Exposição 'Japonésia' revela a proximidade do Brasil com o Japão
Mostra segue até o dia 20 de março no Museu da Casa das Onze Janelas e conta com oficinas para crianças e jovens
Quebrar paradigmas sobre o Japão e levar a arte para jovens e adolescentes são os principais objetivos da exposição “Japonésia”, uma parceria entre a Japan House São Paulo e a Associação Fotoativa de Belém, por meio do Governo do Estado do Pará. A mostra segue até o dia 20 de março, no Museu da Casa das Onze Janelas na cidade das Mangueiras. O projeto conta com uma exposição de 74 fotografias retratando a variedade geográfica e cultural do Japão pelo jovem fotógrafo Naoki Ishikawa, que traça um perfil inusitado e surpreendente do Japão por meio de suas viagens exploratórias ao redor do arquipélago. Além de contar com aulas e oficinas de fotografia.
Segundo a supervisora de Mediação Cultural da Japan House SP, Hiromi Saito, “a Associação Fotoativa tem uma grande trajetória realizando ações para todos os públicos no campo da produção fotográfica, bem como conhece de perto o público local e as instalações da Casa das Onze Janelas. Mas para além do conhecimento de técnicas fotográficas, a sensibilidade e o cuidado na forma de mediar do coletivo foi essencial durante o desenvolvimento conjunto dos conteúdos das atividades, o que reforçou ainda mais a assertividade na escolha da parceria”, destacou.
Saito destaca ainda que a exposição do fotógrafo Naoki Ishikawa é um convite à exploração e visitação pelo país nipônico. “Também conversamos sobre como é a imagem e a ideia do Japão que cada um traz no seu imaginário, mesmo não tendo visitado o país, e como poderíamos conhecer um Japão mais diverso geográfica e culturalmente pelas obras de Ishikawa. Para a orientar a produção durante as atividades propostas, também recordamos de como Naoki comenta sobre a importância de fotografar com todo o corpo, considerando a experiência do que se está vivendo naquele momento como um todo”, afirmou.
No projeto, estudantes da capital e da região das ilhas de Belém tem a oportunidade de dialogar sobre a exposição e serem protagonistas de suas próprias produções, a partir das oficinas ministradas. Para a professora e fotógrafa, Ursula Bahia, o mais interessante da exposição é que ela sai daquele Japão distante e tecnológico para mostrar um país mais parecido com o Brasil, interiorano formado por ilhas. “O Naoki consegue mostrar através do olhar artístico a importância da natureza para o Japão. Ficamos mais pertos deles, quebramos aquele paradigma de que é algo de outro mundo, e podemos idenfiticar mais semelhanças do que a gente imagina”, detalhou.
O projeto marcou a vida da estudante do oitavo ano, Heloíse Diniz, “a arte é importante pra todo ser humano, através dela conseguimos extrair ângulos que muitas vezes não percebemos. E pra mim que quero seguir essa carreira, participar de um projeto como esse é uma experiência que eu levarei para toda a vida”.
A presidente da Fotoativa, Irene Almeida, explicou que os processos artístico-pedagógicos irão contemplar oito grupos de escolas públicas, cada grupo com 15 alunos e o professor, respeitando todas as normas de segurança e proteção contra a Covid-19. “Cada grupo irá passar por seis momentos de interação pedagógica: visita guiada, pincel de luz, provocações dialógicas, câmera escura, pinhole e laboratório. Todas as ações serão direcionadas para pensar e construir relações entre a exposição, as relações com as águas e o processo analógico de fotografia”.
As atividades educativas tiveram início no dia 10 de fevereiro, e seguem até 11 de março, com oito encontros, que terão a duração de, aproximadamente, duas horas cada. A programação contará ainda com rodas de conversas sobre fotografia, e experimentos com pincel de luz, um processo de criação de imagem a partir da manipulação química feita sobre superfícies fotossensíveis diretamente sobre o papel fotográfico, sem utilizar para isso uma câmera.