EP “Recado”, de Paulo Bastos, homenageia cultura amapaense com mistura de ritmos regionais

Processo de criação do EP foi guiado por memórias afetivas conectando ritmos e histórias do Amapá

Bruno Menezes | Especial para O Liberal
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A cultura da Amazônia amapaense ganhará um novo representante musical nesta quinta-feira (17) com o lançamento do 'EP Recado', do cantor e compositor Paulo Bastos. Distribuído nas plataformas digitais, o projeto busca homenagear a cultura e o modo de vida do Amapá, por meio de diversos “recados” presentes nas canções.

O disco é uma união de vários gêneros que compõem a musicalidade amapaense. A faixa que dá título ao álbum, por exemplo, é um zouk, que conta com a participação do conterrâneo Skipp. Já a música ‘Ainda Índio’ é um marabaixo, gênero típico do estado, interpretado pela irmã do compositor, Patrícia Bastos. As matrizes africanas também estão presentes no EP com a canção ‘Doce Amar’, com as vozes de sua mãe, Oneide Bastos, e Lucina Carvalho.

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O álbum também traz expressões da música feita na Amazônia, como a faixa 'Igarapé', interpretada por Renato Brás, além do batuque e maxixe da canção 'Eu Vim do Mar', que conta com a participação de Sapopemba. O encerramento do álbum fica por conta de ‘Pra Oca’, um marabaixo com a voz do cantor Marcelo Pretto.

As influências culturais estão presentes em toda a extensão do EP, com parcerias que reúnem talentos de São Paulo e do Norte do país. De acordo com Paulo Bastos, a mistura de diversos gêneros tem o objetivo de valorizar a identidade cultural do Amapá, mostrando ao público parte da tradição e do sentimento de pertencimento regional.

Em cada uma das faixas do EP, a palavra “recado” está presente — uma escolha intencional de Paulo, que fez questão de deixar uma mensagem aos ouvintes.

“É um convite para que todos conheçam o jeito de ser amapaense, ter contato com nossa cultura e principalmente com a nossa música, que é pura inspiração”, comenta o artista, que, a partir do segundo semestre, lançará mais quatro canções pertencentes ao EP Recado.

Paulo também conta que o processo de composição das músicas aconteceu de forma orgânica, na qual todas conversaram entre si por meio do tema “recado”.

“Elas foram compostas em sequência. Comecei com ‘Recado’, que é o tema do projeto, e ela tem essa ligação do cotidiano, de antigamente, quando as pessoas mandavam recado, aquele namorico. A música fala dessa história que acontece quando alguém gostava de alguém e mandava o recado. Depois vieram outras músicas que tinham esse contexto, como ‘Igarapé’, ‘Pra Oca’. Eu resolvi criar um texto geral pra tudo isso, formular uma resposta e dizer que o recado é um convite para que todos escutem e se conectem com a música da Amazônica Amapaense e que tem um forte relação com o Pará também”.

image Artistas do Norte e de São Paulo fazem participações especiais em músicas do EP (Foto: Alain K)

O músico ressalta a participação especial de diversos artistas no EP, que, em cada faixa, trouxeram suas interpretações e vivências relacionadas à cultura do Amapá.

“O convite que eu fiz para cada pessoa também foi um convite para que imergissem na música nortista. A canção ‘Igarapé’ com o Renato Brás, por exemplo, ele foi comigo até um igarapé no Amapá e ficou encantado. Eu pensei nessa música como se fosse ele que estivesse falando. Assim como ‘Eu Vim do Mar’, que eu fiz pensando no Sapopemba, porque ele é de Ogã, e tem uma relação muito forte com a nossa ancestralidade, com os negros que chegaram em Macapá, que foram arrancados de seus lugares. A música fala dessa saudade”, acrescenta Paulo Bastos.

Sobre o cantor

Paulo Bastos, também conhecido como Paulinho Bastos, é formado em Música pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Produziu e arranjou o disco Quando Bate o Tambor, de Oneide Bastos (sua mãe), e foi arranjador e compositor nos álbuns Pólvora e Fogo e Eu Sou Caboca, de Patrícia Bastos (sua irmã). Em 2019, lançou o álbum autoral Batuqueiros. Suas composições também estão presentes nos álbuns Oneide Bastos (2022), Zulusa (2013), Batom Bacaba (2016) e Voz da Taba (2023), todos de Patrícia Bastos.

Paulo também foi coordenador de teatro no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), em Macapá (AP), e atuou em peças e musicais como Os Saltimbancos, pelo grupo Eta Nós, e Bar Caboclo, como ator e diretor musical.

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