Festival de Cinema Italiano chega ao Brasil com sessões presenciais e online
A abertura oficial do evento acontece hoje em São Paulo e será apresentada pelo ator Thiago Fragoso
Chega ao Brasil, o Festival de Cinema Italiano, a cerimônia de abertura da décima sexta edição do evento será realizada hoje, com uma sessão especial, para convidados, no Auditório Oscar Niemeyer, no Parque do Ibirapuera. Na ocasião, será exibido o longa “Os nossos fantasmas”, dirigido por Alessandro Capitani, que estará presente no evento. O Festival é organizado pela Câmera de Comércio Ítalo Brasileira de São Paulo, em colaboração com a Embaixada Italiana no Brasil. A abertura contará também com música ao vivo, executada pelo Quarteto Maestro Emmanuele Baldini e o mestre de cerimônia será o ator brasileiro Thiago Fragoso.
Segundo o embaixador italiano no Brasil, Francesco Azzarello, “é preciso reconhecer e enfatizar a importância cultural desse evento em um país com uma fortíssima presença italiana”, destacou. O festival acontecerá entre os dias 5 de novembro e 5 de dezembro, em formato híbrido. O filme de abertura é uma comédia, que será transmitida de maneira inédita no Brasil.
De acordo com a curadora e diretora do festival, Erica Bernardini, o filme de abertura foi escolhido pela boa aceitação que a obra teve no Festival de Cinema de Veneza, ano passado. “Esse é o segundo filme de Capitani, que volta a investigar as adversidades existenciais e materiais que envolvem personalidades frágeis como, neste caso, os filhos. Além das situações que nos fazem rir do enredo, o longa aborda questões como paternidade e violência contra as mulheres, mas sempre com cuidado, deixando como mensagem os sentimentos positivos”, explicou a curadora.
Este ano, o festival terá uma seção de filmes contemporâneos e inéditos, que, além de “Nossos Fantasmas”, exibirá uma seleção que inclui trabalhos de veteranos, como Pupi Avati (“Ela ainda fala comigo”), e jovens estreantes, como Stefano Sardo (“Uma relação). Os 16 filmes transitam em temas e gêneros, abordando questões polêmicas e relevantes na sociedade. Esses filmes terão sessões presenciais na cidade de São Paulo, no cinema Petra Belas Artes, e alguns também estarão na plataforma online. Todas as sessões são gratuitas. O filme mais assistido do Festival recebrá o Prêmio Pirelli de Cinema.
Ainda segundo Erica, “a gente sempre faz uma avaliação da cinematografia italiana dos últimos dois anos, buscamos observar o que acontece nos grandes festivais, muitos deles dão mais importância aos diretores e atores (se são premiados ou não), já a nossa escolha é justamente para mostrar produtores e diretores que não teriam espaço em festivais fora da Itália, filmes que talvez ficariam mais restritos ao território europeu. Então nosso grande objetivo é mostrar um pouco de tudo, tanto as obras premiadas como novos nomes na cinematografia italiana”, destacou a diretora.
No estilo suspense dramático, uma boa pedida do festival é “Ar Parado” (2021), de Leonardo Di Costanzo.No longa, uma antiga prisão do século 19, localizada em uma área inacessível do território italiano, está sendo abandonada. Devido a problemas burocráticos, as transferências estão bloqueadas e uma dezena de detidos, com poucos agentes, aguardam novos destinos. Um dos documentários presentes no Festival de Cinema Italiano é “As Coisas Que Restam” (2021), de Giorgio Verdelli. O público pode mergulhar profundamente na vida do músico Ezio Bosso, responsável por várias trilhas sonoras para a Sétima Arte.
Mesmo com as dificuldades impostas pela pandemia, a diretora garantiu que a cultura sempre sobrevive. “A arte sobrevive. Acredito que nas dificuldades, nascem as oportunidades. Foi um ano difícil para todos e o setor cinematográfico no mundo inteiro é um setor de muito contato, então foi bastante prejudicado. Porém, não somente nosso Festival de Cinema mas outros setores da cultura também viram no novo normal (modo online) uma forma de alcançar ainda mais pessoas. Com a pandemia, houve a oportunidade do mercado online se desenvolver ainda mais. Hoje vamos conseguir mostrar 34 filmes para o país inteiro, graças a tecnologia e cada vez mais assim a cultura vai sobrevivendo e atingindo públicos que talvez nunca teriam tudo oportunidade de vivenciá-la”, finalizou a diretora.