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Marinaldo Santos abre nova exposição neste sábado

A mostra '(H)ouve o Barulho da Pele' estará aberta à visitação na Casa Namata por um mês

O Liberal

Os sons, cores e ruídos até mesmo do atrito das mãos na hora de produzir seus trabalhos serviram de inspiração para a criação das peças que compõem a nova exposição “(H)ouve o Barulho da Pele”, do artista plástico, pintor e desenhista paraense, Marinaldo Santos.

Reconhecido por seu trabalho singular que envolve, entre outras coisas, a reutilização de materiais, é referência de arte no Pará e em outras cidades do país e do mundo onde já expôs suas obras. O novo trabalho do artista, com curadoria de Ney Ferraz Paiva, poderá ser visitado a partir deste sábado (28), durante a abertura às 18h, na Casa Namata, Galeria Semente, onde ficará exposto por um mês, com entrada gratuita.

O título da exposição remete justamente à questão dos ruídos, sons e cores, e ao atrito das mãos na hora da produção. “Esse atrito que eu falo é o pegar do material, o recolher para a construção da obra no momento em que há esse contato com a pele e corpo, ele responde a sua emoção”, explica o artista.

A criação das cerca de 30 peças da exposição levou em torno de um ano, entre produção e seleção de uma a uma. “São desenhos, objetos e colagens, costumo usar técnicas mistas. Nos desenhos, eu desenho e faço as colagens. Já nos objetos pouco uso pintura, é muito mais a reciclagem com materiais comprados em feiras, que recolho da rua quando faço minhas caminhadas e resto de madeiras já pintados, jogados fora e também costumo recolher materiais em estaleiros”, conta.

A garimpagem de material, no entanto segundo Marinaldo, tem se tornado difícil em Belém. “Hoje sinto muita dificuldade na questão de conseguir madeira porque o concreto tomou conta das construções. Com isso, na maioria das vezes, vou para as periferias ou para a beira do rio atrás de madeiras de barco”, diz.

A exposição tem curadoria do poeta, artista visual e autor dos livros, Ney Ferraz Paiva. “O conheci em uma exposição e ele me fez o convite de expor em alguma galeria. Conversamos e ele me contou que gostaria de fazer uma curadoria sobre o meu trabalho. Já estamos há quase um ano nesse projeto. Trocamos muitas ideias, e ele fez uma leitura incrível e poética em cima das minhas obras que me deixou encantado, e depois disso realmente topei entrar de cabeça. A exposição está linda e agradeço muito a ele”, ressaltou.

A escolha do espaço para receber a mostra também contou com uma atenção especial do artista. “O paisagismo que a Casa tem, a energia positiva e onde isso é refletido na questão do ouvir do barulho da pele. É o vento, o cheiro das plantas e a comunhão das pessoas que tem muito a ver com o meu trabalho”, justifica.

Inovação

Nem mesmo o fato de já ser considerado um artista consagrado nas artistas plásticas afastou Marinaldo do desejo de sempre estar se renovando. Por isso, ele tem encontrado nas redes sociais um novo caminho para apresentar sua arte.

“O Instagram está me possibilitando atingir vários tipos de público, abrindo a chance que meu trabalho seja visto por diferentes pessoas de todo o mundo e me trazendo também novas informações em torno da arte. Gosto muito de ver as pessoas que prestigiam meu trabalho por lá é bom ter a oportunidade de me comunicar com elas”, ressalta.

A pandemia, apesar do cenário difícil especialmente para a cultura, também foi um momento de aprendizado para o artista. “Logo no início da pandemia, fiquei com medo não só do vírus mas também da minha situação como artista em um país onde não temos apoio. O meu trabalho é uma coisa supérflua e nem sempre as pessoas podem consumir, ainda mais em um período pandêmico”, lembra.

Mesmo assim, o artista optou por continuar a produzir. “Independente de vender ou não, fiquei produzindo. Me deu um estalo e pensei que talvez nesse momento as pessoas iriam voltar a olhar mais para dentro de suas casas e, incrivelmente, foi uma época em que vendi bastante, porque muita gente começou a voltar o  consumo para dentro de seus lares, tinham tempo de fazer reformas, novas decorações e também de refletir a vida de outra forma”, completa. O resultado de parte dessa produção pode ser conferido na nova exposição do artista.

Agende-se:

Exposição (H)ouve o Barulho da Pele, de Marinaldo Santos com curadoria de Ney Ferraz Paiva
Abertura: 28 de agosto, às 18h
Local: Casa Namata, Galeria Semente. Av. Conselheiro Furtado, 287
Entrada gratuita

Cultura