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Festival de Ópera:'Gianni Schicchi' celebra 100 anos de Puccini no Theatro da Paz

Personagens sobem ao palco para apresentar um drama repleto de humor, intrigas e críticas sociais em meio a melodias e interpretações especialíssimas

Eduardo Rocha
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A partir das 20h desta terça-feira (3), o público em Belém terá a oportunidade de participar de um momento especial das comemorações em escala mundial do centenário de morte do compositor italiano Giacomo Puccini: conferindo a obra "Gianni Schicchi” a ser apresentada nesta terça, na quinta (5) e no sábado (7), marcando o encerramento do XXIII Festival de Ópera do Theatro da Paz. Como atração à parte, pela primeira vez uma mulher irá reger uma ópera em 23 anos do evento, a renomada maestra Ligia Amadio. “Gianni Schicchi” é a única ópera cômica de Puccini.

 O festival é uma iniciativa do é uma realização do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), Theatro da Paz em parceria com a Academia Paraense de Música (APM). Os ingressos estão à venda na bilheteria do TP e por meio do site: www.ticketfacil.com.br. 

 Ardilosos e misturados

A ópera “Gianni Schicchi” é a terceira parte do tríptico operístico de Puccini, composto em 1918, que inclui também as óperas “Il Tabarro” e “Suor Angelica”. O Festival de Ópera do Theatro da Paz já realizou todas as três óperas que compõem o “Il Trittico”. A última vez que “Gianni Schicchi” foi montada no festival foi em 2007. Em 2019, foi a vez de “Suor Angelica” e, em 2021, “Il Tabarro”. Agora, em 2024, o festival traz uma nova montagem de “Gianni Schicchi”.

Baseada em um episódio da “Divina Comédia”, de Dante Alighieri, a trama de “Gianni Schicchi” gira em torno de um ardiloso camponês que, convocado para ajudar uma família a burlar um testamento, acaba se beneficiando da situação com sagacidade e ironia. A ópera é conhecida por sua mistura de comédia e crítica à avareza, além de trazer uma das árias mais famosas de Puccini, "O mio babbino caro". 

A maestra Ligia Amadio destaca: “A ária “O mio babbino caro”, momento em que Lauretta trata de convencer seu pai (Gianni Schicchi) a ajudar a família de seu namorado (Rinuccio) a solucionar o problema do testamento, é uma melodia das mais conhecidas e amadas, não só nessa ópera, mas entre todas as óperas de todos os tempos. Eu não preciso fazer nada em especial, já que Puccini, em sua arte magistral, estruturou a ópera de forma que este leitmotiv, que aparece em outras ocasiões, realize a costura necessária para alinhavar a dramaturgia e realçar os contrastes anímicos e expressivos”.

Para essa maestra, “trabalhar no Theatro da Paz é uma experiência única e irrepetível”. “Tive o privilégio de apresentar-me neste templo da Arte uma única vez em minha vida, no ano de 1986, na comemoração do sesquicentenário de nascimento de Carlos Gomes, como cantora do Coral da Universidade de São Paulo, na célebre apresentação da Orquestra Sinfônica de Campinas e de grande elenco, na ópera ‘Il Guarany’, regida por Benito Juarez, e tendo como protagonistas a Niza de Castro Tank (Cecilia) e Ivo Lessa (Peri). Agora, quase quarenta anos depois, contando com uma carreira internacional relevante, volto a pisar este palco sagrado carregando a responsabilidade e o privilégio de ser a primeira mulher a reger uma ópera do Theatro da Paz...com isso pontuo minha carreira com mais uma importantíssima conquista, não só para mim, mas para todas as mulheres regentes”, ressalta Ligia.

Ela diz que “Gianni Schicchi” é uma obra de grande dificuldade de coordenação. “É uma ópera com permanentes mudanças de tempo e de caráter, com andamentos muito rápidos em que 14 solistas interatuam, muitas vezes todos ao mesmo tempo. Nesse sentido, é uma obra de dificuldades únicas, mas que apresenta um resultado maravilhoso e surpreendente, consumado pela genialidade de Puccini”, assinala a maestra.

Esta edição do Festival de Ópera do Theatro da Paz, como frisa  a diretora artística do evento, Dione Colares, foi pensada como uma experiência rica e variada, com títulos que contrastam  em estilo e emoção, para apreciação do público. 

Nesse sentido, como frisa Dione, a leveza e humor de “Gianni Schicchi” realçam a proposta de oferecer ao público a imersão no mundo da ópera, acessando a diversidade de espetáculos, de vez que como parte do festival foi também apresentado em formato de concerto, em 9 de agosto (abertura do evento) o espetáculo “La Bohème”, uma obra mais densa do próprio Puccini. O musical “O Príncipe do Egito” foi exibido em 24 e 25 de agosto, em parceria com a Fundação Carlos Gomes. Para esta quarta-feira (4), está agendado o  “Recital de Piano Duo Azulay”.

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‘Gianni Schicchi’  revela sentimentos humanos, como a ganância na sociedade

A ópera transcorre na cidade de Florença, no século XIII. Conta a história de uma família nobre que, ao descobrir que o patriarca Buoso Donati deixou toda a sua fortuna para um convento, se vê desesperada para reverter o testamento. Para isso, recorrem ao astuto Gianni Schicchi, um camponês conhecido por sua inteligência e habilidade em lidar com situações difíceis.

Schicchi aceita ajudar, mas, ao perceber a oportunidade de se beneficiar da situação, tem um plano próprio em mente. Fingindo ser o falecido Buoso Donati, ele dita um novo testamento aos notários, garantindo que a maior parte da fortuna seja destinada a si mesmo, para o desespero e a frustração da família. Com uma trama repleta de humor, ironia e uma crítica afiada à ganância.

O ponto alto da ópera é a famosa ária "O mio babbino caro", cantada por Lauretta, filha de Schicchi, que implora ao pai que a ajude a se casar com o jovem Rinuccio. Esta ária tornou-se uma das mais populares do repertório operístico mundial, conhecida por sua melodia lírica e profundamente emotiva. As joias do espetáculo foram criadas pela designer Isabella Blanco, que colaborou estreitamente com o figurinista Fernando Leite.

Serviço: 

O espetáculo estreia no dia 3 de setembro e terá ainda mais duas récitas nos dias 05 e 07 de setembro, às 20h. Os ingressos já estão à venda na bilheteria do TP e por meio do site: www.ticketfacil.com.br. Dúvidas e informações sobre venda de ingressos: (91) 98590-3523. E-mail: bilheteriatdapaz@gmail.com. 



 

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