Conheça as 12 rainhas de bateria que irão desfilar na Marquês de Sapucaí no Carnaval 2025
Rainhas possuem perfis variados, gerando diferentes expectativas entre o público
O posto de rainha de bateria nas escolas de samba é extremamente popular e visível durante os desfiles. Embora o desempenho das musas não contribua para a pontuação, a apresentação atrai uma multidão de fãs e fotógrafos, além de influenciar a energia das comunidades envolvidas.
Em 2025, o mundo do carnaval foi marcado por notícias impactantes. Paolla Oliveira, da Acadêmicos do Grande Rio, está vivendo o último ano como rainha de bateria, enquanto Lexa, da Unidos da Tijuca, está ausente após perder a filha recém-nascida.
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A atriz Paolla Oliveira, uma das rainhas de bateria mais populares do Grupo Especial, está se despedindo do cargo na Acadêmicos do Grande Rio. Ela anunciou que deixará o posto após o Carnaval de 2025 para se dedicar a projetos profissionais, mas garantiu que não se despedirá do Carnaval ou da escola.
"Eu vou me despedir desse posto", afirmou Paolla. "Mas nunca, jamais, do carnaval, jamais da Grande Rio. O carnaval mora em mim".
Ela desfilou como rainha de bateria nos anos de 2009 e 2010, retornando ao posto em 2020. Sob sua liderança, a escola conquistou seu primeiro título no Grupo Especial em 2022, com a bateria comandada pelo mestre Fafá.
Este ano, a Grande Rio levará para a avenida um enredo que celebra as "Pororocas Parawaras", destacando as riquezas culturais da região do Pará.
Andressa Marinho - Unidos de Padre Miguel
Andressa Marinho é uma das principais figuras da Unidos de Padre Miguel, agora de volta ao Grupo Especial do Carnaval do Rio. Nascida e criada na comunidade da Vila Vintém, na Zona Oeste do Rio, onde a escola tem suas raízes, ela assume o papel de rainha de bateria com apenas 22 anos.
Andressa continua morando na Vila Vintém com sua família, incluindo seu filho de dois anos. Além de ser professora de dança e coreógrafa, ela planeja cursar Educação Física.
Este ano, a Unidos de Padre Miguel realizará um desfile em homenagem ao primeiro terreiro de candomblé do Brasil, destacando a rica herança cultural do país.
Maria Mariá – Imperatriz Leopoldinense
Maria Mariá, uma jovem talentosa criada no Complexo do Alemão, assume seu terceiro ano como rainha de bateria da Imperatriz Leopoldinense com uma consciência ainda mais profunda sobre seu papel na escola. Eleita para o posto em 2022, Mariá estuda Comunicação Social na UFRJ, onde se formará este ano, e é faixa preta de taekwondo.
Além disso, ela está envolvida em várias iniciativas sociais, destacando projetos no Complexo do Alemão. Mariá é organizadora do Legado TKD, que oferece aulas de taekwondo para crianças da comunidade, além de promover cidadania, educação e cultura.
Este ano, a Imperatriz Leopoldinense contará a saga de Oxalá em sua jornada para visitar o reino de Xangô, trazendo uma rica narrativa mitológica para o Carnaval.
Erika Januza – Unidos do Viradouro
A atriz Erika Januza está prestes a iniciar seu quarto ano como rainha de bateria da Unidos da Viradouro, uma posição que ela ama profundamente. Nascida em Contagem, Minas Gerais, um dos momentos mais emocionais do ano para ela sempre foi assistir ao espetáculo de luzes e cores na avenida Presidente Vargas, mais conhecida como Marquês de Sapucaí.
Inspirada por Valéria Valenssa, a eterna Globeleza, Erika aprendeu a sambar e, quando recebeu o convite para liderar a bateria da Viradouro, inicialmente achou que era uma brincadeira. Hoje, ela realiza o sonho de infância, sambando e abraçando a comunidade de Niterói que a acolheu com carinho.
Durante a comemoração do título da escola no ano anterior, Erika foi vista no meio da multidão, chorando de emoção, sem o luxo de um camarote ou espaço especial.
Este ano, a Viradouro contará na avenida a história de Malunguinho, líder do Quilombo do Catucá, no Norte de Pernambuco, no século XIX, destacando a rica herança cultural e a resistência dos quilombos brasileiros.
Evelyn Bastos – Estação Primeira de Mangueira
Evelyn Bastos está prestes a iniciar seu 12º ano como rainha de bateria da Estação Primeira de Mangueira, destacando-se por sua versatilidade e longevidade no posto. Além de ser uma das principais figuras da escola, ela também é diretora cultural da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) e presidente da Mangueira do Amanhã, uma escola-mirim onde ela própria começou sua carreira no carnaval.
Além de desfilar pela Mangueira, Evelyn é professora de História e Educação Física. No carnaval, ela já interpretou papéis icônicos, como as mulheres mangueirenses, a Fera Ferida no enredo que homenageou Maria Bethânia, Esperança Garcia, a primeira mulher escravizada a se tornar advogada no Brasil, e até mesmo a face feminina de Cristo, sem calçados e sem sambar.
Este ano, a Estação Primeira de Mangueira celebrará a rica herança bantu no Rio de Janeiro, trazendo à avenida um enredo que resgata a contribuição dos povos bantus para a sociedade brasileira.
Lexa – Unidos da Tijuca
Lexa é a rainha de bateria da Unidos da Tijuca e não vai participar do desfile neste ano. A filha dela, Sofia, morreu 3 dias após do parto. A escola não desfilará com ninguém à frente dos ritmistas. O enredo da escola é "Logun-Edé - Santo menino que velho respeita".
Lorena Raíssa – Beija-Flor
Lorena Raissa, aos 18 anos, é a rainha de bateria mais jovem do Grupo Especial do Carnaval do Rio, prestes a iniciar o terceiro ano de reinado na Beija-Flor de Nilópolis. Apesar de sua juventude, ela já acumula uma década de experiência desfilando pela escola, tendo conquistado o posto de rainha em um concurso disputado.
Este ano, o desfile terá um toque especial: Lorena atravessará a Sapucaí grávida de quatro meses. A Beija-Flor celebrará na avenida o legado do lendário diretor de carnaval Laíla, com o enredo "Laíla de todos os santos, Laíla de todos os sambas".
Viviane Araújo – Salgueiro
Viviane Araújo, conhecida como a "rainha das rainhas", é a rainha de bateria mais longeva do Grupo Especial, ocupando o cargo no Salgueiro há quase duas décadas. Com uma carreira no Carnaval que remonta à década de 1990, ela desfilou por várias escolas antes de se estabelecer no Salgueiro.
Além disso, ela também é rainha da Mancha Verde em São Paulo. Em 2022, ela realizou o sonho de ser mãe e, neste Carnaval, levou seu filho Joaquim ao ensaio técnico do Salgueiro.
O Salgueiro apresenta o enredo "Salgueiro de Corpo Fechado", explorando rituais de proteção de diversas culturas.
Sabrina Sato – Vila Isabel
Sabrina Sato sempre teve uma paixão profunda pelo Carnaval desde a infância em Penápolis, São Paulo. Assistir aos desfiles locais e às transmissões do Rio e São Paulo era uma tradição compartilhada com a avó. "Sou apaixonada pelo Carnaval, pela festa do povo, pelo samba e pelas fantasias. Hoje, vivo um sonho, é muita emoção", expressou Sabrina.
Ela estreou como rainha de bateria da Unidos de Vila Isabel em 2011 e, exceto por um breve período, permaneceu no posto até 2019. Voltou em 2022 e também é rainha da Gaviões da Fiel em São Paulo.
A Vila Isabel desfilará com o enredo "Quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece". Sabrina sente-se acolhida pela comunidade e assume uma grande responsabilidade em representar a escola.
Fabíola de Andrade – Mocidade
Fabíola de Andrade inicia seu segundo ano como rainha de bateria da Mocidade Independente de Padre Miguel, após ser uma das principais atrações do Carnaval no ano anterior. Nascida em Alvorada, Rio Grande do Sul, ela cresceu assistindo aos desfiles na TV.
Após se casar com Rogério Andrade, patrono da escola, o mundo do samba se tornou mais próximo. "A Mocidade é como minha casa, com uma comunidade incrível e uma história de luta. Ela valoriza suas raízes e busca melhorar a região", destacou Fabíola.
A escola desfilará com um enredo que busca conscientizar sobre o futuro da humanidade.
Mayara Lima – Paraíso do Tuiuti
Mayara Lima, rainha por aclamação da comunidade, está prestes a iniciar o terceiro ano à frente da bateria Super Som da Paraíso do Tuiuti. Ela ganhou destaque nacional ao viralizar com um vídeo em que dançava em perfeita sincronia com os músicos da bateria.
Mayara começou sua jornada no samba aos 10 anos nas Aprendizes do Salgueiro, onde mais tarde se tornou integrante da ala de passistas sob a direção de Carlinhos Salgueiro, um dos coreógrafos mais premiados do Carnaval carioca. Em 2011, aos 14 anos, ela se juntou à Paraíso do Tuiuti e também entrou para a ala de passistas da escola.
Este ano, a Paraíso do Tuiuti desfilará com o enredo "Quem tem medo de Xica Manicongo", contando a história da primeira mulher trans documentada no Brasil.
Bianca Monteiro – Portela
Bianca Monteiro é a rainha de bateria da Portela desde 2016, liderando a Tabajara do Samba, a bateria da escola. Nascida em Madureira, no Rio de Janeiro, ela é considerada uma "cria da comunidade" e tem uma forte ligação com a escola de samba. Bianca começou a carreira na Portela como passista e, ao longo dos anos, se tornou uma figura central da agremiação.
Além de sua função na Portela, Bianca é fundadora da Oficina de Artes Paulo da Portela, um projeto que visa promover a cultura do samba na comunidade, garantindo que as raízes da escola nunca se percam.
Este ano, a Portela levará para a avenida uma homenagem à vida e obra de Milton Nascimento, um dos maiores nomes da música brasileira.
*Pedro Garcia, estagiário de jornalismo, sob supervisão de Tainá Cavalcante, editora web de OLiberal.com