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Festival realça a comicidade feminina amazônida na cultura popular, no Guamá

Funcionando como um espaço para troca de conhecimentos, evento começa nesta quarta (11) e vai até domingo (15), com espetáculos na praça Benedito Monteiro, no Guamá

Eduardo Rocha

A expressão "vem ca tua graça, vem!" revela muito do jeito extrovertido e bonachão do paraense. Por isso, ela ilustra o II Festival Internacional de Mulheres Cômicas do Pará que o coletivo Preciosas Ridículas – Núcleo de Mulheres Cômicas de Belém promove a partir desta quarta-feira (11) até este domingo (15), na praça Benedito Monteiro, no bairro do Guamá, com entrada franqueada ao público. A programação reúne oficina de comicidade feminina e apresentação de um espetáculo a cada noite no local, a partir das 20h. O foco é a cultura popular e o acesso das pessoas que moram nas periferias a eventos culturais envolvendo artistas convidadas do Brasil e da América Latina; um cabaré - cenas curtas - de mulheres cômicas, com números e cenas das artes do circo, como acrobacia, malabares, palhaçaria e outras atrações.

Nesta quarta-feira (11), às 20h, o público confere no festival o espetáculo "Espetáculo: Égua Du Cabaré", com atrizes do Pará e dos estados do Maranhão, Distrito Federal, Pernambuco, São Paulo e Tocantins, incluindo a mestra da palhaçaria Antonia Vilarinho (MA/DF), incluindo palhaças, bufas e matutas. Nesta quinta-feira (12), será a vez de "Circuluz Brincante", com Raquel Franco, de Pernambuco.

Na sexta-feira (13), será apresentado o espetáculo "A Criação do Mundo", com Darina Robles Pérez, do México, com destaque os povos indígenas. No dia 14, sábado, "Kakarecos in solo the Tchello" será apresentado por Dani Mirini, do estado do Acre. O festival tem a parceria dos Palhaços Trovadores, Circo Ver-a-lona, Nossa Biblioteca e Escola de Artes Koringa e apoio Fadesp UFPA. O fomento cultural é da Fumbel e do Ministério da Cultura.

Comicidade

A oficina de comicidade feminina é pautada na cultura popular e suas comicidades na perspectiva feminina afro-indígena. O público estimado é de 1.200 pessoas durante todo o evento que terá a participação de mulheres artistas e pesquisadoras

do Brasil e da América Latina, para debater sobre o tema "Mulher e Comicidades" - atravessamentos artísticos tangenciados pela presença da mulher cômica. Como espaço de troca de saberes sobre a arte da cena pela comicidade feminina, em especial na Amazônia e um olhar feminista, o festival tem uma oficina para 20 mulheres; três espetáculos e um cabaré e debates de discussões sobre a pesquisa da comicidade feminina e suas atuações sócio-políticas culturais.

Como justificativa do projeto, com apoio da Lei Paulo Gustavo, a coordenação do espetáculo destaca que "o circo é uma cultura popular milenar presente em diversas civilizações, é um lugar mágico que nos leva a mergulhar em sonhos, fantasias e emoções". "Dentro deste universo do picadeiro há uma figura ilustre: o palhaço. Este nos faz despertar as nossas mais puras e ingênuas emoções. Quando a máscara clownesca ultrapassa a lona de circo e ganha 'outros picadeiros', sua função conquista novos públicos e alcança outras possibilidades. Seja na lona de circo, no palco, hospital ou na rua, sua prática é sempre atual e necessária: provocar o riso". Nesse contexto, além dos palhaços, atuam as palhaças e palhaces (pessoas não binárias). "A atuação da mulher palhaça, por exemplo, traz processos simbióticos entre a arte e a vida, seus cotidianos e realidades, subvertendo - em cena - estruturas fixas, burlando concepções convencionais através do riso, surgindo, assim, sua dramaturgia pessoal", como repassa a coordenação do festival.

"A contribuição do festival para o público é de poder conferir diversas artes na linguagem da comicidade feminina amazônida e pelo fato de que ele garante o direito de acesso à arte e cultura, a uma troca de experiências entre o público e as artistas", destaca Romana Melo, atriz, palhaça e integrante das Preciosas Ridículas. Ela atua na direção de produção do festival.

Cultura