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Dira Paes, Daniel Munduruku, Elza Lima, Fafá de Belém e a influência da Amazônia na arte

Artistas participam de live na quinta-feira (3), às 16h, onde conversam sobre a forma que o território influencia seus trabalhos

Lucas Costa
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Foi pelo olhar eurocêntrico que a Amazônia pode ter começado a encantar o mundo por meio da fotografia, pintura e diversas outras expressões artísticas. Mas a vivência dos que nasceram neste terreno fértil é inspiração ao longo do tempo e espaço que atravessam a grandiosidade da floresta. “Como a realidade amazônica inspira a produção artística” é a pergunta que quatro representantes das artes com raízes paraenses, vão responder na próxima quinta-feira (3), às 16h, durante uma live de Oliberal.com, transmitida também nos canais oficiais do jornal no YouTube e Facebook.

Dira Paes, Fafá de Belém, Daniel Munduruku e Elza Lima - artistas de diferentes expressões, mas que carregam a Amazônia como referência no fazer artístico; são os convidados da transmissão, e vão conversar sobre a forma como o território inspira suas produções.

Indicada recentemente ao troféu de Melhor Atriz no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, Dira Paes é conhecida por levar o Pará nas artes cênicas. Figura carimbada em novelas da Rede Globo, Dira também carrega no currículo uma atividade constante no cinema nacional.

Ela também já representou a cultura regional nos telões, como nos curtas “Ribeirinhos do Asfalto” (2010), de Jorane Castro, pelo qual ganhou o prêmio de Melhor Atriz em Curta-metragem no Festival de Cinema de Gramado; e em “Matinta” (2010), de Fernando Segtowick, pelo qual levou o Prêmio de Melhor Atriz em Curta-metragem no Festival de Cinema de Brasília.

Fafá de Belém carrega a Amazônia no próprio nome. Uma das responsáveis pela popularização das composições de nomes como Ruy e Paulo André Barata, a cantora construiu uma sólida e expressiva trajetória na música brasileira.

Figura conhecida pelo bom humor e entrega no palco, Fafá segue fazendo música. Seu álbum mais recente, “Humana” (2019), assim como o show construído dentro de seu universo; foi sucesso de crítica.

Daniel Munduruku é um dos que representa a Amazônia na literatura. Ele ostenta o número de 53 livros escritos e publicados ao longo dos seus 56 anos de vida. Indígena da etnia Munduruku, ele nasceu em Belém e passou os primeiros sete anos da vida no povoado Maracanã, interior do Pará. 

Ao longo da vida já chegou a ser jubilado de um mestrado, marcado por uma série de turbulências, incluindo o falecimento de sua orientadora. Daniel fez doutorado na USP, e o educador foi quem deu origem ao escritor Daniel Munduruku.

Olhar da Amazônia para a Amazônia

Elza Lima completa o time da conversa representando o olhar de uma amazônida na fotografia. Com uma trajetória longa de registros, ela diz estar animada para a conversa. 

“Acho que vai ser um encontro bem interessante, várias vertentes falando sobre a Amazônia, de como a gente vê. Já estou doida para escutar. Acho que vai ser muito interessante até mesmo para os jovens que não conhecem a trajetória da Fafá de Belém, por exemplo”, conta.Dona de uma trajetória expressiva registrando a Amazônia, com trabalhos que conversam diretamente com as situações enfrentadas atualmente pela floresta e seus povos, Elza adianta um pouco da relação do território com a formação de sua identidade na fotografia.

image "Nhamundá", de Elza Lima (Elza Lima)

Ela relembra que desde criança foi acostumada a viajar pelo interior, e sua visualidade foi marcada desde lá. “Os bichos da floresta, a diversidade de povos que a Amazônia contém; isso foi aguçando o olhar”, conta.

Na década de 1980 foi quando decidiu começar a fotografar suas viagens, iniciando a carreira em 1984. No ano seguinte ela entrou para a Secretaria de Estado de Cultura, o que aumentou mais ainda as viagens, segundo ela, dando a oportunidade de conhecer todo o Estado do Pará.

“O meu olhar foi sendo formado através de toda essa vivência que eu tive. Engraçado que os encontros meus com a Amazônia sempre foram de prazer e beleza, olhar uma Amazônia ainda muito inteira, pelo menos em parte. Mas desde lá já se via desmatamento para o gado, e de ano a ano que eu ia, já notava, mesmo que pouca, sentia que estavam avançando na mata”, relembra.

image Imagem rara da interação do indígena com a natureza (Elza Lima)

Elza destaca uma nova geração de fotógrafos amazônidas, mas insiste na importância de que os novos profissionais tenham mais interesse em registrar o território, já que, segundo ela, “uma vida é pouco para fotografar a Amazônia”, considerando sua grandiosidade.

“Meu trabalho vai por um caminho de mostrar o que estamos perdendo: momentos, paisagens, crianças saudáveis vivendo no rio de forma muito plena. Acho que meu trabalho mostra um lado muito bonito e faz pensar no que estamos deixando para trás, o que estamos permitindo que aconteça”, destaca.

Com a Amazônia presente em quase que 100% de seu trabalho, Elza Lima conta uma curiosidade sobre esta construção de olhar, que viveu no período que morou na Suíça.

“Passei um ano na Suíça, e quando terminei meu trabalho lá, o curador da galeria virou para mim e disse: ‘você fotografou a Suíça procurando a Amazônia’. Então o meu olho é formado pela Amazônia, é pronto para fotografá-la, morro de amor por esse nosso espaço. Eu não sei fotografar cidade, preciso dessa espacialidade”, relembra.

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Cultura
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