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Família circense que está em Belém fala sobre como é rotina e desafios de morar em circo

Nilton Gatica, o Palhaço Chuviscou, conversou com o Grupo Liberal e afirmou que melhor parte de viver no picadeiro é estar sempre perto das três filhas

Amanda Martins

No espetáculo circense, onde a fantasia se mistura à realidade, a família de Nilton Gatica, de 36, conhecido como Palhaço Chuvisco, encontra sua casa. Morando temporariamente em Belém, ele, a esposa Aline Garcia, e as filhas, que costumam rodar o país realizando apresentações circenses, encantam a plateia com seus espetáculos no Internacional Circo Kroner, instalado no estacionamento de um shopping da avenida Centenário. Ao Grupo Liberal, Nilton contou como é a rotina da família atrás das cortinas. "É bem tranquila e conseguimos acompanhar bem os filhos da gente, estar próximos deles, e é algo que vamos nos adaptando", revelou o artista. 

Nilton pode ser considerado um exemplo vivo da paixão pela arte que percorre suas veias desde a infância. Com pai trapezista e mãe artista de circo-teatro, ele nasceu no circo e decidiu que era essa a carreira que queria seguir pelo visto da vida. O palhaço pertence a quarta geração de artistas circenses da família. "Minha esposa veio para o circo depois que me conheceu, começamos a namorar e ela passou a participar também", lembrou. 

Vida no circo

Segundo Nilton, a rotina que a família vive no circo é bem tranquila, dando oportunidade para que ela possa acompanhar mais de perto o crescimento das filhas, Lívia, Lavínia e Lara. "O que mais gosto na vida de circo é justamente poder estar perto delas, ter mais tempo com elas. Nós passamos 24 horas do dia, exceto quando elas estão na escola, juntos. Isso é ótimo", afirmou.


Foi durante uma viagem de circo onde Nilton trabalhava que conheceu a esposa. Ele tinha apenas 14 anos e ela, 13, quando decidiram se casar. Com um pai palhaço e uma mãe acrobacista de número de “força capilar”, as três meninas dizem gostar do estilo de vida marcado por desafios, mas também por momentos de união

Fora os ensaios durante o dia e as apresentações noturnas, fazendo com que a parentela de Nilton durma até um pouco mais tarde, ele diz que aproveita a esposa e as três filhas como qualquer outra família "comum", que costuma ter lazer juntos e também obrigações.

"A gente passeia quando estamos na cidade, tentamos conhecer um pouco mais do local, mas geralmente a nossa família vive tudo no circo e não temos dificuldades quanto a forma itinerante da nossa vida", declarou. 

Os estudos das três filhas, assim como a presença das meninas no colégio, também é levado a rigor e muito incentivada pelos pais, que não abrem mão do direito das crias. Para as filhas de Nilton e Aline, a vida no circo é uma aventura constante.

"Para mim é normal essa vida, porque eu nasci no circo. O que mais difícil é se acostumar nas escolas. Cada estado é uma coisa diferente, pessoas diferentes, tudo diferente", compartilhou Lavínia, de 19 anos.


Lavína destacou que uma das partes mais gosta é fazer amigos em estados diferentes. “Eu consigo manter esses amigos mesmo quando vou embora. E é legal porque podes ir conhecendo pessoas diferentes e se encontrando em cada região que você vai”, acrescentou. 

A mudança constante de escola é facilitada pela Lei Federal nº 6.533, de 1978, que garante a transferência de matrícula para crianças de artistas itinerantes. "É muito simples, pois estamos o dia todo junto delas, isso torna mais fácil a forma com que criamos as filhas", acrescentou Aline.

Aline acrescenta que viver em constante movimento com o picadeiro é desafiador, mas muito gratificante. "Estamos sempre juntos, o que facilita muito na criação de nossas filhas", complementou.

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