Longa 'Soldados da Borracha' é exibido no Cine Ceará

O filme mostra como durante a Segunda Guerra Mundial, 60 mil brasileiros foram enviados para a região amazônica para extrair látex

Ismaelino Pinto

Um dos filmes que terá exibição especial fora de competição no 29º Cine Ceará é o documentário “Soldados da Borracha”, do diretor cearense Wolney Oliveira. O filme mostra como durante a Segunda Guerra Mundial, 60 mil brasileiros foram enviados para a região amazônica pelos governos do Brasil e Estados Unidos, para extrair látex, material estratégico para os exércitos Aliados.

A promessa da volta como heróis da pátria e de aposentadoria equivalente a dos militares, nunca se cumpriu. Os que ainda sobrevivem, com idade avançada e em situação de pobreza, esperam o dia do reconhecimento oficial. As histórias desses homens, que eram recrutados no Nordeste e trazidos para Belém é contada de forma didática, com ilustrações e farto material de época, e deixa claro todas as intenções do governo do presidente Getúlio Vargas.

Uma espécie de exército de retirantes convocado pelo Estado brasileiro reviveu os tempos de escravidão em plena década de 1940. Enquanto a 2.ª Guerra Mundial espalhava-se pela Europa e Ásia, perto de 55 mil brasileiros enfrentaram doenças fatais, passaram fome e estavam presos aos domínios dos ‘coronéis’ donos dos seringais na região amazônica. Muitos desses soldados deram a vida, literalmente, para alimentar a indústria bélica americana durante o conflito e fornecer insumos para armas e pneus, por exemplo.

Humildes, eles foram recrutados para trabalhar na extração da seringa com a promessa de que voltariam de lá milionários. Estima-se que mais da metade dos aliciados pelo então Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia acabou morrendo devido às condições insalubres a que foram submetidos. Surtos epidêmicos e ataques de animais também provocaram a morte dos recrutas. Todas as garantias anunciadas eram inexistentes.

A falta de pagamento e a fiscalização desleixada do governo viraram regra. O resultado foi um tratamento desumano a esses soldados que ajudaram a garantir a vitória dos Aliados durante a guerra mais sangrenta da história. O filme tem cenas gravadas em Belém e imagens de época. O diretor do filme é  Wolney Oliveira, formado  pela Escola Internacional de Cinema e Televisão de San Antonio de los Baños, em Cuba, que tem diversos documentários premiados no Brasil e exterior e já tratou sobre o mesmo tema no também documentário “Borracha para a vitória” (2004).

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