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Escritor Raimundo Gadelha lança 'Memórias da Pele' em Belém, nesta quarta (18)

Na confecção caprichada do livro, estão referências à pele que absorve fatos vividos. O lançamento será nesta terça, às 19h, no Sovieira, em Batista Campos

Eduardo Rocha

O escritor paraibano Raimundo Gadelha, 71 anos, tem laços fortes com Belém, onde morou de 1976 até 1985, formou-se em Publicidade e Jornalismo na Universidade Federal do Pará (UFPA) e se inseriu no mundo literário. Agora, ele retorna a cidade para lançar, nesta quarta-feira, dia 18, seu 28º livro intitulado "Memórias da Pele". Trata-se de um conjunto de 40 poemas falando de tempos idos mas que permanecem em sentidos amplos convivendo com o próprio poeta. A edição do livro é muito sugestiva, a partir do uso da Inteligência Artificial: para cada exemplar há uma sutura no rosto humano na capa, cujo verso apresenta uma foto ampliada de pele humana. A obra sai pela Editora Espelho D´alma", do próprio autor.

Depois de morar em Belém, onde publicou seu primeiro livro "Tereza Perdida Tereza", pela Editora Falângola, com prefácio de João de Jesus Paes Loureiro e com textos das "orelhas" por Edson Franco, Raimundo Gadelha seguiu para o Japão, onde viveu por três anos, e, em seguida, passou a viajar pelo mundo, fotografando e escrevendo. Passou por 45 países. Quando voltou para o Brasil, passou a morar em São Paulo e foi lá que ele montou a sua primeira editora, a Escrituras Editora. Ele atua como editor de livros, designer gráfico e escritor.

Na pele

O título do livro ("Memórias da Pele") traduz o fato "de ela ser marcada pelo passar dos anos, de ela ir adquirindo rugas, flacidez, um processo que poderíamos chamar de fadiga de material e também porque a maioria dos poemas remete ao passado", como diz Gadelha. Na pele ficam as marcas da trajetória do ser. O rosto no livro é e não é de Raimundo Gadelha. Isso porque, pegou-se uma foto atual dele e a IA a descaracterizou, em um jogo de imagens que como os poemas dizem muito do autor.

As ilustrações de "Memórias da Pele" são de Michael Czadotz. Ele e Gadelha solicitaram à Inteligência Artificial textos sobre os poemas do livro e, a partir desse processo, a própria IA gerou as imagens. Os poemas foram produzidos de 2022 para cá. "O poeta, antes de qualquer outra coisa, ele escreve para si mesmo. Escreve para dar vazão à necessidade de se expressar, de se comunicar, como se fosse um grito assim para a humanidade de que 'eu existo, eu estou vivo, eu penso, eu sinto, eu me preocupo com o outro, eu tenho um olhar para o outro, eu busco uma humanização cada vez mais profunda ' ". Entre outros poetas, Gadelha admira a arte de Paes Loureiro, Manoel Bandeira e Fernando Pessoa.

"A poesia está dentro de cada um de nós. O que nós precisamos é abrir o cofre misterioso onde a poesia está depositada. Temos que desenvolver o exercício de nos abrirmos, abrirmos para o mundo", ressalta. Gadelha escreve poemas desde os 13 anos de idade. Versos como "Na briga com o outro que existe em mim / matamos e morremos em legítima defesa" ("Duas cores de um")

Uma parte expressiva dessa produção poderá ser conferida a partir do lançamento do livro "Memórias da Pele", às 19h, no Sovieira, na rua dos Tamoios, 1587, no bairro de Batista Campos. O evento terá os cantores Andrea Pinheiro, Arthur Nogueira e Sandra Duailibe e mais: Yeyé Porto, do Grupo Experiência, e o próprio Raimundo Gadelha irão declamar poemas, além de uama exposição dos quadros montados com os poemas e as ilustrações a partir do uso da IA. O livro tem o apoio cultural da Almáa Engenharia e da psicoterapeuta Zildinha Sequeira.

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