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Companhia Moderno de Dança apresenta videodança e espetáculo 'Na Beira'

A obra é inspirada no conceito de encantarias presente na literatura e poesia de Paes Loureiro

Enize Vidigal

A Companhia Moderno de Dança traz ao Arte Pará 2019 a obra em videodança "Na Beira". A obra compõe a mostra "Deslendário Contemporâneo - 80 anos de Paes Loureiro", com a curadoria de Orlando Maneschy e Keyla Sobral, no  Museu do Estado do Pará. A videodança está em exposição até o mês que vem.

"Na Beira" também terá apresentações do espetáculo de dança de mesmo nome no Teatro Waldemar Henrique, nesta terça e quarta-feira, 12 e 13, e também nos dias 4 e 5 de dezembro, sempre às 20 horas. O espetáculo é inspirado no conceito de encantarias do poeta e professor João de Jesus Paes Loureiro, homenageado do salão, este ano. A entrada é franca.

A participação de uma obra de artes cênicas na programação do Arte Pará é uma inovação, este ano. Na Beira foi desenvolvido na pesquisa de doutorado da bailarina Luiza Monteiro, do Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Federal do Pará (UFPA), e foi contemplado com o prêmio "Pauta Por Todo Pará", da Fundação Cultural do Pará, apresentado no mesmo teatro, há três meses.

"Para a encenação no Arte Pará, a obra passou por momentos de amadurecimento e transformações, tendo em vista o caráter processual da pesquisa acadêmica e do processo criativo do espetáculo. Para a nossa companhia, a obra nunca está finalizada, mas sempre é passível de transformações", explica Ana Flávia Mendes Sapucahy, em nome do grupo. "Uma grande oportunidade (o Arte Pará) de tornar público os conhecimentos em dança produzidos na contemporaneidade, assim como uma partilha das particularidades do trabalho artístico da CMD".

A Companhia Moderno de Dança é um grupo de pesquisa da dança enquanto linguagem, que busca revelar vocabulários de movimento e relações espaço-temporais com conteúdos ligados às próprias vidas dos integrantes. A companhia implementou a Dança Imanente, escopo teórico poético da metodologia que norteia as práticas do grupo.

A obra nasce das encantarias do corpo amazônida, que os intérpretes-criadores fazem emergir para além do plano visível, trazendo à tona os nuances subjetivos das profundezas do ser que são externadas por meio da dança. Assim, as danças imanentes apresentadas na obra são revelações dos seres encantados que habitam nos corpos criadores do espetáculo. Na Beira é um convite ao contato com experiências sensíveis impregnadas de absurdo, encantamento, mistério, magia e transe.

Os integrantes do grupo descrevem que "toda a visualidade cênica do espetáculo, com figurino, maquiagem, corpos, iluminação, dentre outros elementos, convidam o público a mergulhar no universo poético do corpo. O espetáculo não apresenta os encantados dos rios amazônicos, no sentido objetivo, como a Iara, o Boto e a Boiúna. As encantarias do rio foram inspiração conceitual para um início de pesquisa e processo criativo voltados para os mergulhos nas encantarias de cada um dos corpos dos criadores do espetáculo. Neste sentido, o público se depara com o universo poético dos corpos dos bailarinos revelados pela própria obra. Na Beira não apresenta uma narrativa linear. Portanto, cada espectador é criador de narrativas, a partir da apreciação da obra e de suas encantarias particulares".

O espetáculo tem a direção artística de Ana Flávia Mendes, Feliciano Marques, Luiza Monteiro e Tarik Coelho, com os artistas colaboradores Iara Souza e Aníbal Pacha. Já a versão do Arte Pará traz no elenco Andreza Barroso, Gleydyson Cardoso, Lucas Costa, Paola Pinheiro, Thamyris Monteiro, Victor Azevedo e Will Costa.

Agende-se:

Espetáculo de dança "Na Beira"
Dias: 12 e 13/11 e 4 e 5/12, às 20h
Local: Teatro Waldemar Henrique (Av. Presidente Vargas, s/n, Praça da República)
Entrada Franca
Salão Arte Pará 2019
Realização: Fundação Romulo Maiorana
Patrocínio: Vale e Faculdade Fibra
Apoio: SOL Tecnologia e O Liberal na Escola

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