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Festa da Chiquita celebra 20 anos como patrimônio em defesa da diversidade, em Belém

O evento promete ser uma das mais expressivas manifestações de celebração da diversidade e da cultura LGBTQI+

Eduardo Rocha

A 47ª edição da Festa da Chiquita, que há 20 anos é reconhecida como patrimônio cultural imaterial pelo Iphan (2004) e pela Unesco, e organizada pelo cantor e produtor cultural Eloi Iglesias, está agendada para o dia 12 de outubro, no sábado à noite, que antecede o domingo do Círio de Nazaré. O evento promete ser uma das mais expressivas manifestações de celebração da diversidade e da cultura LGBTQI+. A festa acontecerá logo após a tradicional romaria da Trasladação da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré, na avenida Presidente Vargas, no entorno da Praça da República, no centro de Belém. A temática deste ano é "Chiquita: 20 anos de patrimônio e memória" e abordará, na programação, a saúde mental.

Pessoas que se destacam na defesa da causa LGBTQI+ serão homenageadas com troféus. O Troféu Veado Veada será destinado à cantora Fafá de Belém; a jornalista Dedé Mesquita receberá o Troféu Mário Faustino; o Troféu Veado Psi será entregue à Jaqueline Gomes de Jesus, coordenadora da Smile, uma pesquisa internacional voltada para a saúde mental da população LGBTQI+. A cantora Gloria Groove será agraciada com o Troféu Veado de Ouro.

Entendida como um espaço que celebra a liberdade e reforça a luta por direitos iguais para todos, a Festa da Chiquita contará com apresentações ao vivo de bandas performáticas, DJs e performances de drags, trazendo temáticas exóticas e cheias de curiosidades para animar o público. Artistas LGBTQI+ também exporão seus trabalhos, destacando a arte e a cultura como meios de expressão e resistência ao preconceito.

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O evento ainda terá uma área de bem-estar, dedicada à saúde mental e física, com informações sobre direitos e inclusão. Um estande de prevenção, com serviços de orientação e distribuição de preservativos, será montado pela equipe da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma). A festa está prevista para começar às 20h e se prolongar até às 3h do domingo (13).

Diálogo

Eloi Iglesias também coordena o "Diálogo da Chiquita", uma roda de conversa sobre temas relevantes à comunidade LGBTQI+, que ocorre antes da festa. Outra ação é o "Cine Chiquita", uma programação cultural que exibe a trajetória do movimento ao longo dos anos. Essas atividades acontecem na semana que antecede o evento. A Festa da Chiquita surgiu em Belém há 50 anos, no Carnaval de 1974, e, após três anos, passou a ser realizada na Praça da República, no bairro da Campina.

O "Diálogo da Chiquita" será realizado no dia 10, às 9h, no Teatro Waldemar Henrique. O "Cine Chiquita" acontecerá no mesmo dia, às 19h, na Sala Dira Paes, da Fumbel. Ainda no dia 10, às 20h, no Waldemar Henrique, ocorrerá o show "Pagã" com Eloi Iglesias — ingressos disponíveis no local.

"A festa busca, cada vez mais, sair desse lugar de 'profano' que as pessoas atribuem a ela, e se intitula 'pagã'. O profano é algo estigmatizado e separado da igreja, e a Chiquita nunca quis ser isso. Somos uma festa que celebra a cultura e a diversidade, realizada tradicionalmente durante a Quadra Nazarena, à qual temos total respeito. No entanto, o movimento nunca foi sobre catolicismo, e sim uma forma de resistência pela causa LGBTQIAPN", enfatiza Eloi Iglesias.

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