'Mangueirosamente' em quarta temporada recebe Francisco Cézar para falar sobre telejornalismo
Conhecido como 'O Astro', ele conta histórias sobre a trajetória como apresentador em um momento importante da TV no Pará e no Brasil
Para marcar o começo da quarta temporada, neste primeiro mês de 2025, o videocast "Mangueirosamente", apresentado por Ismaelino Pinto, recebe Francisco Cézar, conhecido como "O Astro". Francisco Cézar se notabilizou como um apresentador de telejornais, com uma dicção e postura de alto nível, na TV Liberal. Na conversa com Ismaelino, Cézar conta muito sobre sua trajetória profissional e detalha boas histórias para o público, com o atrativo de contar como era feito o telejornalismo em Belém e no Pará em outras décadas, contribuindo com o processo da comunicação em escala regional, nacional e internacional. O programa pode ser conferido a partir das 19h desta sexta-feira, dia 17, em OLiberal.com e nas redes sociais do Grupo Liberal.
Francisco Cézar foi apresentador de dois telejornais, o Jornal Hoje, às 12h30, e, à noite, o Jornalismo Eletrônico, sem imagens, somente com textos e que antecipava as notícias do dia seguinte. Isso no começo da TV Liberal, em 1976 (a emissora foi inaugurada em 27 de abril de 1976). A partir de 1977, o Jornalismo Eletrônico, das 22h, acabou, e Cézar foi atuar, então, no Jornal Liberal - 2ª Edição. A transmissão se dava antes do Jornal Nacional, da Globo.
"Em 1979, por aí, a Globo lançou uma novela chamada 'O Astro', cujo ator principal que interpretava O Astro era Francisco Cuoco. Então, eu acho que o Romulo (Romulo Maiorana, idealizador e fundador do Grupo Liberal), pela similitude, semelhança do nome, um belo dia, assim, sem dizer para ninguém, ele, que redigia coluna 'Repórter 70', a mais importante do jornal, colocou lá: 'Hoje, eu mando um abraço especial para Francisco Cézar, O Astro da TV Liberal. E a partir daí, começaram a me chamar de Astro, foi algo que pegou e isso até hoje", conta Cézar.
Ele atuou no telejornalismo de 1976 até o final de 1984, ou seja, nove anos de atividade profissional, marcando sua carreira, tanto que até os dias atuais Francisco Cézar é reconhecido pelo público fora das câmeras de TV. "Isso dá orgulho, mostra que foi um trabalho reconhecido", pontua. Esse trabalho se deu na época em que a TV brasileira, em particular, a Globo, tinha apresentadores do naipe de Cid Moreira e Sérgio Chapelin.
Referências
Francisco Cézar conta que começou a ter cabelo branco muito cedo e, por esse motivo, muita gente o relacionava ao Cid Moreira. "Mas a minha grande influência foi o Sérgio Chapelin. O que eu sempre gostei no Sérgio Chapelin era a dicção perfeita, a entonação que ele dava às notícias, a divisão que ele dava nas palavras e o modo de se expressar. Sensacional. Então, eu gravava o Jornal Nacional e, depois, em casa, com um gravador, reproduzia com um fone de ouvido e procurava gravar seguindo o padrão dele. É claro que como todo profissional em todas as áreas, você tem influências que vêm, evidentemente, de fora. que você absorve e com o tempo aquilo vai saindo. Você adquire, mas não fica eternamente com aquela influência. Você cria o seu próprio estilo", revela Francisco Cezar.
Ele recorda que, um dia, o pessoal da Globo ligou e falou com o chefe de Jornalismo na TV Liberal, relatando que o Sérgio Chapelin estava vindo a Belém, a fim de participar de um evento, e seria bom que alguém fizesse o papel de cicerone. E aí perguntaram a Cézar se ele gostaria de recepcionar o apresentador. E Francisco Cézar topou de pronto. Foi o cicerone de Sérgio por dois dias, que veio à capital do Pará com um casal de filhos.
Na conversa com Ismaelino Pinto, Francisco Cézar conta que ele tem formação em Direito. Formado, abriu um escritório e trabalhou no ramo por cinco anos. No entanto, depois, conheceu o advogado Antônio Zacarias Lindoso, culto, que gostava muito de escrever, e Cézar se identificou com isso. Francisco foi trabalhar com ele, e, em janeiro de 1976, Romulo Maiorana colocou na coluna "Repórter 70" uma notícia dizendo que, em breve, a TV Liberal iria ser inaugurada e ele estava convocando pessoas para a área de comunicação, principalmente pela televisão, a fim de apresentarem para fazer um teste.
Mesmo sem ter tido alguma experiência nessa área profissional, mas gostava muito de ler jornal e ouvir rádio -- ele lia em tom radiofônico o contéudo do jornal impresso para a mãe, à noite --, Francisco Cézar comentou a notícia com o Antônio Lindoso, muito amigo de Romulo Maiorana. Lindoso perguntou, então, a Cézar (com 28 anos de idade) se não gostaria que ele o apresentasse ao Romulo, argumentando que Francisco tinha uma boa estampa e ótima dicção. Ao ser apresentado ao fundador do Grupo Liberal, Francisco Cézar teve um teste agendado, fez treinamento com o saudoso Walter Bandeira e foi selecionado como apresentador. A partir daí, começa a história do Astro na TV.