Drag, o quê? Conheça Luka Cortez, drag paraense que abrirá show internacional em São Paulo
Luka Cortez mora há 4 anos em São Paulo e já participou do reality 'Queen Stars Brasil', com apresentação de Pabllo Vittar e Luisa Sonza
Luka Cortez mora há 4 anos em São Paulo e já participou do reality 'Queen Stars Brasil', com apresentação de Pabllo Vittar e Luisa Sonza
A Drag Queen Luka Cortez é paraense e mora há 4 anos em São Paulo. Já participou do reality "Queen Stars Brasil" - com apresentação de Pabllo Vittar e Luisa Sonza - e performar nas noites paulistanas, além de criar conteúdo para o seu perfil @egualuka no Instagram. A Themônia irá abrir um evento internacional em São Paulo (SP), que terá como atração principal uma Drag Queen do reality Rupaul's Drag Race e contou com exclusividade a coluna Drag, o quê?
O publicitário Lucas Paixão também é artista e desde 2015 está no universo da performance. Ele dá vida a Luka Cortez, sua Drag Queen Themônia conta que o interesse neste universo vem desde criança e hoje se sente realizado em trabalhar como Drag. "Desde pequeno sempre gostei de colocar a toalha na cabeça e subir no salto da mamãe, sempre sendo das artes, do teatro musical, do Carnaval e Halloween. Em 2015, isso me levou a começar a me montar pra ser DJ drag, performando e apresentando eventos. Moro em SP há 4 anos, onde me mudei para estudar Cinema, trabalhar como publicitário mas, principalmente, como drag, pela variedade e quantidade de eventos" destacou.
Em Belém Luka já performava e participava da cena Themônia, em São Paulo teve a oportunidade de participar do reality Queen Stars Brasil e falou a respeito e de que forma sua presença foi impactada. "Foi uma experiência transformadora como artista e pessoa, mas poderia ter sido ainda melhor. Muita coisa mudou, mas o corre por espaço, oportunidades, visibilidade e trabalho continua. As pessoas às vezes acham que é só glamour, mas também tem muito perrengue. Ajudou muito a ter mais visibilidade nacional, seguidores nas redes, fazer contatos e evoluir tanto na maquiagem como na comunicação dentro do audiovisual", disse.
Após o programa, os trabalhos se intensificaram. Sobre as performances, Luka reitera que investe em apresentar elementos do Pará, da Amazônia e que esta é uma característica presente, tanto nos eventos que faz, quanto no conteúdo das redes sociais."Em São Paulo a cena acaba sendo mais agitada e com mais oportunidades. Já enfrentei muita rejeição e estranhamento por ter um visual nortista, mas o que às vezes me excluiu, também fez eu me destacar das outras", iniciou.
"Sempre procuro incluir elementos da nossa flora, fauna, gastronomia e música, para as pessoas conhecerem ou reconhecerem, sempre procurando se aproximar mais da cultura nortista, que é tão invisibilizada na cena nacional. Gosto que elas se entretenham mas também coloquem a mão na consciência, e pensem o quanto desconhecem o Norte e acabam reproduzindo estereótipos sobre a gente. Assim, elas podem procurar se aprofundar mais sobre a riqueza cultural, social e artística da Amazônia", completou.
A artista diz que sempre irá levantar a bandeira do Pará, e revela que já passou por situações boas e ruins em São Paulo. "As pessoas descobrem que sou daí, falam que amam o Pará mas que sonham em conhecer o Nordeste, o que mostra um certo desconhecimento básico de Geografia. Mas também me fez ensinar muita coisa legal pra muita gente, me aproximar da galera do Norte e Nordeste por aqui, ocupando espaços sem representatividade do Norte e levando as pessoas a conhecerem mais a nossa arte, que é rica, plural, cosmopolita e única", concluiu.
Luka também participou de entrevista em vídeo, para a coluna, e abriu seu guarda-roupas para mostrar os looks que têm pegada regional. "Eu amo brincar com esses elementos da nossa cultura usando looks de guaraná, tacacá e açaí, como flora e fauna, pensando em roupas de vitória-régia, arara, onça pintada e até urubu do Ver-o-Peso. Gosto de pensar em visuais que sejam familiares pra galera do Pará e as vezes que as pessoas de fora também conheçam, mas se não conhecem, que passem a conhecer. Gosto de unir o visual com a música das performances, referências locais nas piadas de eventos e uma boa dose de militância no discurso", ponderou.
Para acompanhar Luka Cortez é só seguir o @egualuka. A iniciativa da coluna "Drag, o quê?", é do Grupo Liberal com Ellen Moon D'arc e tem o apoio do coletivo NoiteSuja, com a produção do figurino de La Falleg Condessa. E das microempreendedoras Lenny Gusmão (Lenny Laces), que cede as laces - prótese feita fio a fio em uma tela de microtule - e da designer de unhas, Rubi Coelho que cuida dos alongamentos de unhas. Para ficar por dentro de outros conteúdos ou sugerir pautas, é só seguir no Instagram @dragdelua.