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Ivan Baron, o 'influenciador da inclusão', fala sobre trajetória e a luta anticapacitista

Ivan Baron começou em 2018, de maneira despretensiosa, e hoje já ultrapassa 480 mil seguidores em suas redes sociais; confira a entrevista em vídeo

Emanuele Corrêa

O pedagogo e influenciador digital Ivan Baron faz sucesso nas redes sociais com seus conteúdos sobre diversidade e inclusão. Na luta anticapacitista, utiliza o bom humor e linguagem acessível para falar sobre deficiência e respeito. Em entrevista exclusiva a redação de O Liberal o "influenciador da inclusão" como é conhecido contou sobre a sua luta, a proporção que sua imagem ganhou e seus planos para o futuro. 

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3. Como pedagogo, qual a importância dos conteúdos educacionais nas redes? 

A faculdade de pedagogia me ajudou no caminho de criação de conteúdo e foi lá que eu aprendi como alcançar as pessoas, com um discurso afetuoso e didático. Eu tenho um cuidado com o público infantil. Quanto mais cedo começarmos a falar de assunto que são tabus para os adultos, com as crianças – respeitando a suas fases, mas falando de forma lúdica – , podemos introduzir os assuntos sobre respeito e a diferença. Que o coleguinha que não anda, que não fala com a boca, mas se comunica com as mãos, pode brincar e merece respeito. Quando eu era criança, infelizmente, isso não era debatido. E eu não culpo meus colegas, mas sim os adultos que não introduziram o adulto. Existem termos que não devem ser utilizados. Não somos heróis. Queremos que nossas vivências sejam naturalizadas e não normalizada, porque não é que alguém seja normal.


4. Qual foi a melhor e maior experiência como influencer?

A experiência de representar um filme da Disney, “Elementos”, foi o mais significativo. O Ivan criança se sentiria orgulhoso. Eu cresci assistindo a Disney e não tinha nenhum personagem que eu pudesse me reconhecer. Então, na idade adulta, representar esse personagem foi importante. É lindo! Que mais pessoas com deficiência tenham essa oportunidade. E o filme é lindo, com uma mensagem sobre amizade, respeitar as diferenças, é incrível!

 

5.  Afetividade, como percebes esse assunto para PCDs?

Namorar é uma palavra muito forte, quando uma pessoa não tem deficiência e alguém PCD. Geralmente é para usar nossos corpos para o prazer momentâneo. Falar sobre autoestima, amor próprio… Ter um corpo com deficiência e amar esse corpo é um ato político. Porque quando somos crianças não somos ensinados a amar nossos corpos. Não devemos aceitar migalhas e sim o que merecemos. Quantas pessoas com deficiência você já namorou? Será que seu amor é inclusivo? Além disso, será que ele é anticapacitista? Será que seu amor está pronto para segurar a barra? E se sim, é apenas um casal como todos os outros. As pessoas ainda acham extraordinário, mas [na relação] é igual ao que vocês fazem com os namorados e namoradas de vocês.

 

6. O que desejas para o teu futuro?

Meu desejo é continuar alcançando públicos diferentes. É a partir do incômodo que geramos avanço. E rodar o Brasil com as minha palestras. Tenho uma novidade envolvendo representatividade PCD pela frente, mas não posso dar detalhes. Mas vem muita representatividade PCD!

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