‘Crias do Curro Velho’ leva comunidade a desfilar pelas ruas de Belém neste sábado (08/03)
A expectativa é que cerca de 600 pessoas participem da folia, que acontece graças ao empenho dos membros do Curro Velho

O Carnaval pode ter acabado na maioria das regiões do Brasil, mas em Belém, este sábado (08) ainda reserva um dos eventos mais tradicionais da capital: o desfile da escola de samba ‘Crias do Curro Velho’, que tem mais de 30 anos de história e apresenta ao público o tema: ‘Belém, capital da COP 30, na Amazônia, Mistérios, Encantos e Tradições’.
O festejo da escola de samba é feito totalmente pela comunidade, por meio do Núcleo de Oficinas Curro Velho, pertencente a Fundação Cultural do Pará (FCP), que confecciona carros alegóricos, fantasias e todo o tipo de material artesanal necessário para o desfile, que neste ano será composto por cerca de 600 pessoas. Segundo a organização, a ideia é que o enredo deste ano homenageie a cultura, o misticismo e as tradições da Amazônia.
O coordenador de iniciação artística da Fundação Cultural do Pará, Jorge Cunha, faz parte da organização do evento e explica que tudo nasceu a partir da iniciativa da comunidade.
“O projeto nasceu em 1990, com o objetivo de envolver a comunidade que fazia parte do Curro Velho, envolver a comunidade do telégrafo e, principalmente, a comunidade da Vila da Barca, na qual o Curro Velho está inserido. E hoje este projeto existe graças à participação direta da comunidade que sempre nos instiga e cobra pelo desfile da Escola de Samba”, afirma Jorge.
Todo os elementos presentes no desfile são fruto do trabalho dos oficineiros do Curro Velho, que segundo Jorge Cunha, se dedicam a produzir as mais variadas estruturas.
“É o trabalho que eles desenvolvem durante as oficinas que se transforma nas coreografias que compõem as alas, nas alegorias, adereços, figurinos e elementos que compõem toda essa parte plástica e visual da escola. Além dos instrutores que desenvolvem o processo com os alunos, a gente tem também a participação dos técnicos da instituição, alguns como instrutores, mas outros como executores de determinados processos que também são essenciais para colocarmos a escola na rua”, salienta o coordenador.
Além dos técnicos, o coordenador do desfile também destaca que os pais das crianças da comunidade também participam deste processo, o que aumenta ainda mais a participação popular, transformando o desfile em uma festa que é de todos.
Jorge destaca que diversas referências aos mitos amazônicos estarão presentes no desfile, nas diversas alas e carros alegóricos que compõem a apresentação.
“Este ano viremos com sete elementos. Dois carros maiores e cinco menores que a gente chama de tripé. Podemos adiantar que um desses elementos é o Muiraquitã, que abre o desfile com a comissão de frente. Teremos também o carro que conta a lenda, da cobra grande que tem a cabeça embaixo da Sé e o rabo embaixo da igreja de Nazaré. E um dos elementos fará uma homenagem ao David Matos que foi servidor da instituição e faleceu ano passado”, acrescenta.
Diversos artistas paraenses também integram a produção do samba-enredo da escola de samba. Jorge Cunha conta que o samba-enredo foi criado por Paulo Moura, do Curro Velho, e é interpretado por Marquinhos Melodia, Marisa Black e Luizinho Moura. A gravação da canção contou com a participação do técnico Mauricio Panzera, que também é membro do Curro Velho.
Com início às 9h, o desfile da escola de samba Crias do Curro velho, terá sua concentração na na Praça Brasil, com saída em direção ao Curro Velho, passando pelas avenidas Senador Lemos e Djalma Dutra. Na chegada, haverá a realização de um baile de carnaval, considerado o ápice da folia do Curro Velho.
Serviço: Desfile Crias do Curro Velho’
Local: Praça Brasil - Umarizal
Data: 08 de março
Horário: A partir das 9h
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