Diretora e estilista da ópera 'Cobra Norato' falam sobre estreia no Theatro da Paz, em Belém
Apresentação, baseada no poema modernista de Raul Bopp, será realizada nos dias 26, 27, 29 e 30 de abril, às 20h

A noite desta quinta-feira (24) marca a pré-estreia da ópera "Cobra Norato", no Theatro da Paz, em Belém. O espetáculo, que abre oficialmente o XXIV Festival de Ópera do Theatro da Paz, será apresentado para convidados da imprensa, das Usinas da Paz e familiares dos artistas e integrantes do elenco. Em entrevista ao Grupo Liberal, Ronaldo Fraga, estilista e responsável pelo figurino da obra, e a diretoria artística Carla Camurati, falaram sobre a expectativa para a realização da obra, baseada no poema de Raul Bopp.
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Inspirada na figura folclórica, Cobra Norato traz para o palco a lenda da serpente mística associada à proteção e às boas energias. O figurino, que veste um elenco formado cerca de 80% formado por artistas paraenses, apresenta um olhar mais disruptivo do que se imagina para uma ópera, de acordo com Fraga.
"Cobra Norato se trata de uma obra brasileira, uma ópera tropicalista, modernista, representada aqui no Pará. Tudo isso deve ser levado em conta. Eu procurei, na criação do figurino, contar uma história, sem perder de vista que é algo do período modernista brasileiro. Misturo ali, o olhar do turista para o Bopp, que era gaúcho e fascinado pelos seres da mata, pela Amazônia. O figurino traz o homem, o bicho, a natureza, como uma coisa só", explica.
Para o estilista, que trabalha pela segunda vez com a diretora da ópera, o espetáculo fará brilhar os olhos de crianças, adultos e idosos. Ele conta que, em Cobra Norato, o maior desafio foi criar algo montado pela primeira vez.
"Tudo está para ser feito, é inédito, porque o formato é inédito enquanto ópera. É a primeira montagem. Você pensa, que no futuro, quando for estudar Cobra Norato enquanto ópera, essa vai ser a primeira referência. É um grande desafio”, complementa.
A expectativa da diretora artística Carla Camurati é grande para a grande estreia. Ela garante que o espetáculo, preparado em um mês intenso de ensaios, é uma construção criativa de uma estética modernista brasileira, com coro, orquestra, solistas, totalmente entregues a esta adaptação de Bopp.
"A ópera é linda musicalmente e foi gestada aqui, no coração da Amazônia. O resultado está muito bonito e ela está bem executada, cantada, divertida, as pessoas vão gostar. Os ensaios eram criativos e divertidos. O público vai apreciar uma boa música com uma estética linda do modernismo brasileiro", diz Camurati.
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