Inesita mostra o carimbó com o rock no single 'Vertical'

O single já está disponível em todas as plataformas digitais.

Bruna Lima
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A musicista paraense Inesita resolveu fazer das angústias o encontro do carimbó com o rock por meio da nova música "Vertical". O single será lançado nesta sexta-feira (18) em todas as plataformas digitais. Praticamente instrumental, foi gravado durante a pandemia em um momento de reflexão da compositora. 

Há mais de 10 anos, Inesita vem fazendo parte da música paraense tocando com vários artistas. Mas em 2017 ela apresentou o lado compositora ao mundo com o primeiro EP, “Normal de Pedra”. 

“Resolvi experimentar nesse single a música instrumental porque, na realidade, é o natural. Digo que é natural porque eu sou instrumentista. Meu lance, minha liga, é tocar mesmo. Aí nasceu ‘Vertical’ que fala de força, que pede pra gente avançar. E foi como essa música surgiu. Eu tava pra baixo por conta desse ano massacrante, desse desgoverno, injustiças, preconceitos, enfim... decidi lançar o single e foi o que me puxou pra cima, vertical mesmo”, conta a artista.

Inesita diz que sempre foi amante do rock, era o ritmo que ouvia na maior parte do tempo, era o que pesquisava, principalmente sons dos anos 60 e 70. "Com o passar do tempo, quando saí da minha toca e fui pra rua, os curimbós e os ritmos paraenses entraram na minha vida e eles entraram de forma arrebatadora, mostrando toda a riqueza e a força da música daqui. A gente se sente, realmente, pisando no nosso solo, a gente passa a entender o som, a gente passa a entender a nossa terra e, consequentemente, a gente passa a se entender. Depois dessa explosão de trovão que são os tambores daqui, é impossível não colocar na minha música. É pegar influências, jogar no liquidificador e bater tudo”, explica Inesita.    


Ela diz também que o que coloca no papel, o que transforma em música, são suas percepções do mundo, o que arrebata, o que toca, o que enfurece, o que a faz feliz.

"As letras falam de liberdade, feminismo, falam do nosso "progresso", das injustiças sociais, das trocas de valores, falam sobre criar expectativas. A gente precisa devolver de algum jeito, jogar pro mundo de alguma forma, tudo o que a gente recebe dele. E o meu jeito é a música", completou a artista. 

 Em 2018 produziu o álbum “Cinza” misturando diferentes ritmos regionais, mas com a potência do rock. E para 2021 a artista planeja compor bastante e lançar um álbum full com 10 músicas. "Essa é a meta e vai rolar. Vamos esperar a vacina e que o mundo saia mais fortalecido e humano", observa.

A artista já tocou com Sammliz, Liége, Leo Chermont e Elder Effe, mas foi depois do fim de sua banda, “A República Imperial”, que decidiu lançar o projeto solo. 

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