Encontro Internacional de Dança retorna com o tema do centenário da Semana da Arte Moderna no Brasil
Toda a programação será no Theatro da Paz, em Belém, às 20h, com entrada gratuita
Já está tudo pronto para o 13º Encontro Internacional de Dança do Pará (EIDAP 2022). A programação começa nesta quinta-feira (9) e vai até o próximo domingo (12). Esta edição marca a retomada do evento após uma pausa de 11 anos. E como forma de celebrar, o evento traz como tema o centenário da Semana de Arte Moderna. Toda a programação será no Theatro da Paz, às 20h, com entrada gratuita. Para saber sobre toda programação pode acessar o instagram @eidap2022.
A pausa de 11 anos representa uma forma de avaliação dos rumos das danças neste período. Ana Unger, realizadora do evento, diz que este momento de retomada é significante não apenas para o Centro de Dança Ana Unger, mas para todo o cenário de dança do estado e do país, pois é mais uma forma de promover a dança, de gerar intercâmbio e incentivar grupos de diferentes modalidades.
"Esse é um momento incrível de retomada, onde estamos nos reconhecendo. E trazer essa programação de volta para a cena é uma forma de provocar a sociedade e mostrar os verdadeiros valores da dança, mostrar a dança como uma ação inclusiva, uma ação de transformação e que respeita a diversidade", destaca Ana Unger.
“O principal objetivo da Retomada do Encontro Internacional de Dança é provocar um olhar diferenciado e mais igualitário dos grandes centros e polos culturais para a Amazônia. Proporcionando um espaço para trocas de experiências, aprendizado entre gerações diversificadas de bailarinos e professores. Além de valorizar e enaltecer os talentos independentes e alunos de escolas e grupos, incentivando e premiando a criação e produção artística de nosso estado”, destaca Ana Unger.
Tema do Encontro Internacional de Dança do Pará
O tema dessa retomada traz o Manifesto Antropofágico de Oswald de Andrade, lançado na Semana de Arte Moderna de 22, há cem anos, em São Paulo, propondo a Antropofagia como método no processo artístico da criação, é o tema proposto por João de Jesus Paes Loureiro da coreografia apresentada pelo Centro Ana Unger.
"Eu propus que tivéssemos como tema o manifesto antropofágico de Oswald de Andrade, que mesmo que tenha sido lançado depois da semana, eu considero a maior contribuição teórica original para o modernismo brasileiro", explica o escritor.
O espetáculo” Uma dança antropofágica” há exemplos de antropofagia musical e de dança. A música de Salomão Habib, que utiliza o canto de um pajé indígena e o transforma numa variação para o violão. A música de Waldemar Henrique "Abaluaê”, que é uma antropofagia a um ritual afro. E por fim a música de Villa Lobos que se vê a antropofagia da música europeia. "E a minha participação poética é com um pequeno poema sobre o incêndio na floresta amazônica", acrescenta o escritor.
Para o escritor, a relação entre poesia e dança é muito próxima, "eu até costumo definir a poesia como a dança das palavras na linguagem. E como poeta, representa uma imensa emoção ver como coreógrafos, bailarinos e bailarinas concretizam no palco o sentido poético contido nos poemas. A dança torna visível aquilo que está invisível no poema", ressalta Paes Loureiro.
Artistas convidados
Como forma de estabelecer intercâmbio entre os profissionais da dança, o evento traz profissionais conceituados para os quatro dias de evento. O bailarino Ivan Franco fará Pas de deux Spartacus com Deborah Ribeiro no primeiro dia de evento. Ele diz que a importância do evento é de mostrar a dança profissional e a possibilidade dos bailarinos de Belém conseguirem chegar neste lugar.
"Por isso, as oficinas de dança estão sendo oferecidas para ter a possibilidade de fazer e mostrar a dança profissional em diferentes modalidades, seja no balé clássico, na dança contemporânea, no sapateado. Belém do Pará é um celeiro de artistas. Em todas as áreas, na dança, no teatro, na música", pontua o dançarino.
Mais de 500 bailarinos inscritos
Ana Unger contabiliza mais de 500 bailarinos inscritos para a mostra de dança. Serão distribuídos R$ 37 mil em prêmios, sendo R$ 5 mil para o melhor bailarino; R$ 5 mil à melhor bailarina; R$ 10 mil ao melhor grupo; R$ 5 mil ao melhor grupo de projeto social; R$ 5 mil ao melhor grupo folclórico; R$ 5 mil ao melhor coreógrafo; e R$ 2 mil ao prêmio Revelação.
O EIDAP 2022 tem o patrocínio do Instituto Cultural Vale, por meio da lei de incentivo à cultura, a Rouanet, do Ministério do Turismo, e o apoio do Grupo Liberal e da Secretaria de Cultura (Secult), do governo do estado do Pará. A realização é do Centro de Dança Ana Unger, a coordenação-geral é de Leilson Bezerra e a coordenação dos workshops é de Rosana Rosário.
19H30 - ABERTURA DA EXPOSIÇÃO LEVEZA DO SER - FOYER DO TEATRO DA PAZ
20H – Uma Dança Antropofágica - Cia. de Dança Ana Unger - Paes Loureiro
“Eu sou Antropófaga” - Homenagem à escritora paraense Eneida de Moraes, jornalista, pioneira do feminismo, publicado após semana de Arte Moderna 1922.
“A Floresta em chamas e outros incêndios”, Excerto do Poema de Paes Loureiro.
Cenas do espetáculo Kuarup, homenagem ao Balet Stagium.
“Abaluauê, antropofagia de um canto ritual afro com a música de Waldemar Henrique, integração do breaking, dança de rua e ritmo do hip-hop.
“Bachiana de Villa Lobos, o clássico interage com breaking em estéticas trocas antropofágicas.
APRESENTAÇÃO DE BAILARINOS CONVIDADOS
Pas de deux Spartacus- Deborah Ribeiro e Ivan Franco
Assim se baila rumba - Luciene Rodrigues e Helvécio Guerreiro
Bethary - Yara Castro e Cassius de La Cruz e Cia
Desestressando - Lucas Bazanella
Avesso - Mickael Veloso
Laurencia - Cia Paulista de Dança
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