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Espetáculo ‘Religare’ propõe imersão sensorial no Teatro Waldemar Henrique; saiba mais

Dirigido por Raissa Araujo, a performance-instalação é uma produção da companhia de teatro “Dirigível Coletivo” e mescla instalação interativa com a performance dos atores em Belém

Gustavo Vilhena*

A nova experiência teatral “Religare”, dirigida por Raissa Araujo, tem um formato híbrido entre performance, instalação e acessibilidade, por isso convida o público paraense a se reencontrar com as suas histórias pessoais e coletivas por meio dos sentidos que são repassados na apresentação, principalmente pelo eixo central do espetáculo, a memória. A partir do próximo dia 20 de fevereiro (quinta-feira), às 20h, o Teatro Waldemar Henrique recebe o espetáculo que permanece em cartaz no mesmo horário até o sábado (22) e terá intérprete de libras durante todos os dias, inclusive no domingo (23), que terá audiodescrição, além do intérprete, mas será às 17h. Além disso, todos os dias, 1h antes da apresentação, estará aberta a visitação na instalação.

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Para reconstruir laços com as lembranças que moldam identidades e afetos, a montagem da obra partiu do conceito de “religar”. “A memória tem uma relação muito próxima com as sensações e com as narrativas orais. E o corpo, como instrumento sensorial vivo, guarda todo tipo de memórias: cheiros, sons, texturas. Nosso trabalho foi o de reconstruir essas narrativas em cena considerando também o despertar do público para os sentidos, pois o saber não é distinto da experiência ", explica Raissa Araujo, diretora do espetáculo.

Além disso, a performance-instalação, desde a sua criação teve o intuito de proporcionar ao público uma experiência sensorial única, dando prioridade à acessibilidade de todas as pessoas que queiram acompanhar o espetáculo. Dessa forma, oficinas preparatórias foram realizadas antes da produção de “Religare”, de maneira com a qual estímulos olfativos, táteis, auditivos e visuais, fossem explorados e utilizados como parte essencial na construção do espetáculo. “Para aprimorar a experiência, realizamos um ensaio aberto com profissionais da acessibilidade e artistas que são PCDs com trajetórias diversas no teatro e na dança, que puderam compartilhar suas visões sobre como tornar o espetáculo mais acessível”, conta Raissa.

Marco Antonio Mabac, ator e bailarino, é um artista cego e deu ênfase à importância da audiodescrição integrada à narrativa. "A forma como a experiência sensorial foi conduzida torna a percepção da cena muito mais rica e acessível para todos", destacou. Já a artista da dança esportiva em cadeira de rodas, Aliny Santarosas, ressaltou a importância do espaço cênico em promover esse ambiente inclusivo: "Ter um ambiente que respeita diferentes corporalidades e formas de expressão faz toda a diferença na nossa relação com a obra". 

A oficina-laboratório “Corpo e Memória”, ministrada pela diretora da obra Raissa Araujo e pelo psicanalista e musicoterapeuta Felipe Kurschat, foi o pontapé inicial da obra. Os artistas de Belém participaram por duas semanas de um processo imersivo e que transformou as memórias individuais em dramaturgia, no Teatro Experimental Waldemar Henrique. "Foi um processo sensível, onde material inconsciente se tornou potência cênica. Algumas dessas memórias serão encenadas, enquanto outras só poderão ser assistidas durante a instalação, quando não houver atores em cena”, contou Raissa.

O espetáculo “Religare” estará em cartaz nos dias 20, 21, 22 e 23, no Teatro Waldemar Henrique, com a proposta de envolver de maneira mais profunda o espectador. A performance coletiva acontece em um espaço onde o público pode visitar, tocar e sentir elementos cênicos, tornando-se parte ativa da narrativa. "Esse convite à interação amplia o acesso à arte e torna a experiência ainda mais significativa", finaliza a produtora Ana Marceliano, convidando a todos para o espetáculo.

(*Gustavo Vilhena, estagiário de Jornalismo, sob supervisão de Abílio Dantas, coordenador do núcleo de Cultura)

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