Exposição apresenta coleção de obras paraenses
Público pode conferir a partir de hoje (4) até 31 de dezembro nas galerias Benedito Nunes e Theodoro Braga, com entrada gratuita.
Um passeio pela produção artística paraense das últimas quatro décadas. Essa é a proposta da exposição "Afetos Múltiplos", que abre para visitação pública neste sábado (4), nas galerias Benedito Nunes e Theodoro Braga, na Fundação Cultural do Pará. Ao todo 75 trabalhos, de 58 artistas do Pará estão expostos e podem ser vistos no horário de 9h às 17h, de segunda a sexta-feira, até o dia 31 de dezembro. Eles fazem parte do acervo pessoal do colecionador de arte paraense, Eduardo Vasconcelos e pela primeira vez estão sendo expostos para o grande público.
A exposição tem curadoria de Vânia Leal que se debruçou sobre o acervo de mais de 500 peças do colecionador, entre pinturas, esculturas, fotografias, desenhos e objetos para fazer um recorte que atendesse à exposição. Nomes importantes da arte paraense estão na mostra, entre eles, Berna Reale, Elieni Tenório, Dina de Oliveira, PP Conduru, Walda Marques, Nina Matos, Drika Chagas, Emanuel Franco, Jocatos, Guy Veloso, Elza Lima, Paula Sampaio, Daniele Fonseca, Evna Moura, Zoca, Armando Sobral, Rosângela Britto, Alexandre Sequeira, Jorge Eiró, Luciano Oliveira, Elaine Arruda, Flavya Mutran, Valdir Sarubbi, Miguel Chikaoka, Igor Felipe, Osmar Pinheiro, Cristina Machado, Mistral, Antar Rohit, Sérgio Neiva, Simões, Erinaldo Cirino, Alberto Nicolau, entre outros.
A fotógrafa Walda Marques é uma das artistas com obras na exposição. Para ela, fazer parte de uma mostra que reúne uma parte importante da história da arte produzida no Pará é motivo de orgulho. “Acho esse trabalho super importante, porque reúne tanta gente boa, tantos trabalhos de artistas maravilhosos. Me sinto orgulhosa de fazer parte disso, de estar na coleção do Eduardo, que é uma pessoa maravilhosa”, destaca.
Duas obras da artista vão estar em exposição: uma da série “Românticos de Cuba” e outra da série “Corpo Fértil’. “A primeira é resultado de uma viagem que fiz à Cuba, uma viagem à passeio e que acabei pelas ruelas da ilha e tenho lembranças maravilhosas do lugar que eu tanto queria conhecer. Disso resultou uma foto linda que tem uma cubana que eu adoro, a Cubana Azul”, descreve.
Já a segunda obra, é um trabalho que envolve ervas típicas da região. “É fértil porque tudo dá, tudo nasce a partir delas. Então essas ervas para mim são escudos para que você tenha esse corpo sempre sagrado e isso é um corpo fértil”, explica.
As obras de Walda, assim como dos outros artistas fazem parte da coleção pessoal de Eduardo Vasconcelos que começou a se formar de forma despretensiosa. Após a aquisição da primeira obra, acabaram vindo as outras e o acervo acabou ganhando corpo. “Foi quando percebi que começaram a faltar paredes para expor e, mesmo assim, a busca por novas obras não cessavam. Vi que havia algo mais forte que impulsionava todo esse processo”, garante o colecionador.
Fotografia de Paula Sampaio, que compõe a coleção particlar de Eduardo Vasconcelos (Paula Sampaio)
Paralelamente começaram a surgir convites para Eduardo particular de encontros, pesquisas e lives relacionadas às artes e ao colecionismo. Foi a partir daí que ele começou a se perceber como um colecionador e na possibilidade de expor seu acervo. "Quando visitava museus, passava a refletir sobre as reservas técnicas desses espaços, onde ficam abrigadas centenas e até milhares de peças, das quais, poucas são exibidas e muitas permanecem ‘escondidas’ do público por anos”, conta.
Essa talvez tenha sido a primeira luz acesa a respeito da exposição “Múltiplos Afetos". “Compreendo a dificuldade financeira e logística de expor esses acervos. E ao seguir essa mesma lógica, mas agora focando nas coleções privadas, pensei que temos uma infinidade de obras com elevada importância artística e cultural e que são vistas somente em uma esfera bem restrita”, afirma. Dessa forma, começou a vislumbrar a possibilidade dessas peças ganharem novos olhares. “Acredito que trazer essas obras para uma exposição aberta ao público pode contribuir imensamente para a visibilidade da arte e de nossos artistas, fazendo com que os visitantes possam conhecer um pouco mais sobre essa produção artística dos últimos 40 anos, e, quem sabe, formar novos apreciadores e colecionadores de arte”, acrescenta.
Os visitantes da exposição serão orientados por monitores, que são alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo do Unifamaz. A iniciativa também tem apoio do Restô do Porto e do Ver-o-Pezinho e é patrocinada pelo Instituto de Pós-Graduação e Graduação (IPOG), Maxcolor, Studio Tintas, Casa Brasileira, Grupo Paraense de Decoração, Trilho Suisso, Montenegro Stone e Hong Decor.
Agende-se:
Exposição Afetos Múltiplos.
Galerias Benedito Nunes e Theodoro Braga, na Fundação Cultural do Pará (Av. Rui Barbosa, esquina com Av. Conselheiro Furtado).
Visitação de 4 a 31 de dezembro, de segunda a sexta, das 9h às 17h.
Entrada gratuita.