Familiares e amigos se despedem do professor, pesquisador e jornalista Octávio Avertano Rocha

Estudioso partiu aos 89 anos na última segunda-feira (14/06) com um ativo trabalho intelectual

Vito Gemaque
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Familiares e amigos do professor, pesquisador e jornalista Octávio Avertano Rocha se despediram, na manhã desta terça-feira (25/06), destacando o brilhantismo da carreira acadêmica, as contribuições para a sociedade e a amorosidade nas relações pessoais. O velório ocorreu em uma funerária particular de Belém, localizada na avenida José Bonifácio. Octávio de Macedo Barreto Avertano Rocha faleceu aos 89 anos. Ele também foi advogado, filósofo, economista e membro de diversas academias.

A viúva Nalva Avertano-Rocha, de 46 anos, com quem teve dois filhos, ressaltou a admiração pelo ser humano e intelectual que o marido foi. “O legado que o Avertano nos deixa é um legado muito bonito. Um legado de amor, de solidariedade, de esperança, de bondade. Ele foi um homem muito bom, um legado de inteligência. Ele vivia a cultura, vivia o mundo intelectual. Hoje o sentimento que estou sentindo é de que eu fui muito privilegiada com a presença dele nestes 26 anos de casada e já estou com muitas saudades, porque foi um homem brilhante, em todos os aspectos. Um marido maravilhoso, um pai maravilhoso, um profissional exemplar. Um homem que honrou tudo o que veio fazer fez com muito êxito e brilhantismo”, destacou.

A família pretende organizar os escritos do professor e publicar posteriormente os volumes que ficaram de Vana Verba, uma publicação digital em Octávio Avertano Rocha escrevia semanalmente.

O advogado seguiu os passos do pai e também foi um dos membros mais antigos da Academia Paraense de Letras (APL), com 43 anos de história no silogeu. Octávio também integrou como membro o Instituto Histórico e Geográfico do Pará (Cadeira n° 39) e a Academia Paraense de Ciências. Vários integrantes das academias estiveram presentes no velório para a última homenagem.

O membro do IGHP Elson Monteiro, e presidente da Comissão de Patrimônio, ressaltou a participação na vida pública paraense. “Ele foi um participante da vida pública do Estado do Pará. Era uma pessoa muito estudiosa, poliglota, viajada. Então, ao conversar com ele, você recebia conhecimentos e experiências vividas muito grandes”, assegurou. Dentre as obras que ficaram para a história esteve a assessoria jurídica do escritório de Octávio Avertano nas décadas de 1960 e 1970 ao grupo Jari, do bilionário norte-americano Daniel Ludwig.

A professora doutora e pedagoga Nazaré de Melo lembra do incentivo do amigo Octávio quando integrou a Academia Paraense de Letras (APL). “Foram 12 anos de convivência na academia. Eu sou muito grata. Quando me candidatei tinha a barreira da idade, ele não tinha isso e me disse ‘eu quero saber do seu conhecimento e da tua produção intelectual’. Foi uma da primeiras pessoas que me apoiou. Minha admiração será eterna. Sou uma admiradora do trabalho intelectual, tanto que ele partiu lúcido. O professor Avertano lançou um livro com 88 anos, e isso é louvável, porque ele conseguiu por muitas formas vencer a barreira da idade”, destacou.

Para a amiga lembra, Octávio gostaria acima de tudo ser lembrado como um filósofo. “Gostava muito de expor as ideias dele e o conhecimento aprofundado que tinha que é inegável, era motivo de espelho e motivo lição dele para todos nós”, complementou. As cadeiras vazias deixadas pelo professor Octávio Avertano Rocha no IHGP e na APL deverão ser preenchidas após processo que ainda será aberto.

Em vida, o professor escreveu seis livros maioria de Filosofia, dentre eles “Cultura e Filosofia”, em 2006; “Internacionalização da Amazônia”, em 2005; e “Considerações Sobre Aldeia Global”, em 2004, e “Vana Verba”, em 2023. Octávio também recebeu muitas homenagens como: o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade da Amazônia (Unama), em 2023; Medalha Palma Universitária - Classe Especial da Universidade Federal do Pará (UFPA), em 1981; Medalhas distintivas dos membros da APL, da Imortalidade, de José Veríssimo e Titulação Letras, em 1982; Medalha Cultural Professor Dr Acylino de Leão, concedido pelo Conselho Estadual de Cultura do Pará, em 1984; Ordem do Mérito do Trabalho Judiciário do Trabalho - Grau Comendador, em 1986; Comendador da Ordem do Mérito Jurídico do Trabalho, comendas da Câmara Municipal de Belém e Prefeitura Municipal de Belém e de vários outros municípios.

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