EP “Recado”, de Paulo Bastos, homenageia cultura amapaense com mistura de ritmos regionais
Processo de criação do EP foi guiado por memórias afetivas conectando ritmos e histórias do Amapá
A cultura da Amazônia amapaense ganhará um novo representante musical nesta quinta-feira (17) com o lançamento do 'EP Recado', do cantor e compositor Paulo Bastos. Distribuído nas plataformas digitais, o projeto busca homenagear a cultura e o modo de vida do Amapá, por meio de diversos “recados” presentes nas canções.
O disco é uma união de vários gêneros que compõem a musicalidade amapaense. A faixa que dá título ao álbum, por exemplo, é um zouk, que conta com a participação do conterrâneo Skipp. Já a música ‘Ainda Índio’ é um marabaixo, gênero típico do estado, interpretado pela irmã do compositor, Patrícia Bastos. As matrizes africanas também estão presentes no EP com a canção ‘Doce Amar’, com as vozes de sua mãe, Oneide Bastos, e Lucina Carvalho.
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O músico ressalta a participação especial de diversos artistas no EP, que, em cada faixa, trouxeram suas interpretações e vivências relacionadas à cultura do Amapá.
“O convite que eu fiz para cada pessoa também foi um convite para que imergissem na música nortista. A canção ‘Igarapé’ com o Renato Brás, por exemplo, ele foi comigo até um igarapé no Amapá e ficou encantado. Eu pensei nessa música como se fosse ele que estivesse falando. Assim como ‘Eu Vim do Mar’, que eu fiz pensando no Sapopemba, porque ele é de Ogã, e tem uma relação muito forte com a nossa ancestralidade, com os negros que chegaram em Macapá, que foram arrancados de seus lugares. A música fala dessa saudade”, acrescenta Paulo Bastos.
Sobre o cantor
Paulo Bastos, também conhecido como Paulinho Bastos, é formado em Música pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Produziu e arranjou o disco Quando Bate o Tambor, de Oneide Bastos (sua mãe), e foi arranjador e compositor nos álbuns Pólvora e Fogo e Eu Sou Caboca, de Patrícia Bastos (sua irmã). Em 2019, lançou o álbum autoral Batuqueiros. Suas composições também estão presentes nos álbuns Oneide Bastos (2022), Zulusa (2013), Batom Bacaba (2016) e Voz da Taba (2023), todos de Patrícia Bastos.
Paulo também foi coordenador de teatro no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), em Macapá (AP), e atuou em peças e musicais como Os Saltimbancos, pelo grupo Eta Nós, e Bar Caboclo, como ator e diretor musical.