II Encontro de Abridores de Letras realiza evento de valorização da arte ribeirinha em Belém
A programação acontece de 26 a 29 de novembro, com oficinas, rodas de debate e temáticas de fortalecimento dos artistas populares
O Palacete Pinho recebe, nesta terça-feira (26), II Encontro de Abridores de Letras, uma programação voltada para estimular os artistas populares da Amazônia através de diversas temáticas, rodas de debates, oficinas e muito mais.
O evento realizado pelo Instituto Letras Que Flutuam (ILQF) segue nos dias 27, 28 e 29 de novembro, na Bienal das Amazônias e marca o início da programação que celebra 100 anos do ofício dos Abridores de Letras no Pará, que acontece em 2025.
A abertura da programação ocorre às 16h e conta com 27 abridores de diversas regiões ribeirinhas do Pará, que estarão participando das diversas atrações do evento.
Programação
O público que visitar o Palacete Pinho vai poder curtir o bate-papo “Por onde estas Letras navegam? - Horizontes possíveis". A iniciativa promoverá tópicos de debate sobre a Amazônia influenciar fortemente as produções de artistas pertencentes à região. A programação discutirá estratégias de valorização do ofício dos artistas ribeirinhos; oportunidades de geração de renda a partir da economia criativa nas comunidades amazônicas, além de editais e ações de fomento.
A mesa que irá conduzir o bate-papo será composta por Elis Miranda, geógrafa e professora da Universidade Federal Fluminense (UFF); Laura Rocha Santos, doutoranda em Desenvolvimento, Sociedades e Territórios, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, de Portugal; e Fernanda Martins, diretora do ILQF
Outro bate-papo oferecido durante a programação é o “Que Direito é esse que nós temos sobre nossas letras?”, que traz em sua temática a necessidade de discutir como defender os direitos autorais dos artistas.
A conversa será conduzida por José Benatti, advogado, mestre em Direito e doutor em Ciência e Desenvolvimento Socioambiental (UFPA), professor titular da graduação e pós-graduação em Direito. O Encontro promove ainda o debate “Eu vi um barco com uma letra linda, vou fazer um mais bonito!”, uma reflexão sobre a prática do abridor no estaleiro, a cópia e apropriação.
Além das rodas de conversa, a programação envolve a oficina de miriti ministrada por mestres artesãos. A ideia é que durante a atividade haja uma troca de conhecimentos entre os artistas populares, que poderão utilizar suas novas técnicas para criar produtos e brinquedos de miriti
Os ribeirinhos também irão participar de um workshop de redes sociais, com noções práticas de captação de fotos e vídeos, e introdução à edição de vídeos. O objetivo é transmitir conhecimentos de comunicação e tecnologia para lidar com a internet e redes sociais, a fim de que os artistas possam utilizar novas ferramentas para divulgar e vender seus produtos.
Arte ribeirinha
De acordo com a diretora do ILQF, Fernanda Martins, um dos objetivos da programação é reconhecer e valorizar as obras da cultura popular que não recebem a devida atenção e remuneração de seus artistas.
“A gente precisa defender que a cultura ribeirinha não é domínio público. A cultura popular tem autoria, mas ela é invisibilizada. E nossos esforços são para garantir a defesa desse fazer cultural, a valorização dos artistas ribeirinhos e sua justa remuneração, para que essa cultura seja fortalecida e permaneça viva. Esses debates são especialmente relevantes neste contexto de COP 30, quando se fala em economia sustentável, economia criativa, e da importância dos povos da floresta para a preservação da Amazônia”, destaca Fernanda Martins.
O II Encontro de Abridores de Letras é uma realização do Mapinguari Design e Instituto Letras Que Flutuam, em parceria com o Centro Cultural Bienal das Amazônias. O II Encontro de Abridores de Letras tem patrocínio da Equatorial Pará, por meio da Lei Semear.
Serviço:
II Encontro de Abridores de Letras reúne artistas da Amazônia em Belém.
Data e Local: 26 de novembro no Palacete Pinho, às 16h; e dias 27, 28 e 29, na Bienal das Amazônias
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