Documentário ‘Caminhos da Mina’ fala sobre tradições afro-amazônicas em exibição no MEP gratuita
A exibição do documentário é uma das atividades que antecedem a festividade do Sr. Malandrinho, que ocorre entre os dias 11 e 14 de janeiro, no bairro da Terra Firme
O documentário ‘Caminhos da Mina’, que será exibido gratuitamente no Museu do Estado do Pará (MEP) nesta sexta-feira (10/01), traz um olhar sobre as tradições do Tambor de Mina, uma religião afro-amazônica que se espalhou pelo Maranhão e Pará. A sessão será entre às 9h e 12h. O filme foi produzido pelo Instituto Huandazaká e dirigido por Isabela Avertano Rocha, que compartilha sua motivação e o processo de criação do projeto em entrevista ao Grupo Liberal.
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De acordo com Isabela, a principal motivação para a produção do documentário foi a vontade de responder às dúvidas que ela mesma tinha sobre o Tambor de Mina, além de esclarecer questões que sabia que outras pessoas também possuíam.
"Eu queria entender como era o tambor de mina no Pará, em Belém, e em São Luís do Maranhão, pois o tambor de mina tem suas origens em São Luís", afirmou. Para a realização do filme, a equipe viajou até São Luís, onde gravaram com o Pai Alex Okonontò, uma importante referência no culto.
A diretora destaca que as religiões de matriz africana se preservam principalmente por meio da oralidade. “Tem poucos registros, pouca documentação, e sobre o Tambor de Mina especialmente, você não vai encontrar tanto conteúdo em livros ou na internet", explicou.
Um dos objetivos do documentário é, portanto, registrar e preservar essas informações para que não se percam, além de ensinar sobre a riqueza e a história do culto, que é fundamental para as religiões de matriz africana.
Isabela enfatiza que todas as exibições do filme, incluindo a do MEP, são gratuitas, com o intuito de difundir o conhecimento e valorizar a cultura. "O objetivo maior é difundir o conhecimento, falar da beleza da nossa cultura, desmistificar preconceitos e levar toda a força da nossa ancestralidade para a maior quantidade de pessoas possíveis", afirmou, lembrando que a entrada é gratuita, mas sujeita à lotação do espaço.
A direção do documentário foi assinada por Isabela, mas o roteiro foi desenvolvido em colaboração com seu babaLorixá, Babá Huandazaká, zelador do Ilê Axé Toy Azaká e Oxum.
“Eu precisava da ajuda dele para realizar o roteiro, pois ainda estava em busca de conhecimento. Ele me orientou sobre quais casas visitar e quais pessoas entrevistar para contar a história da melhor maneira possível”, comentou a diretora. O documentário, inicialmente planejado para ser mais curto, foi expandido para 40 minutos devido à riqueza de detalhes e ao desejo de não perder material importante.
Isabela acredita que o público deve prestigiar as exibições do documentário, especialmente por conta da grande importância do Tambor de Mina nas culturas afro-amazônicas. Ela observa que, enquanto cultos como o candomblé e a umbanda são mais conhecidos, o Tambor de Mina ainda é um universo a ser descoberto por muitos.
"Esse filme é feito por pessoas que vivem o tambor de mina, que estão dentro dos terreiros, o que faz toda a diferença. Não só as pessoas que deram as entrevistas, mas também as que participaram da captação e produção do filme", explicou.
A exibição do documentário no MEP é uma das atividades que antecedem a festividade do Sr. Malandrinho, que ocorre entre os dias 11 e 14 de janeiro, no bairro da Terra Firme. Além de proporcionar momentos de conhecimento e celebração da cultura afro-amazônia, o evento também incluirá rituais religiosos e apresentações culturais com diversos artistas locais.
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