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Conheça alguns nomes da Cena do ‘Cinema Negro’ no Pará e as novas narrativas audiovisuais

A reportagem de O Liberal conversou com duas produtoras e cineastas negras paraenses, Joyce Cursino e Rayo Machado, sobre o caminho que este cinema vem trilhando na Amazônia

Emanuele Corrêa

O termo "Cinema Negro" não é recente no Brasil e, no Pará, vem ganhando, nas últimas décadas, mais representatividade. O movimento propõe o protagonismo dos corpos pretos na direção, produção, atuação e em outros cargos que, na indústria audiovisual, essas pessoas não ocupariam, devido o racismo estrutural, apontam os estudiosos do tema. A reportagem de O Liberal conversou com duas produtoras e cineastas negras paraenses, Joyce Cursino Rayo Machado, sobre o caminho que este cinema vem trilhando na Amazônia.

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Relevância Internacional

A publicitária e roteirista Raynéia Machado, 36 anos, também conhecida como Rayo Machado tem no seu currículo produções a exemplo do longa-metragem "Para Ter Onde Ir", da diretora paraense Jorane Castro e a série "Fronteiras" de Jorge Furtado. No audiovisual ela começou como assistente de figurino, mas roteirizar virou a sua paixão, conta. "Quando tive contato pela primeira vez com um documento de roteiro, e embora apaixonada pelo figurino, percebi que era aquilo que eu queria fazer no audiovisual: escrever", disse.

Uma história familiar a levou integrar a Academia Internacional de Cinema (AIC) para roteiristas negras, relembrou. "Surgiu a sinopse de 'O vento é meu irmão', e através dele fiz parte de uma turma da academia internacional de cinema (AIC) para roteiristas negras. Passei três meses em São Paulo estudando estrutura narrativa, criação de personagens, preparação para pitching, dentre outras coisas importantes para quem estava iniciando a carreira como roteirista", observou.

Rayo adotou como ferramenta de produção o conceito da escritora Conceição Evaristo para criar as suas narrativas. "De lá pra cá, adotei o conceito de 'Escrevivência', da escritora e grande inspiração Conceição Evaristo, e passei a criar narrativas tendo como ponto de partida as minhas vivências enquanto mulher negra amazônida. Essa é minha marca principal como Roteirista, e a ela adiciono uma camada de ativismo socioambiental, colocando holofotes sobre questões urgentes e relevantes para essa região e para o Brasil, afinal de contas estamos falando de Cinema Nacional", finalizou.

Em alusão ao Dia da Consciência Negra e de Zumbi dos Palmares, relembrada amanhã, 20, Negritar em parceria com a Semana Academia da Universidade Federal do Pará, a Multi Week com a programação de filmes, aberta ao público.

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