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Cultura do Pará perde José Wilson Malheiros da Fonseca, filho do maestro Isoca

Nome das letras e música, ele faleceu aos 79 anos, em Belém (PA), nesta segunda (1º)

Eduardo Rocha

Diz o ditado popular que "filho de peixe, peixinho é". Esse é o caso de José Wilson Malheiros da Fonseca, que faleceu nesta segunda-feira (1º), em Belém, aos 79 anos de idade. Filho do saudoso maestro santareno Wilson Dias da Fonseca, o maestro Isoca (1912-2002), José Wilson construiu um conjunto de obras que se destacam na literatura e cultura do Pará e da Amazônia. Por isso, essa perda foi sentida por muitas pessoas do meio artístico e jurídico paraense, dado que ele se destacou como juiz no Pará. O corpo de Wilson foi velado na Igreja dos Capuchinhos, na capela mortuária de Santo Antônio, e o sepultamento ocorreu às 14h desta segunda, no cemitério Santa Izabel, no Panteão da Academia Paraense de Letras (APL).

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Um exemplo

Para o desembargador e escritor Leonam Gondim da Cruz Júnior, presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) e membro da APL, "José Wilson Malheiros da Fonseca foi uma pessoa completa. Advogado, magistrado, professor, jurista, músico, maestro, cronista, imortal da Academia Paraense de Letras, Academia Maçônica de Letras, autor de vários hinos, dentre eles o da Unama, que é belo. Grande parceiro do maestro Isoca, seu amado Pai, e que agora terá a oportunidade de reencontrá-lo".

A jornalista e advogada Franssinete Florenzano conhecia bem de perto o escritor. “José Wilson Malheiros da Fonseca era um amigo-irmão, costumava dizer que minha filha, Gabriella Florenzano, era neta espiritual do maestro Isoca, seu pai e parceiro musical". José Wilson era tambem jornalista e membro da Academia Paraense de Jornalismo. “Seu legado à cultura do Pará é valioso. Tinha o sonho de ver sua ópera encenada no Theatro da Paz. Quem sabe agora aconteça?”, destaca Franssinete, membro da APL e da Academia Paraense de Jornalismo.

Vida em arte

O maestro Wilson Fonseca, Isoca, e a esposa dele, Rosilda, ambos falecidos, tiveram seis filhos. José Wilson nasceu em Santarém, no Pará, em 23 de maio de 1945. Ele estava internado na UTI do Hospital Belém, desde o dia 24 de junho de 2024 devido a infecções e insuficiência cardíaca. Era diabético e hipertenso. E todas essas comorbidades contribuíram para o seu falecimento, como conta o irmão dele, o ex-presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT8) e desembargador aposentado, Vicente José Malheiros da Fonseca.

Juiz do Trabalho, professor universitário e advogado, José Wilson notabilizou-se, em particular, como escritor, poeta, compositor e instrumentista. Era também membro da Academia de Letras e Artes de Santarém e outras entidades artísticas e culturais. Escreveu vários livros (alguns inéditos), versando sobre poesia, romance, musicologia, direito e outros temas.

José Wilson escreveu o libreto da ópera Amazônica "Vitória-Régia, O Amor Cabano", que tem música de Wilson Fonseca, seu pai (1996). Ainda de parceria com seu genitor, é autor da letra do "Hino da Unama" (1995); do "Hino da OAB-PA" e da "Cantata Nazarena" (sobre o Círio de Nazaré), musicados pelo maestro Isoca. Em parceria com Vicente José Malheiros da Fonseca, produziu cerca de uma centena de composições (letra de José Wilson e música de Vicente José), especialmente no período de 1969 a 2001.

Ele era casado com Dâmea Gorayeb dos Santos Fonseca. O casal teve quatro filhos, Eula, Wilson Neto, Fauzi, Amyr e o neto Miguel.

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