Festival Marajoara de Cultura Amazônica realiza 5ª edição; Cachoeira do Arari, Soure e Salvaterra recebem programação

O Festival é realizado desde 2018 e não parou durante a pandemia de Covid-19, com edições on-lines

Emanuele Corrêa
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Inspirado na música, artesanato, cerâmica e demais elementos da cultura marajoara que surgiu a ideia do "Festival Marajoara de Cultura Amazônica" (FEMCA), que este ano está na sua 5ª edição. A festa, como os organizadores enfatizam começa hoje, 14, e segue até o próximo domingo, 17, nas cidades de Cachoeira do Arari, Soure e Salvaterra, no Marajó.

O professora Marcelo Carvalho, é integrante do Coletivo Pulsar Marajoara e um dos coordenadores do FEMCA. Junto com oito amigos, criaram o coletivo e posteriormente o Festival, após perceberem que alguns elementos e artistas da cultura popular estavam perdendo força nos eventos oficiais. "Mestres e Mestras, grupos, músicos, [demais elementos da cultura] não eram valorizados como mereciam. A partir deste diagnóstico, resolveu criar o movimento cultural que originou o Coletivo, e em seguida, o Festival, isso em 2018. Hoje o Coletivo conta com seis integrantes fixos e uma extensa rede de colaboradores, dentre eles UFPA, UEPA e a AMPLI, além é claro de parceiros locais das cidades marajoaras de Cachoeira do Arari, Soure e Salvaterra, como associações quilombolas, a AMPAC e o Museu do Marajó", destacou.

O Festival é realizado desde 2018 e não parou durante a pandemia de Covid-19, relembrou Marcelo, que conta que nos anos de 2020 e 2021 adaptaram para o formato virtual, com lives. Na edição de 2022, o organizador celebra a vacinação, que permite as mudanças no cenário pandêmico e a volta ao presencial. "Foi realizado em lives, sem presença de público, foi uma forma de manter os grupos e artistas em atividades. Este ano, graças às vacinas, estaremos de volta às ruas, praças e palcos com presença do público que tanto admira a cultura popular.

Segundo Marcelo, a programação é ampla, conta com 12 grupos do Marajó, mas abrange também artistas de outras regiões paraenses. "Teremos artistas, grupos e mestres destas cidades e de outras regiões do Pará. O Coletivo Pulsar Marajoara acredita que este intercâmbio cultural ajuda a fortalecer a cultura local das cidades marajoaras e também faz a arte e a música circularem por todo o Estado, criando e fortalecendo uma rede de reciprocidades", declarou.

O organizador reforça a necessidade de festivais e incentivo para que a cultura permaneça se fortalecendo. Destaca que os eventos, em grande parte, são gratuitos e acontecem durante quatro dias, em três cidades, devido às leis de incentivo à cultura. E reforçou o convite ao público. "O público pode esperar uma verdadeira imersão na cultura popular Marajoara, dançar muito carimbó, brincar com o búfalo Bumbá, cantar o carimbó chamegado de Dona Onete, enfim, se divertir muito e reverenciar nossos Mestres e Mestras, aprender e respeitar a suas sabedorias, seus fazeres acumulados em décadas de tradição e ancestralidades", afirmou.

"Um diferencial desta edição será uma roda de conversa que ocorrerá na sexta-feira, 15, de manhã, de 9h às 12h, com o tema: 'Cultura Popular: fomento, fruição, identidade, tradição e diversidade', que será mediado pelo professor Dr. Valcir Bispo dos Santos da UFPA e terá como convidados Mestre Damasceno (Salvaterra), Mariane de Castro (Observatório do Marajó), Edson Catendê (Ita Lemi Sinavuru), Ronaldo silva (Arraial do Pavulagem), Allan Carvalho (SECULT), Silvan Galvão (Santarém) e Mestre Hermes (Kuatá – Alter do Chão). A expectativa é fortalecer os artistas locais a partir do detalhamento da cadeia produtiva da música, parte integrante do que chamamos de economia criativa", concluiu.

O artista Allan Carvalho, que participa do festival, celebra a parceria com Ronaldo Silva, compositor, pesquisador e ativista cultural, fundador do Arraial do Pavulagem neste encontro no palco do festival. "Participo desde a 1ª edição do Festival e sempre me emociono mais a cada ano. Participar ao lado de uma das maiores referências da cultura marajoara, como Ronaldo Silva, é uma emoção bem maior. Sem dúvida, um evento de cunho histórico que envolve muitas personas detentoras de saberes profundos da cultura da floresta. Estar ao lado destes mestres e mestras é um ouro que se leva pra vida", disse o artista.

A programação reúne 12 grupos do Marajó: Acauã, Grupo da Melhor Idade Lar do Arari, Unidos do Marajó, Nativos Marajoara, Encanto Marajoara, Tambores do Pacoval, Cruzeirinho, Eco Marajoara; Dragões de Soure, Aruãs, Sabor da Ilha e Paracauari. Teremos homenagens aos Mestres Piticaia (Cachoeira do Arari), Mestre Zampa (Comunidade Quilombola do Bairro Alto), Mestre Damasceno (Salvaterra), Mestre Dikinho (Soure) e Mestra Tia Amélia (Soure). Também serão homenageadas as cantoras Nazaré Pereira e Dona Onete.

Ao longo dos quatro dias, nos três municípios também passam: DJ Ananindeusa, Ronaldo Silva, Allan Carvalho, Jeff Moraes, Ita Lemi Sinavuru, Atrás do Tempo, Grupo Mayaná; Nazaré Pereira, Luizinho Lins, Na Cuíra, Dona Onete, Som do Pau Oco, Banda Instrumental Estrela do Norte e Felipe Cordeiro. Além dos Shows na programação de rua acontecerão os cortejos culturais do Cruzeirinho, do Carimbloco, em Soure e o Carimbúfalo do Mestre Damasceno, em Salvaterra.


Serviço

Evento: 5º Festival Marajoara de Cultura Amazônica
Período: de 14 a 17 de julho de 2022
Locais: municípios de Cachoeira do Araria, Salvaterra e Soure
Mais informações: página no Facebook do Festival 

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