Fumbel anuncia 212 contemplados da Lei Aldir Blanc
A 2ª e última etapa da mostra competitiva fez nova seleção entre os 547 contemplados na 1ª etapa.
A Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel) publicou a lista final dos 212 produtos contemplados na segunda e última etapa da mostra competitiva do Edital 003/2020. A nova seleção foi realizada entre os 547 contemplados na primeira fase para ratear o recurso restante de R$ 1.751.859,99 advindo por força da Lei Aldir Blanc (Lei Federal 14.017/2020), que instituiu a renda emergencial para agentes da cultura durante a pandemia. A lista completa dos selecionados está disponível no site fumbel.belem.pa.gov.br.
Os produtos selecionados são vídeos descrevendo os trabalhos desenvolvidos por artistas individualmente e também em duplas, trios e coletivos, bem como por espaços culturais que atuam nas áreas da música, artes cênicas, audiovisual, artes visuais, patrimônio cultural material e imaterial, expressões corporais e coreográficas, literatura/ livro/ leitura, culturas originárias e artesanato.
A etapa inicial disponibilizou premiações-base que variaram de R$ 4.250 a R$ 20.750, totalizando R$ 8.164.250,99 em recursos. Na ova seleção, que liberou um recurso extra para 212 selecionados, levou em conta a qualidade técnica e artística dos vídeos produzidos.
Entre os contemplados está o violonista e professor Salomão Habib, que ficou em 4º lugar na mostra competitiva na categoria individual de música. “Gravei um vídeo sobre a evolução do violão, desde a origem com o saz, espécie de alaúde turco datado de 1.800 a.C., até o violão na atualidade”, descreve. “O primeiro professor de violão do Pará foi Tó Teixeira, que também foi o primeiro negro a subir no palco de concertos. Antes do Sebastião Tapajós, todos os violonistas eram negros. A elite tocava piano e violino”.
A Escola de Danças Clara Pinto ficou empatada em primeiro lugar com Ana Unger Centro de Dança e Fitness como espaço cultural de expressões corporais e coreográficas. “Enviei um vídeo sobre o meu projeto ‘Raízes da Amazônia’, que trabalha com linguagens da dança, desde o clássico ao contemporâneo, incluindo a regional, com os bailarinos da Escola de Danças Clara Pinto. Fiquei feliz com a seleção. Todo mundo está precisando, o Brasil está passando por dificuldades. É um reconhecimento do trabalho que a gente faz”, celebra Clara Pinto.
O Instituto Nangetu, coordenado pela afro-religiosa Mãe Nangetu, ficou em primeiro lugar como espaço de culturas originárias. “Enviei um vídeo contando a minha trajetória de militante feminista e do movimento negro e também das ações culturais que realizamos no espaço”.
“É importante o apoio aos espaços culturais. É um valor que ajuda a quitar algumas contas para a manutenção dos espaços e dos funcionários, já que estamos parados. A pandemia continua não podemos aglomerar, fazer projetos. A gente precisa que a Lei Aldir continue até o final de 2021”, defende Rennée Chalu, sócia-fundadora do Se Rasgum, que ficou em segundo lugar entre os espaços culturais de música.
Os vídeos passam a integrar o Acervo Multicultural de Belém, disponibilizado em plataforma institucional da Fumbel. Sobre o pagamento dos prêmios, a fundação alegou problemas na realização do depósito efetuado via Banco do Brasil, mas assegurou que não há risco de devolução dos recursos e que serão efetuados assim que possível nas contas informadas no ato da inscrição. Mais informações pelo e-mail aldirblancfumbel@gmail.com e atendimento on-line de segunda à sexta-feira, das 8h às 17h.
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