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Exclusivo: multicultural Bukassa Kabengele celebra sucesso de personagens

Depois de ‘O Jogo que Mudou a História’, ator se prepara para estrear com papel na nova novela das 21h, da TV Globo.

O Liberal
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Bukassa Kabengele é destaque no audiovisual brasileiro com uma carreira que soma mais de 35 anos. Nascido em Bruxelas, na Bélgica, foi na República Democrática do Congo que fixou raízes, mas aos 10 anos ele se radicou no Brasil, país que ele adotou como seu lar definitivo.

Com uma identidade multicultural, Bukassa passeia facilmente por diversos gêneros da interpretação, mas também ele se arrisca em outras artes. Este ano ele lançou a música e o clipe de Brilho da Noite, uma composição que nasceu de uma noite boêmia ao lado de seu amigo Baioky. 

Em evidência na TV, ele se prepara para a estreia da nova novela das 21h, da Globo: Mania de Você.  Bukassa irá interpretar Marcel, um bailarino e acrobata que nasceu na Angola. Ele cria várias crianças no Morro do Cantagalo, e também é o pai da protagonista Viola, que foi encontrada recém-nascida dentro da barca entre Rio-Niterói. 

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Além disso, o ator comemora o sucesso de Mestre, série da Globoplay, O Jogo que Mudou a História. 

Veja a entrevista exclusiva de Bukassa Kabengele:

Em 2024, você está em três trabalhos completamente diferentes, tem o Mestre, o Jonas e agora o Marcel. Como é acessar personalidades e histórias tão diferentes na sua carreira?

BK: Antes de mais nada, eu preciso agradecer ao universo por estar trabalhando tanto nos últimos quatro anos. Abri um espaço de reconhecimento e respeito no cinema, streaming e televisão, apesar dos meus 35 anos de carreira profissional. Embora não seja fácil, acredito que a experiência em anos de trabalho, a técnica, o equilíbrio emocional, entre outros atributos, me deu condições de mergulhar em cada uma das obras distintas. Respeito e compreensão a cada autor, cada diretor, as escolhas estéticas e narrativas peculiares de cada projeto, me ajudaram nesses caminhos construtivos. Cada personagem tem sua vida, suas origens, desejos, anseios, realidades, histórias e formas. Procuro respeitar ao máximo isso, usar esses elementos como pontos de apoio e inspiração. O único norte inegociável, a meu ver, é a sensibilização de cada personagem como ser humano que se relaciona com o seu meio existencial. É isso que vemos com o Mestre em 'O Jogo Que Mudou a História', com o Jonas em 'Mila no Multiverso' e, não diferente, com Marcel em 'Mania de Você'. O respeito à individualidade de cada personagem qualifica o seu caráter humano dentro do seu núcleo ou sociedade. Nesse sentido, esse é meu maior desafio quanto ator, não somente, mas também a minha oportunidade de crescer e aprender cada vez mais com essas entidades/personagens sobre as complexidades humanas e suas relações com o mundo.

- Em “O Jogo que Mudou a História”, o Mestre tem uma história bem pesada que atinge o espectador de uma forma mais dramática e emocional, como foi esse personagem para você e como tem sido a resposta do público?

BK: Dar vida ao Mestre foi um dos maiores desafios que tive como ator em minha carreira. Primeiramente, quero agradecer ao José Júnior, roteirista, idealizador e produtor, que me fez o convite direto ao papel entre os 12 protagonistas que contam essa história. É um grande desafio dar vida a um personagem de uma história com base em fatos reais e que de fato existiu. Estamos falando de uma realidade totalmente distante daquilo que eu vivo. Para chegar a resultados convincentes, satisfatórios e excelentes, nós como elenco, passamos por intensos e profundos trabalhos de preparação. Debates, laboratórios exercícios, workshop com os profissionais mais relevantes e respeitados do setor, visitas a presídios entre outros. Li cerca de três livros e assisti a uma série internacional recomendada pelo autor, fora minhas pesquisas pessoais para chegar à composição do Mestre no meu entendimento. Não foi fácil. Tive uma troca visceral com meus colegas em cena, especialmente com a Tati Tibúrcio, com a qual, juntos, optamos por uma atuação e estética realistas, de forma minimalista e profunda. Tenho certeza que se trata de um dos grandes trabalhos feitos na minha carreira. Não só para minha satisfação pessoal, mas da equipe, direção e autor. Pouco tempo após o lançamento, recebi respostas muito positivas do público, o que me envaidece. Respostas de admiração ao projeto como um todo, e ao meu trabalho com a minha interpretação dada ao Mestre.

Ainda na Globo, depois do Mestre, tem o Marcel, como tem sido as gravações? Como estão as suas expectativas, e também a do público com o seu personagem?

BK: Fazer parte de uma produção de uma novela na TV Globo é sempre exigente e essa responsabilidade se torna maior ainda quando se trata do horário das 21 horas. Não vou negar que o nível de ansiedade aumenta pela própria autoexigência. Fora isso, que é compreensível, tem sido muito divertido também fazer parte de uma grande produção e ser acolhido com muito respeito e carinho por todos dentro da equipe e direção. Todos os envolvidos são grandes profissionais em todos os setores, desde a produção, base, infraestrutura e no set de gravação, onde o nosso trabalho artístico é abraçado de forma integral. Procuro me manter aberto e alerta, pois, fazer bem uma cena está muito além de decorar um texto. É sempre um campo minado e, nesse sentido, detalhes podem fazer toda a diferença. É um processo em construção, onde, a cada dia, aprendemos algo novo. É momento de trabalhar, de se jogar e arriscar com consciência. Prefiro deixar a comemoração para o final. Mas amo o ato de fazer junto a meus colegas e equipe. A minha expectativa é dar o meu melhor a cada dia, respeitando meus limites. Sinto-me abençoado pelo fato da minha audiência sempre torcer por mim. Fazendo a minha parte com verdade, amor e entrega é o que me basta, independente das expectativas que também fazem parte do apreço que o público tem comigo.

O Marcel tem uma história que vai mostrar a importância do trabalho social. Como tu vê necessidade o personagem para retratar esse tema, que inclusive, tem sido recorrente durante as Olimpíadas, já que muitos atletas vêm de projetos existentes nos morros.

BK: O Marcel é um imigrante angolano, uma pessoa talentosa com atributos artísticos, tais como, dança, música, acrobacia e mágica. Alguém que, por motivo de sobrevivência, como muitos africanos ainda atualmente, veio parar no Brasil à procura de vida melhor. Eu, por exemplo, cheguei no Brasil aos 10 anos de idade vindo da República Democrática do Congo, me tornando brasileiro por naturalização no país onde construí minha vida e carreira. Tenho referências e memórias afetivas para a construção do Marcel como personagem no caminho proposto. É muito comum encontrar refugiados ou imigrantes dentro de comunidades ou periferias. Acredito que tenha sido assim com Marcel. Sempre atento ao olhar coletivo, conseguiu dentro da comunidade prosperar, cuidando e olhando jovens e crianças, se tornando uma referência ao criar uma tenda cultural, local de convivência e assistência para jovens na comunidade. E pessoas com tais atitudes podem chegar a grandes níveis, como, por exemplo, José Júnior, que construiu o AfroReggae, que há 30 anos tem salvado centenas de vidas de crianças e jovens. Não sou um especialista nessa área, mas é evidente que quando o Estado se preocupa com suas crianças, dando a elas e às suas famílias condições de vida e dignidade, chegamos a extremos como o que temos hoje na ginástica artística com a Rebeca Andrade, nossa maior medalhista olímpica. Investimentos nesse setor são caminhos de transformação para uma sociedade mais justa e igualitária. Ações e investimentos na cultura, educação e no esporte dão norte a esses jovens nas favelas, morros e periferias. Portanto, para além da trama de Marcel, que cria um laço de amor profundo com a filha de criação, ele tem também esse olhar sociopolítico com os jovens da comunidade.

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