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Eneida de Moraes é homenageada com seminário e nova exposição

Jornalista, escritora, carnavalesca e militante, história de Eneida de Moraes será discutida em seminário e em exposição do MIS

Vito Gemaque

A escritora paraense Eneida de Moraes será relembrada em programação especial do Museu da Imagem e do Som (MIS), órgão cultural que ela ajudou a fundar no Estado do Pará. A direção do MIS e a Secretaria de Estado de Cultura (Secult) realizam um seminário e abrem exposição com a história jornalista que teve uma importante atuação na cultura do Pará. Os eventos ocorrerão nesta quarta-feira, dia 2 de agosto.

O primeiro evento será o seminário "Diálogos Poéticos com Eneida de Moraes", a partir das 17h, de hoje (2), no auditório Eneida de Moraes, localizado no Centro Cultural Palacete Faciola. O seminário terá a exibição do curta-metragem "Promessa em Azul e Branco", da cineasta Zienhe Castro que adapta uma crônica de Eneida.

Em seguida, o debate com a mediação da diretora do MIS, Indaiá Freire, terá a participação da professora doutora Eunice Santos, da diretora do curta Zienhe, o produtor e quadrinista Volney Nazareno, que adaptou uma história de Eneida para os quadrinhos, e do presidente da Escola de Samba da Matinha, Rodolfo Trindade.

Em seguida, às 19h, haverá a abertura para o público da exposição "Eneida Simplesmente", que retrata a vida e a obra da escritora paraense. A exposição estará aberta para população até o dia 30 de setembro, sempre de terça-feira a domingo, das 9h às 17h.

Eneida de Moraes (1904 – 1971) foi vanguardista revolucionária do seu tempo. Jornalista, escritora, feminista e comunista, a paraense teve importante impacto na literatura, na política e no Carnaval paraense. A escritora de vários livros de crônicas defendia e transmitia a cultura popular em tudo o que escrevia, assim como a defesa de um mundo mais justo e igualitário.

“A Eneida de Moraes é a mentora do MIS. O MIS nasce no dia 1º de março de 1971. É um dos últimos atos de criação da Eneida, logo depois ela morre. O MIS era a visão do que ela viu Rio de Janeiro. Ela tinha uma vida ativa na área cultural. Imaginava que o Pará deveria ter um MIS, para fazer registro, guardar memória da sua cena cultural, jornalística e política. Para que quando as pessoas morressem e não se perdesse aquelas memórias”, explica a diretora do MIS, Indaiá Freire.

A determinação de Eneida para criar o MIS foi tamanha que conseguiu convencer o governador da ditadura militar do Pará na época, Alacid Nunes, durante o governo de Emílio Médici, no auge da repressão política e da tortura no Brasil. “São as contradições da vida, quem abriu as portas ao projeto do MIS para Eneida de Moraes, uma comunista, foi o Alacid Nunes, ligado à Ditadura Militar”.

Eneida de Moraes publicou 11 obras com várias traduções. Foi amiga de escritores modernistas como Carlos Drummond de Andrade, Dalcídio Jurandir e Graciliano Ramos. Dentre os livros mais famosos estão os de crônicas ‘Aruanda’ e ‘Cão da Madrugada’ e o autobiográfico ‘Banho de Cheiro’. A paraense ainda foi a primeira a escrever sobre o carnaval brasileiro no livro ‘História do Carnaval carioca’ (1958).

Parte dessa história estará na exposição do MIS "Eneida Simplesmente". “Nós temos uma parte a biografia e algumas imagens dela. Será uma reconstrução da época da Eneida e das pessoas com quem ela conviveu. A Eneida de Moraes nasce dentro do processo da arte moderna, ela é contemporânea e amiga de grandes modernistas como Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, e outros que constroem o universo particular da Eneida”, diz Indaiá.

Serviço – Seminário "Diálogos Poéticos com Eneida de Moraes"

Local: Auditório Eneida de Moraes - Centro Cultural Palacete Faciola

Endereço: Av. Nª Sra. de Nazaré, Nº 138, bairro de Nazaré.

Data: quarta-feira, dia 02

Horário: 17h

Exposição "Eneida Simplesmente",

Museu da Imagem e do Som (MIS) no Centro Cultural Palacete Faciola

De terça a domingo, das 9h às 17h.

Entrada franca

Cultura