Herança de Ruy Barata continua presente
No 30º ano sem o autor, internet se mostrou palco para que artistas e amigos relembrassem a importância do poeta
Após 30 anos da partida de um dos maiores poetas paraenses, a herança de Ruy Guilherme Paranatinga Barata continua viva na lembrança de parceiros, amigos, familiares e fãs da obra que marcou gerações. As homenagens para Ruy Barata, que completa hoje 30 anos de falecimento, chegam a uma nova plataforma inimaginável quando o poeta partiu em 1990 - a internet. Vários artistas cantarão músicas ou lerão versos de Ruy em lives nas redes sociais. Uma parte destas homenagens está disponível na página do Facebook Centenário Ruy Barata.
As homenagens presenciais para Ruy Barata, que completaria 100 anos no dia 25 de junho, foram adiadas. Estavam programados livros, espetáculos e apresentações musicais de parceiros, porém a pandemia de Covid-19 adiou os planos sem expectativa de novas datas por enquanto. Mesmo assim, os amigos decidiram homenagear o poeta, escritor e compositor cada um a sua maneira pela internet. Todos serão utilizarão a hashtag #30AnosSemRuy.
“Ia ter um show que iria envolver vários artistas de Belém, vários atores, e performances, mas houve a pandemia, e como não queremos deixar a data em branco, muitos vão fazer lives e fazer suas homenagens na internet. Vamos publicar no Facebook Centenário Ruy Barata”, explica Tito Barata, coordenador do projeto Centenário Ruy Barata. Um grande musical estava sendo preparado sobre a vida e a obra de Ruy, mas também teve que ser adiado.
Uma dessas homenagens será do projeto “Poesia na Uepa”, que mobiliza alunos e professores da Universidade do Estado do Pará (UEPA) pelo perfil na rede socia Instagram. Toda a quinta-feira (23) será dedicada a leituras e homenagens ao poeta paraense. Outra que fará uma homenagem musical para Ruy Barata será o amigo Cabinho Lacerda. “Eu fico emocionado quando falo do Ruy. Ele foi uma pessoa muito importante no começo da minha carreira. Foi pouquíssimo o tempo que a gente conviveu, mas foi marcante”, declara. Cabinho compôs a música “Praça Vazia” em homenagem ao amigo.
Ele lembra quando leu no jornal O Liberal um poema de Ruy Barata intitulado ABC do Chico Sena. Cabinho pegou o poema criado em estilo cordelista e musicou. Em um dia quando estava andando encontrou Ruy e lhe mostrou a música. “Como era estilo de cordel, eu fiz uma música baseada na cultura nordestina. Encontrei o Ruy no Bar do Parque e mostrei para ele. Puxei o violão e disse fiz uma música do seu poema. Toquei e depois ele disse ‘pronto, já somos parceiros’. A gente estava ensaiando fazer canções, mas ele partiu antes”, relembra o amigo.
A expectativa é que o calendário de ações do centenário de Ruy Barata seja reorganizado. Estão planejados a reedição do primeiro livro de poesias “O Anjo dos Abismos”, de 1943, audiolivros com novas versões das canções de Ruy Barata com Paulo André Barata e outros parceiros, um livro das obras poéticas completas de Ruy Barata e ainda uma biografia escrita por Denilson Monteiro, mesmo autor de outras biografias como “A Bossa do Lobo: Ronaldo Bôscoli” e “Divino Cartola: Uma vida em verde e rosa” (2013).
“Eu fico muito feliz com as homenagens porque são as velhas e as novas gerações. A personalidade do Ruy é contada oralmente e as pessoas ficam fascinadas, querendo conhecer um pouco mais. Recebi afagos e contribuições de garotos de 18 a 22 anos de idade, e das velhas gerações, os amigos. O Ruy tinha muitos jovens amigos de 15 anos e 20 anos de idade com quem ele conversava, essas pessoas hoje tem 50 anos ou 60 anos e acham uma forma de homenagear o espírito do poeta. Nós ficamos muito felizes por ter essa lembrança”, destaca Tito.
Confira algumas homenagens ao poeta nas redes sociais:
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