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Dia do Compositor celebra quem transforma sentimentos em canções

Compositores Lia Sophia e Juninho do Cavaco falam sobre essa arte que ajuda a contar a história do mundo

Eduardo Rocha
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Sem eles ou sem elas, nada de canções. E sem canções, uma vida monótona, sem a companhia de acordes e versos a iluminar o caminho. Por isso, em 15 de janeiro se celebra o Dia Mundial do Compositor. A data surgiu decorreu da comemoração à fundação da Sociedade de Autores e Compositores do México (SACM), em 1945. Em Belém, compositores como Juninho do Cavaco e Lia Sophia celebram a data, conscientes dos desafios e da satisfação relacionada a esta arte.

A cantora e compositora paraense Lia Sophia conta com mais de 20 anos de carreira. “Minha primeira composição se chama ‘Eu só quero você’. Gravei no meu primeiro álbum e ela já foi trilha de campanha publicitária e é sempre muita pedida nos shows”, destaca essa autora de mais de 50 músicas e com seis álbuns e mais de 15 singles.

Entre artistas que já gravaram composições de Lia Sophia figuram Nilson Chaves, Lucinnha Bastos, Zélia Duncan, Paulinho Moska e Ney Matogrosso. “Eu escrevo bastante coisa, todos os dias tenho o hábito de escrever algo. Aí, às vezes, volto a esses escritos, com o violão em mãos, ele é meu primeiro instrumento, e sai a melodia com os versos. Outras vezes, vem tudo junto. Mas o importante é manter um hábito de tocar e escrever. Assim nascem as canções pra mim”, revela Lia.

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Como se sabe, não é fácil viver de arte no Brasil. Lia não é exceção. “Parte da minha renda vem, sim, das minhas composições, especialmente das que tocam nas rádios, nas plataformas digitais e, principalmente, as que estão associadas a alguma campanha publicitária ou novela”, diz a compositora.

Para ela, “o maior desafio (para compositores) é se manter fiel ao que você acredita e continuar fazendo a música que o seu coração pede”. “Hoje em dia, é difícil não embarcar nas exigências do mercado. Até inteligência artificial pode compor música hoje em dia, o que não quer dizer que seja boa. Esse tem sido outro desafio para os compositores. Mas a satisfação está em ouvir as pessoas cantando e se emocionando com algo que você criou”, pontua.

Lia Sophia adianta que está gravando um novo disco. “Eu tô preparando um álbum com o nosso sotaque, com as nossas percussões, dentro do que eu desejo que o mundo saiba e conheça da Amazônia. Para isso, terei algumas participações especiais que logo vou contar pra vocês”, adianta a artista.

A música “Ai Menina”, de Lia Sophia, foi a mais executada no Pará em 10 anos segundo o ECAD (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), órgão que arrecada e repassa os direitos aos autores.

No clima do samba

Juninho do Cavaco, 52 anos, nasceu no bairro da Pedreira mas atualmente mora no Distrito de Icoaraci. Ele compõe desde os 15 anos de idade, sempre no samba e pagode. São cerca de 350 composições dele catalogadas.Entre os sucessos de Juninho destacam-se “Não faz sentido”, “Tema dos meus sonhos” e “O samba que vem da Amazônia”. Esse compositor tem músicas gravadas por outros artistas. ‘Sonho de Luz”, por exemplo, ganhou gravação na coletânea “Samba de Artista”, interpretada por João Lopez e que é uma parceria com Neno Freitas. Outra canção de Juninho, “Menina da Onda” chegou a ser gravada por Cezar Farias.

image Juninho do Cavaco: "Não consigo ficar fora da música" (Foto: Divulgação)

 

Juninho do Cavaco integrou o grupo Nosso Tom por 21 anos, em que atuava como músico e como compositor da banda . “Não consigo ficar fora da música. Sempre que dá, toco com alguns artistas, como Caricato, Arthur Espíndola. Nunca pensei em fazer carreira solo. Quem sabe um dia gravar um EP só com músicas inéditas e autorais”, diz Juninho.

Sobre a parte financeira, ele diz: “Hoje, eu não vivo mais como compositor. Sou formado em Rede de Computadores. Hoje trabalho na minha área de TI, mas tenho muitos amigos que conseguem viver de composição”, diz. Dá como exemplo o amigo,  compositor Leandro Fab, que tem composições gravadas por grandes artistas nacionais, como Fundo de Quintal e Xande de Pilares. Juninho pontua que os compositores recebem os direitos autorais arrecadados pelo ECAD, mas, essa verba é muito pouca. “A porcentagem não é justa. Um artista pra ser bem remunerado tem que alcançar um grande número de execuções em praticamente todas as rádios e mídias digitais do Brasil. É muito difícil. Só quando acerta um hit que viraliza e vira febre, aí consegue um bom dinheiro”, assinala o compositor. Ele segue alegre em frente com o dom que Deus lhe deu, para compartilhar emoções com o público.

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Cultura
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