Concerto de Léa Freire no Theatro da Paz em comemoração ao Dia Internacional da Mulher
A instrumentista se apresentará ao lado da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, sob a regência do maestro Felipe Senna
Na próxima quarta-feira (12/03), o Theatro da Paz, localizado no bairro da Campina, em Belém, será palco de um concerto especial em alusão ao Dia Internacional da Mulher. A apresentação contará com a flautista, multi-instrumentista e compositora brasileira Léa Freire ao lado da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, sob a regência do maestro Felipe Senna. O evento ocorrerá às 20h e terá ingressos a um preço acessível de R$ 2, disponíveis na bilheteria do teatro e no site Ticket Fácil.
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Léa, que também atua como solista no concerto, celebra 50 anos de carreira e apresenta um repertório que reflete sua trajetória musical. O concerto trará peças como "Vento em Madeira", "Mamulengo", "Choro na Chuva" e "Ares de Bolero", com arranjos baseados no álbum "Cartas Brasileiras" (Maritaca, 2007). O maestro Felipe Senna, parceiro de Léa por mais de 25 anos, assina a adaptação das composições para a formação orquestral.
Essa é a primeira vez da arranjadora na capital paraense. Em entrevista ao Grupo Liberal, Léa afirmou que estava entusiasmada para se apresentar no Theatro da Paz e visitar a cidade de Belém.
"Minha expectativa é muito grande porque eu nunca estive em Belém. Quero muito conhecer a cidade, o teatro, a culinária e os grandes músicos que vivem aí", afirmou a compositora.
Ela também demonstrou curiosidade sobre o Mercado do Ver-o-Peso e afirmou que pretende aproveitar ao máximo sua estadia na cidade. "Tudo que tiver de sorvete quero provar. Falou de cupuaçu, é comigo mesma! Pretendo me divertir muito, estou determinada a aproveitar o máximo", declarou.
Parceria musical e desafios da carreira
Sobre sua colaboração com Felipe Senna, Léa destacou a afinidade musical entre os dois e o sucesso da parceria ao longo dos anos. "O Felipe é um músico muito completo, grande arranjador e compositor, além de pianista maravilhoso. Para nós, a música é uma só, e essa parceria sempre foi muito produtiva", declarou.
Já o maestro também não poupa elogios à Léa e afirma que ela é 'um ícone de sua geração, a compositora brasileira mais reconhecida aqui e no exterior'. Senna destacou que Léa, autodidata, decidiu escrever para orquestra aos 40 anos e, desde então, tem criado 'obras originais e surpreendentes'.
Sobre o concerto em Belém, Senna mencionou que o programa já foi apresentado na Europa, com a Orquestra de Guimarães, e em diversos concertos no Brasil. "Estamos muito felizes em levá-lo para Belém, com a magnífica Sinfônica do Theatro da Paz! Especialmente neste contexto em que o público não apenas poderá ouvir a própria compositora com a OSTP, mas terá a chance de conhecer mais sobre sua história no brilhante filme de Lucas Weglinski", afirmou o maestro.
Comparada a Mozart, Debussy, Villa Lobos, Tom Jobim e Hermeto Pascoal, Léa Freire (piano e flauta) passeia por seu vasto repertório autoral, em universos musicais eruditos, jazzísticos e populares ao lado de outros músico
Ao longo de sua trajetória, ela enfrentou desafios como mulher no meio musical. Segundo a compositora, a dificuldade em conseguir espaço a levou a criar próprios projetos e definir seu repertório. "Decidi ser minha própria produtora e chamar os músicos para tocar o que eu queria. Assim, a receptividade começou a crescer", explicou.
A discografia de Léa Freire reflete essa diversidade e liberdade criativa. Ela conta com doze álbuns, entre os quais se destacam títulos como "Ninhal" (1997), com Joyce, Quarteto Livre, Banda Mantiqueira e Filó Machado; "Quinteto" (1999), com Teco Cardoso e outros músicos renomados; "Water Bikes" (2007), com Thomas Clausen e Afonso Correa; e "Cartas Brasileiras" (2007), com a participação de diversos artistas, incluindo Gil Jardim e Nailor Proveta Azevedo. Outros lançamentos importantes incluem "Vento em Madeira" (2011) e "Brasiliana" (2013), ambos com o Quinteto Vento em Madeira, além de "Amilton Godoy e a Música de Léa Freire" (2013), em que o fundador do Zimbo Trio interpreta suas composições. Sua produção mais recente inclui álbuns como "Back to NY" (2023), com convidados americanos e Felipe Senna.
"Eu tenho o maior respeito por todo tipo de música e eu sempre estou aprendendo cada vez mais com todo", afirma Léa, destacando sua contínua busca por novas influências e sonoridades.
Oficinas e atividades
Além do concerto, Léa Freire promoverá oficinas gratuitas, uma jam session com o quinteto paraense Jabuti e a exibição do documentário "A Música Natureza de Léa Freire", dirigido por Lucas Weglinski. As atividades ocorrerão nos dias seguintes ao concerto e fazem parte da programação especial da compositora em Belém.
Na quinta-feira, 13, haverá duas oficinas: "Percepção para Improvisação", ministrada por Léa na Escola de Música da Universidade Federal do Pará (UFPA), na Avenida Conselheiro Furtado, 2007, das 9h às 12h; e "Escrita Criativa", com Felipe Senna, no Instituto Estadual Carlos Gomes, das 15h às 18h. Todas as atividades são gratuitas.
Ainda na quinta, às 20h, Léa Freire se apresentará ao lado do quinteto Jabuti na Casa Na Mata, localizada na Avenida Conselheiro Furtado, 287.
Na sexta-feira, 14, será exibido o documentário "A Música Natureza de Léa Freire" no Cine Líbero Luxardo, às 19h40, seguido de um bate-papo com a compositora e musicistas paraenses. Os ingressos para a sessão custam R$ 12 (inteira) e R$ 6 (meia entrada).