Grupo Vaiangá busca apoio para apresentar cultura paraense em festival
Para custear passagens, hospedagem, entre outras necessidades, o grupo Parafolclórico iniciou uma campanha de financiamento coletivo no valor de R$ 200 mil
Representar a cultura paraense onde quer que esteja é um dos ideais do grupo Parafolclórico Vaiangá, que há 36 anos realiza apresentações artísticas em todo o Brasil. Do dia 26 de julho a 10 de agosto, os paraenses estarão em Portugal para participar de festivais internacionais de dança, uma oportunidade única que necessita de apoio financeiro.
Composto de 30 integrantes, entre músicos, dançarinos e diretoria, o grupo Vaiangá será o único representante do Brasil no festival 16° Moreira Folkfest, que acontece na Cidade de Maia, de 26 de julho a 3 de agosto. Depois, os artistas paraenses se apresentam no Folk Cinfães, também em Portugal, de 3 a 10 de agosto.
Visando obter recursos para a participação nestes eventos, o grupo iniciou na internet uma campanha de financiamento coletivo, no site Vakinha. A meta é atingir R$ 200 mil, valor necessário para pagar todos os custos relacionados à viagem, com o único objetivo de apresentar ao mundo a cultura paraense.
Secretária e dançarina no grupo, Márcia Ribeiro conta que o grupo sempre se apresentou em festivais por todo o Brasil, mas apenas recentemente vieram os convites para representar a cultura fora do país, um novo desafio que necessita de apoio financeiro.
“A gente vem galgando esse espaço há 36 anos e durante esse tempo sempre participando de vários festivais nacionais e internacionais, mas dentro do Brasil. Somos uma entidade sem fins lucrativos e a maioria dos nossos integrantes são jovens, ainda estudantes que não têm emprego, por isso nunca tivemos a intenção de fazer viagens para fora do país. Mas aí surgiu o convite do secretário da Organização Internacional de Folclore e Artes Populares (IOV) para a participação em eventos internacionais. Hoje integramos essa organização, mas ainda há dificuldade para custear essas viagens”, comenta Márcia, ressaltando que neste ano, o grupo foi selecionado pelo Programa de Intercâmbio Cultural do Ministério da Cultura.
Realizando e produzindo cultura paraense há décadas, o grupo Vaiangá traz como sua identidade diversas representações artísticas, incluindo o carimbó, o retumbão, as lendas folclóricas e tantas outras produções únicas da Amazônia. Márcia ressalta que a diversidade cultural está sempre presente nos festivais em que o grupo se apresenta.
“Realizamos uma releitura do que é tradicional, apresentando o carimbó como prato principal, mas também outras danças como o xote, lundu, coreografias montadas de autores paraenses e músicas autorais também. Temos uma dança, por exemplo, chamada ‘farinhada’, que faz referência a Americano do Pará. Também apresentamos lendas amazônicas, como a dança do boto, matinta pereira, tambatajá, é tudo nosso mesmo, regional”, explica a dançarina.
Animada com a possibilidade de representar o Pará em um festival internacional, a dançarina comenta que tem orgulho da cultura paraense, principalmente em um momento onde o mundo direciona o olhar para o estado, com a chegada da COP 30.
“Todas as vezes que nós participamos de algum festival internacional o Pará é muito esperado, por causa da diversidade cultural que apresentamos. Por conta da COP 30, temos uma responsabilidade ainda maior de representar o Pará, pois vamos levar o nosso trabalho para fora, mostrando para o mundo o que o espera, é um aperitivo do que eles vão encontrar em Belém durante a COP. Para nós é uma honra poder representar o nosso estado e o Brasil, mesmo não tendo o apoio que deveria ter”, expressa Márcia Ribeiro.
Os interessados em ajudar o grupo Parafolclórico Vaiangá, devem entrar no link do site Vakinha e depositar qualquer valor. As transferências podem ser efetuadas via pix, disponível na chave 4882556@vakinha.com.br.
Sobre o grupo
O grupo Parafolclórico Vaiangá foi fundado em 1° maio de 1988, pela Mestra Maria de Nazaré do Ó Ribeiro, conhecida como Mestra Nazaré do Ó, que é atualmente Guardiã da Galeria dos Mestres Imortais da IOV. A entidade sem fins lucrativos é formada por 36 pessoas, que se dedicam a apresentar a cultura paraense em diversos festivais pelo mundo.