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Mesmo sem indicações, esnobados do Oscar 2019 conquistaram público e crítica

Lista de esnobados neste ano tem Emily Blunt, "Guerra Fria", "O Primeiro Homem" e "Se a Rua Beale Falasse"

Vito Gemaque, da Redação Integrada

Desde o momento em que as listas de indicados ao Oscar são divulgadas, público e crítica criam outras listas. Uma das favoritas na discussão dos cinéfilos é a dos esnobados pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. Todos os anos vários filmes, atores e diretores que não conseguiram entrar na premiação oficial ganham o coração dos fãs em listas paralelas. Um dos exemplos deste ano é a atriz Emily Blunt que mesmo protagonizando os filmes "Um lugar silencioso", com boa receptividade da crítica e do público, e "O Retorno de Mary Poppins", refilmagem da gigantesca Disney, a indicação como melhor atriz ficou para outro ano.

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De acordo com o crítico paraense de cinema Augusto Pacheco, há muitas coisas envolvidas para entrar em uma lista de indicados, como o lobby que os estúdios fazem com os votantes e a própria barreira cultural. "Os grandes estúdios gastam milhões para promover o filme. Aquilo já sinaliza o que o estúdio quer. No caso de 'Mary Poppins' é remake de um grande filme, não houve tanto investimento da produtora no caso. Já a Netflix está gastando milhões com 'Roma'. O que não acontece com 'Guerra Fria' que está concorrendo a melhor filme estrangeiro, pois é um filme autoral", destaca.

O analista de sistemas Fábio da Costa, 48 anos, um cinéfilo de carteirinha que sempre procura estar no cinema para acompanhar as novidades, considera que alguns indicados entre os melhores de 2018 deveriam dar lugar a outras produções como "Um lugar silencioso". "Não o considero ['Um lugar silencioso'] o melhor entre a produção americana do ano passado, mas é um bom filme, sem dúvida. A questão é que, para mim, é melhor do que alguns dos indicados como 'Green Book', 'Bohemian Rhapsody', 'Nasce Uma Estrela'. Então, merecia mais uma indicação do que esses", aponta. Para ele, Blunt tinha mais merecimento para estar entre as melhores. "Uma coisa eu digo: seria mais justo ela ter sido indicada na categoria de melhor atriz por 'O Retorno de Mary Poppins', do que Lady Gaga", complementa.

Outros filmes do ano passado como o polonês "Guerra Fria", o filme sul-coreano "Em chamas", e os americanos "O Primeiro Homem" e "Se a Rua Beale Falasse" deveriam ter tido mais destaque e figurar entre os melhores. "A poderosa Universal Pictures não conseguiu incluir o filme ['O Primeiro Homem'] nas principais categorias, mesmo sendo um trabalho exemplar nas cenas interiores da nave espacial que dão a sensação de claustrofobia e tensão e a utilização da câmera na altura do ombro. Outro esnobado é o filme coreano 'Em Chamas', de Chang Dong Lee, na categoria de filme estrangeiro. Talvez pelas violentas sequências e o tom contemplativo do representante da Coréia do Sul", argumenta Pacheco.

Ao longo da história muitas injustiças aconteceram na premiação. Uma das mais lembradas pelos brasileiros é o Oscar de melhor atriz de 1999, quando Gwyneth Paltrow ganhou a estatueta no lugar da amada atriz brasileira Fernanda Montenegro, e das favoritas Cate Blanchett e Meryl Streep. "Fernanda Montenegro ter perdido para a medíocre Gwyneth Paltrow foi um insulto. Nesse ano, também tínhamos Cate Blanchett brilhante em 'Elizabeth'. Tanto ela, quanto Fernanda Montenegro mereciam mais", relembra indignado Fábio da Costa.

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