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Lourdes Barreto é a convidada especial do Conversa com Bial para falar sobre sua história de vida

A ativista também falou sobre luta pelos direitos das mulheres, maternidade, e combate ao preconceito. O programa vai ao ar hoje após o Jornal da Globo, às 1h10

Amanda Martins
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Na noite desta quinta-feira (05/12), Lourdes Barreto, ativista dos direitos humanos e feminista reconhecida internacionalmente, será a convidada do programa Conversa com Bial, do apresentador e jornalista Pedro Bial. A entrevista, que vai ao ar após o Jornal da Globo, a partir das 1h10 da madrugada, estará disponível na plataforma Globoplay. Lourdes estará acompanhada por sua filha mais velha, Leila Barreto, e abordará temas relacionados à sua trajetória na luta pelos direitos das profissionais do sexo, maternidade e combate ao preconceito. 

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Fundadora da Rede Brasileira de Prostitutas, com Gabriela Leite, Lourdes fixou residência em Belém nos anos 50

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Ativista da luta por direitos humanos e das mulheres, Lourdes completou 80 anos.

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O dia 2 de junho é marcado pelo Dia Internacional da Prostituta. Em entrevista, ao portal O Liberal.com Lourdes buscou quebrar preconceitos da profissão e o que falta a classe das profissionais do sexo conquistar

Sobre o convite para participar do Conversa com Bial, Lourdes afirmou em entrevista que ficou emocionada e realizada. “Falar da minha autobiografia é falar da história das mulheres, da violência contra elas, e de uma identidade forte, quebrando estigmas e preconceitos. Além disso, foi uma honra vivenciar esse momento ao lado da minha filha, uma grande mulher e companheira”, disse ao Grupo Liberal. “Bial foi um anfitrião generoso e cuidadoso”, acrescentou. 

Lourdes contou que durante a entrevista foram abordados temas importantes ligados à sua trajetória política de mais de oito décadas. “A maternidade é um favor político e determinante. Nem toda mulher nasce para ser mãe, mas para mim foi uma honra criar meus filhos e lutar pelos direitos de todas as mulheres”, ressaltou. 

A ativista destacou ainda a importância de programas como o de Bial para amplificar lutas sociais e desmistificar preconceitos contra trabalhadores sexuais. “A prostituição existe e vai continuar existindo. Falar disso na Globo ajuda a sociedade a compreender a nossa luta pelos direitos das mulheres, pela educação e pelo combate à violência”, afirmou Lourdes. 

Nesta semana, Lourdes foi incluída na lista das 100 personalidades femininas mais influentes do mundo, elaborada pela BBC. A organização britânica destacou seu papel transformador e sua resiliência. Ela divide o reconhecimento com outras brasileiras como a ginasta Rebeca Andrade e a bióloga Silvana Santos.

"Esse reconhecimento é pequeno diante da nossa luta. Trabalhei pela prevenção do HIV, pelos direitos das mulheres e contra o tráfico humano. Transformei minha vida em um movimento social que fez a diferença", destacou Lourdes.

UMA TRAJETÓRIA DEDICADA À LUTA 

Nascida na Paraíba, Lourdes teve uma infância marcada por violência doméstica e sexual. Aos 14 anos, deixou a casa da família e iniciou uma jornada que a levou por diversos estados até fixar residência em Belém, nos anos 1950. 

"Resolvi ser uma mulher livre, usufruir desse direito após tudo o que aconteceu. Encontrei acolhimento na prostituição", declarou, cuja autobiografia, ‘Lourdes Barreto: Puta Biografia’ (Editora Paka-Tatu), aborda tanto sua história de vida quanto eventos marcantes da história brasileira, como a ditadura militar.

Ao longo de sua vida, Lourdes se tornou uma referência no movimento de organização das prostitutas no Brasil. Em 87, fundou, ao lado de Gabriela Leite, a Rede Brasileira de Prostitutas, a primeira organização do gênero na América Latina. Em 90, criou o Grupo de Mulheres Prostitutas do Estado do Pará (Gempac), que luta pela valorização da identidade de mulher e trabalhadora sexual, pela prevenção do HIV/Aids e contra o tráfico humano e a exploração sexual de crianças e adolescentes.

Lourdes reflete sobre como sua vida pessoal foi transformada em um movimento político. "Transformei minha vida em um grande movimento social, enfrentando estigmas, preconceitos e violência. A maternidade, para mim, foi e continua sendo um fator político determinante”, acrescentou. 

Além de ativista, Lourdes é mãe de quatro filhos, avó de dez netos e bisavó de dez bisnetos, e reconhece na família a força para continuar lutando. "Com todas as dificuldades, cuidei, amei e valorizei minha família. Essa luta é permanente e está sempre atrelada ao amor e à dedicação”, disse. 

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