmente. Ele tem uma equipe de produção muito profissional, tanto aqui no Brasil, quanto no exterior. Tem equipe na Bahia, em Portugal, na França. Quero expandir esse trabalho e mostrar a nossa música, a guitarrada que é muito parecida com o carimbó para o mundo”, acredita.

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