Danielle Fonseca lança livro 'Nenhum outro som no ar pra que todo mundo ouça'
Selecionada pelo edital Livro e Leitura da Lei Aldir Blanc, além da publicação, a autora fez uma ação onde convidou algumas pessoas para ler em vídeo um dos poemas que compõem o livro
Caetano Veloso e Gilberto Gil escreveram nos férteis anos 70 a canção “As Ayabás”, faixa que abre o disco “Pássaro Proibido”, de Maria Bethânia, obra que a baiana apresenta gritando o primeiro verso: “Nenhum outro som no ar pra que todo mundo ouça”. Essas palavras marcaram profundamente a escritora e artista visual Danielle Fonseca, que inspirada pelas vozes e textos de grandes artistas que compõem seu acervo cultural pessoal, lança nesta sexta-feira, 14, o livro batizado em homenagem à canção dos mestres nordestinos. Este é o primeiro livro publicado pela paraense, com textos em poesia e prosa, e que será lançado em um bate-papo com a curadora Marisa Mokarzel, em que a autora falará sobre seu processo de escrita, sobre literatura e música.
“O livro surgiu no período da pandemia, por conta desse isolamento necessário que todos nós estamos passando ainda. A literatura me deu uma centrada, por assim dizer”, explica Danielle. “Eu já escrevo desde a adolescência, mas eu nunca tinha publicado em um livro, apenas em blogs, sites e jornais. Essa foi a oportunidade de colocar tudo no papel. Peguei poemas antigos e dei uma lapidada, e com a oportunidade da Lei Aldir Blanc, foi possível a impressão do livro. Saiu do jeito que eu queria”, celebra a autora, que conta que não produziu os textos nesse último ano conturbado, mas aproveitou o momento de pandemia para compilar seus escritos.
Selecionada pelo edital Livro e Leitura da Lei Aldir Blanc, além da publicação, a autora fez uma ação onde convidou algumas pessoas para ler em vídeo um dos poemas que compõem o livro, que contou com a participação da cantora e atriz Cida Moreira, a curadora Marisa Mokarzel, a historiadora Bárbara da Fonseca Palha, a escritora Rosane Preciosa, o escritor Júlio Mendonça, o cantor e compositor Péricles Cavalcanti e a artista visual Juliana Notari. Segundo ela, esta foi uma maneira de interagir e dialogar, mesmo que à distância, com alguns amigos e amigas ligadas às artes e literatura.
“O livro me ajudou a enfrentar melhor esse período que ainda estamos vivendo, na verdade foi um exercício de resistência e sobrevivência. Nele estão minhas referências literárias, musicais e memórias. Tem um pouco de Caetano, Augusto de Campos, Gertrude Stein, Virgínia Woolf, e Eneida de Moraes”, explica Danielle, que declara também que a canção de Gil e Caetano referenciada no título representa um pedido de passagem, um pedido de licença que ela faz à literatura, para que possa se apresentar no território literário.
“Ele é um pouco das minhas referências. Como é o meu primeiro livro, eu quis deixar bem claro isso. É como se eu fizesse uma reverência. São essas pessoas que eu ‘sigo’, em uma linguagem mais contemporânea”, encerra Danielle, prestando uma merecida homenagem aos criativos que vieram antes dela.
SERVIÇO:
Lançamento do livro “Nenhum outro som no ar pra que todo mundo ouça” de Danielle Fonseca
Dia 14 de maio. às 19h.
Local: youtube.com/DaniFonsecaChannel
Informações no Instagram: @banzaipipelineproducoes
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