Falsa guru: paraense Kat Torres, condenada por tráfico humano, tem história contada em documentário
Com quase 1 hora de duração, "Do like ao cativeiro: ascensão e queda de uma guru do Instagram" mostra situação envolvendo diversas mulheres.
A suposta guru espiritual paraense, Katiuscia Torres Soares, conhecida como Kat Torres, foi condenada a oito anos de prisão por submeter uma mulher a tráfico humano e condições análogas à escravidão nos Estados Unidos e concedeu a sua primeira entrevista dentro da prisão.
No presídio feminino em Bangu, no Rio de Janeiro, Kat falou com a BBC sobre toda a situação que está envolvida e contou que sua história que virou o documentário "Do like ao cativeiro: ascensão e queda de uma guru do Instagram", com quase 1 hora de duração.
A paraense atraiu Desirrê Freitas, de 28 anos, com o objetivo de exploração sexual, conforme avaliação do juiz. Porém, ela também é alvo de outra investigação baseada em denúncias de outras mulheres.
"Elas foram para lá se prostituir, se prostituíram e falaram que fui eu que fiz isso", afirmou a influenciadora, dizendo que nenhuma das mulheres que a acusam morou com ela.
"É mentira. Eu não precisava escravizar ninguém, porque eu trabalhava, meu marido limpava a casa e eu tinha robôs, vários robôs que limpavam a casa para mim", disse sobre as acusações de trabalho forçado.
Desirrê contou que era obrigada a dançar em um clube de striptease por mais de 13 horas seguidas, sem descanso semanal. Sua foto foi anunciada em um site de prostituição no Texas, e todo o lucro era entregue à suposta líder religiosa.
"Acho um monte de palhaçada. Nenhuma é séria. Não tem um monte de psicólogo aí querendo trabalhar? Eu não entendo. Estou na cadeia há um ano e meio, não vou voltar a fazer o que eu fazia antes. Elas conseguiram o que queriam. Vai para o paizinho, a mãezinha delas. Não é isso que elas falam, que a Kat afastou da família? Corre para a mamãe e para o papai de vocês, com 40 anos de idade na cara. Acho ridículo", disse Kat ao falar sobre a reclamação das mulheres sobre não falar com as suas famílias.
A paraense havia publicado recentemente o livro autobiográfico “A Voz”, no qual afirma poder fazer previsões e ter poderes espirituais, e já havia aparecido em programas de TV no Brasil.
"Ela estava em capas de revistas, ela foi vista com pessoas famosas como Leonardo DiCaprio, tudo o que eu vi parecia confiável", diz Ana, uma das mulheres desaparecidas que motivaram a busca do FBI, ela também foi vítima da coerção de Kat e foi fundamental no resgate dessas mulheres.
Ana diz que ficou especialmente atraída pela abordagem de Torres sobre espiritualidade.
O ator e escritor Luzer Twersky é um dos entrevistados do doc, ele dividiu um apartamento com Kat em Nova York e contou que a brasileira mudou após frequentar círculos de ayahuasca com amigos em Hollywood.
Originária da Amazônia, a ayahuasca é A bebida psicodélica originária da Amazônia, é considerada sagrada por algumas religiões e povos indígenas. "Foi quando ela começou a perder o controle", diz ele.
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