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Festival de Pau e Corda do Carimbó da Pedreira para o mundo

Esse ano a programação começa neste sábado (22) e vai até o próximo dia 30 de maio com apresentações de grupos, bate-papo, oficinas, dança e programação infantil.

Bruna Lima

Mais um ano que a rua Álvaro Adolfo, no bairro da Pedreira, mais conhecida como a rua do carimbó, vive o Festival de Pau e Corda de Carimbó bem diferente: on-line, sem o calor humano e bem antes da data que ocorre normalmente, já que tradicionalmente é realizado no mês de agosto, em homenagem ao dia nacional do folclore e ao dia Municipal do Carimbó, data de morte do mestre Verequete. Esse ano a programação começa neste sábado (22) e vai até o próximo dia 30 de maio com apresentações de grupos, bate-papo, oficinas, dança e programação infantil.

Jason Leão, que é um dos integrantes do grupo Sancari e também organizador do evento, explicou que a antecipação da data é em virtude de prestação de contas à Lei Aldir Blanc, que está patrocinando o projeto. " Nós fizemos a inscrição pelo edital da Fundação Instituto para o Desenvolvimento da Amazônia (Fidesa) e tínhamos até junho para apresentar, mas quando tudo voltar ao normal vamos voltar para a nossa data tradicional", disse Jason.

O músico e produtor acrescentou que a equipe organizadora enfrentou diversas dificuldades para realizar a programação, já que desde o ano passado o formato vem sendo virtual, mas ainda sim considera que o processo é novo. "Realizar um evento desse não é nada fácil, ainda mais on-line, pois temos que lidar com diversas situações e condições novas", pontuou.

As gravações foram feitas em várias etapas. Teve a etapa das apresentações dos dez grupos de carimbó, que foi realizado no Ná Figueredo. Teve a fase de gravação realizada na própria rua Álvaro Adolfo com a apresentação das brincadeiras tradicionais e oficinas de percussão, banjo e dança. Além das gravações de rodas de conversa e bate-papo  sobre produção executiva em projetos de baixo orçamento.

Todo esse conteúdo será disponibilizado durante nove dias  pelo canal do youtube do Festival de Pau e Corda do Carimbó. Diante de todos os obstáculos, um ponto positivo citado por Jason Leão é que por meio do formato on-line pessoas do mundo todo vão poder conhecer a festa que já ocorre há 13 anos, no bairro da Pedreira.

"O lado bom é que estamos tendo condições de mostrar para o mundo todo. Mas a gente não vê a hora de tudo normalizar para voltar com a festividade, com as crianças na rua e todo mundo dançando. Nós gostamos do calor humano", disse Leão.

O evento faz parte do circuito de Carimbó Zimba Pará e foi criado dentro do movimento do Carimbó pela moradora da Passagem Álvaro Adolfo e produtora, Neire Rocha, que atua em conjunto com os moradores da passagem e o grupo de Carimbó Sancari.

Neste ano, a programação musical conta com o clássico show do grupo de Carimbó Sancari, com a participação do banjista de Marapanim(PA), Alan Chaves, a cantora e compositora de Cachoeira do Arari (PA), Jesus Rodrigues, e o filho e neto de mestre Verequete, Augusto Carlos Oliveira rodrigues e Felipe Barbosa Rodrigues.

Doações 

Além da programação cultural e de oficinas, o Festival Pau & Corda do Carimbó também está realizando uma campanha de arrecadação de fraldas e material de limpeza para a entidade sem fins lucrativos "Lar do Menino Jesus", que atende e acolhe com moradia e alimentação, pessoas em tratamento contra o câncer que vem dos interiores do estado do Pará e não têm um local na capital para se cuidar e viver com qualidade, durante a realização do tratamento. Quem quiser saber como contribuir pode acessar as redes do Festival Pau & Corda do Carimbó.

Eterna homenagem ao mestre Verequete

A iniciativa do festival é uma constante homenagem ao mestre Verequete, que deu a honra aos moradores do local de participar da primeira edição. Para quem não sabe, é na rua Álvaro Adolfo que mora Dona Onete, mestre Cizico, mestre Lucas Bragança do Sancari e entre outros mestres que mantém viva a identidade cultural do carimbó dentro da capital paraense.

Há 13 anos, a comunidade prepara a festa no mês de agosto como forma de homenagear esse gênero musical e manter a memória do carimbó e de mestre Verequete. Augusto Carlos Oliveira Rodrigues e Felipe Barbosa Rodrigues, filho e neto de Verequete, participam do festival todos os anos com o grupo de carimbó da família.

Neste ano, a organização do evento entregou à família um banner com a imagem do mestre como forma de agradecer por tudo que ele deixou. Jason Leão disse que é sempre uma honra receber a família do mestre, pois é uma forma de manter vivo todo o legado do carimbó e da cultura local.

“É uma forma muito bonita e rica ter a presença deles, pois se torna mais fácil e verdadeiro mostrar para as gerações atuais a riqueza e a importância de manter uma cultura viva, pois eles viveram com o mestre e seguem tocando o que o mestre tocava”, destaca Jason.

Quem quiser conferir toda a programação é só acompanhar pelo youtube, facebook,  e instagram. Vai ter Roda de conversa "Cultura Popular - trajetórias, perspectivas e pandemia" com Neire Rocha, Deiá Palheta, Jason Leão e Jesus Rodrigues.

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