Espetáculo 'Circo e Carimbó' inicia terceira temporada em escolas de Mosqueiro e Belém
Companhia de Circo Nós Tantos foi fundada pelos irmãos Yure e Ykaro, artistas circences
Para o público de artes cênicas de Belém, o tambor e a palhaçaria voltam ao palco na última semana de janeiro. A partir da próxima segunda-feira (27), inicia a terceira temporada do espetáculo “Circo e Carimbó”, que transforma em arenas de teatro e circo diversas escolas da rede municipal de ensino de Belém para contar as aventuras e desventuras de Zé e Chico. Os protagonistas são dois personagens ribeirinhos que trazem ao espetáculo histórias, memórias e reflexões “sobre a vida ribeirinha e o enfrentamento das contradições da urbanização amazônica”, como descreve o texto de divulgação da produção.
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“O carimbó é tomado como um importante mediador e articulador da memória coletiva, sendo fio condutor, em cena, para o debate de diversos temas presentes nas letras dessa expressão da cultura popular paraense. E tudo isso vem misturado com a leveza, a sagacidade e alguma acidez do humor circense. Há tempo, inclusive, para que os heróis deem uma forcinha no icônico romance entre a Garça Namoradeira e o malandro Urubu”, anuncia nas redes sociais a Companhia de Circo Nós Tanto, coordenada por Yuri Lee.
Em meados dos anos 2007 e 2008, os irmãos Yure e Ykaro trabalhavam com arte circense nas ruas de Belém para manterem seus estudos no ensino superior. Em 2010, juntaram-se a Cled Cardoso, já falecido, e fundaram a Companhia de Circo Nós Tantos.
Desde então, os irmãos participaram de aulas com muitos artistas de rua e de circo. Fizeram, ainda, os cursos de formação em circo social oferecido pelo Circo Laheto e Cirque du Soleil. Aos poucos, o trabalho do grupo foi se consolidando, sempre fazendo circulação de espetáculos e oficinas por bairros periféricos e comunidades em vulnerabilidade sócio econômica.
Em “Circo e Carimbó”, o elenco é formado por Gabi Alcântara, Diego Vattos, Rodrigo Ethnos e Yure Lee. A história trata das aventuras de Zé e Chico, que fugiram de municípios do interior do Pará para a capital por temerem por suas vidas. Zé era agricultor e foi expulso de suas terras por grileiros e pistoleiros. Chico, por sua vez, era pescador e vizinho de povos indígena e um dia descobriu que o mercúrio despejado por garimpeiros ilegais matou todos os peixes do rio.
Na próxima segunda-feira, 27, a apresentação será na Escola Municipal Padre Eduardo (R. Rodrigues Pinajé, 998), em Mosqueiro, às 10h. Ainda na ilha, no dia 30, o espetáculo será apresentado na Escola Municipal Anna Barreau Meninea (Praia do Ariramba S/N), 8h. Já no dia 6 de fevereiro o local que recebe a companhia é a Escola Nossa Sra. Guadalupe (Rod.do Tapanã, 1815), às 10h. E, no dia 7 de fevereiro, a peça será apresentada na Escola Profª. Dilma Souza Catete (R. Dois, 118-Coqueiro), também às 10h.
O projeto foi aprovado pelo Edital Multilinguagens da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB) 2024 da Fumbel e circula com entrada franca, e com convite aberto à comunidade do entorno das escolas.
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